Capítulo 25. Células

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– Eu não saberia o que fazer... – Arfei, quando lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

– Eu vou guiá-la.

– Não... – Eu não era corajosa o suficiente; não era esperta o suficiente; não era determinada o suficiente... Como eu podia carregar o que deveria estar sobre a força dos seus ombros? Como eu não seria esmagada abaixo do peso do mundo que ela conseguia sustentar? Como eu salvaria o Império? – Não pode ser eu...

Ela agarrou meus braços.

– Não há mais ninguém, Doxy... Eu sei que você não faz parte de algum plano maior; que não é a peça que falta no quebra cabeça desse Império; e que não está destinada a nenhuma grandeza... – Pisquei, tentando expulsar as lágrimas que turvavam minha visão. – Mas você pode conquistá-la. O plano maior pode ser o seu; o quebra cabeça pode ser a sua mente; e a grandeza pode ser você... Tudo que a resta é tornar-se ela. – Me engasguei em palavras que nunca disse, lutando para não perguntar como ela conseguia acreditar naquilo, quando eu estava tão longe de ser a mulher que ela era. – Eles não sabem sobre você. Vá para o hospital intergaláctico mais distante possível do núcleo e esconda Gaxy do seu nome por um tempo. – Ela aproximou a agulha do braço que eu não tinha mais forças para recuar. – Não olhe para trás. Não confie em ninguém. Não desista... E nunca se esqueça de quem você é, Doxy. Nunca se esqueça de que você é uma Gaxy.

E então seus dedos apertaram a ampola, injetando a cura nas minhas veias.

O ardor que explodiu no meu braço foi como se eu o tivesse mergulhado nas profundezas do sol. Gritei até sentir as veias do meu pescoço tentarem escapar dele e me debati no abraço da minha mãe, me segurando enquanto o universo desabava dentro de mim e eu era perfurada pelos seus escombros. Senti a responsabilidade migrar abaixo de minha pele como melaço, me destruindo e reconstruindo ao seu desejo para que eu fosse grande o suficiente para portá-la. Eu consegui senti-la me preenchendo pelos braços, me invadindo o pescoço, me fazendo em uma extensão sua, até que eu não fosse mais nada sem ela...

E, quando a luz que eu tinha visto no céu alcançou nossa casa e a explodiu, um som como o rugido de feras tomou meus ouvidos... Mas eu não sabia se ele vinha dos choros das paredes rachando, da minha própria garganta, ou de algo muito além, me avisando de um fim do mundo quase pior do que aquele que eu sentia dentro de mim.

Em algum momento na eternidade a onda da cura explodiu na minha cabeça e meus olhos foram tomados por escuridão, dor e medo. Vi feras colossais marcharem sobre os precipícios do universo, avançando de rasgos que não deveriam estar ali... Vi uma dama de ossos rindo para mim diante de poros de sangue...

E vi o fim.

Um fim que eu precisava enfrentar.

Enquanto eu me contorcia sobre o chão frio, assisti minha mãe atravessar a porta do abrigo para os escombros daquela que um dia foi minha casa.

E eu nunca a vi de novo.

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Boatos de que os humanos estavam planejando uma fuga do Oásis acabaram chegando à atenção daqueles que não deveriam saber. Alguns dos humanos começaram a ser chamados pelos supervisores para reuniões privadas que não se falava nada sobre depois. Eu não fazia ideia do que os supervisores diziam, só via a palidez no rosto dos outros humanos quando saiam da sala... Até que chegou a minha vez.

Fechei a porta às minhas costas do lado de dentro e o tremulon disse antes mesmo que eu pudesse me virar:

– Gaxy está viva.

Endossimbiose | Versão Em PortuguêsTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang