Capítulo 17. Hereditariedade

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Depois de uma eternidade de silêncio, ela finalmente sussurrou:

– A Rainha está lá... Contaminando o Império... – Rainha? Contaminação? Por que suas respostas só me trouxeram ainda mais perguntas? – E eu preciso resolver isso...

– Mas como?

– Você vai ter que me deixar lá para descobrir.

– Bem... O núcleo da galáxia não vai a lugar nenhum... – Abri um sorrisinho. – Nós podemos fazer um desvio... E, se você me der alguma resposta, talvez possamos voltar para ele...

Ela se inclinou e apoiou uma mão na cadeira atrás de mim, aproximando o rosto do meu de uma forma que a única resposta era se encolher.

– Você está cavando a própria cova, Arkadi... – Ela sibilou, e nunca meu nome soou tão perigoso. – Cuidado para não escorregar para dentro.

Então ela me virou as costas e sumiu na outra área da nave.

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Entramos na atmosfera de Avória, um mundo que ainda não pertencia ao Império. Era proibido o contato das espécies de Ítopis com aquelas que ainda não tinham recebido o Artefato, mas quando a rebelião tinha jogado limpo?

Pairamos por cima das copas lavandas das árvores que dominavam a superfície daquele mundo e pousamos em uma clareira nas coordenadas que Korrok tinha me enviado. Aterrissei a Hasta em um campo de gramíneas arroxeadas e, quando abri as portas, fui atingido por um vento floral que encheu meus pulmões. Fazia muito tempo em que eu não pisava em um mundo tão... Intocado. Desci as escadas e caminhei pelo campo como se não existisse nenhuma preocupação no mundo, até que vi Korrok, tão letal e cínico como sempre. Mas agora ele tinha uma nova cicatriz na sua coleção, que tomava todo o terceiro olho e o deixava ainda mais intimidante. Com que criatura perigosa ele tinha se metido dessa vez?

– Bom saber que sempre posso contar com você, Phaga. – Ele me saudou com um sorriso cheio de dentes.

– Enquanto eu puder contar com as minhas pedras estelares...

– Isso é um investimento, amigo. – Suas garras seguraram meu ombro, na imitação de um cumprimento humano. – Você ainda vai me ajudar a recuperar o nosso Império.

– Espero que não hoje. – Donecea retrucou, surgindo atrás de mim. Korrok voou seus olhos para ela e aquele sorriso afiado que ele carregava subitamente desapareceu.

– Não achei que essa fosse durar...

– Ela está me chantageando. – Esclareci. – Porque todo mundo quer um pedaço meu, pelo visto. – Korrok gargalhou.

– Eu me pergunto qual parte de você ela quer...

– Minha nave. – Estava na ponta da língua, mas então eu a enviei um olhar por sobre o ombro. – Até onde eu sei...

– Para que estamos aqui, afinal?! – Donecea rosnou, mudando de assunto na velocidade da luz. Então existia embaixo dos pés dela um chão que eu podia tirar? Bom saber.

– Preciso que vocês distraiam as columbas, enquanto eu resgato meus soldados.

– E o que os seus soldados estavam fazendo no mundo delas, em primeiro lugar? – Cruzei os braços.

– Convocações para a revolução. – Ele disse como se fosse simples; ou certo. – A líder delas não está entre os Áulicos ainda. Então pode ser nossa. – Para ele aquilo tinha há muito tempo deixado de ser só por justiça e ganhado um toque de orgulho. Ele já não podia mais perder.

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