Jeongguk... Pocket?!

Pocket?!

13/04/2019 Saturday
— 03:58 AM.

Cambaleou um pouco para o lado, apoiando a mão no poste da rua deserta. Sua visão estava turva por conta da quantidade desmedida de bebidas alcoólicas e mais algumas substâncias usadas. A cabeça também doía, tornando difícil a tarefa de chegar na casa em que dividia com o melhor amigo. A ressaca no dia seguinte viria com tudo, teve certeza.

Virou a esquina e num canto um pouco escuro da rua avistou uma silhueta abaixada se remexendo. Apertou os olhos para ter certeza de que não estava vendo coisas, mas continuo vendo aquela pessoa.

Franziu o cenho e se aproximou.

Quando estava próximo demais do cantinho esquecido pelos postes de luzes, teve a nítida visão de um senhor de idade esfregando um objeto pontudo em outro objeto, que começava a se esfarelar em uma farinha branca.

— Oh velho, que que cê' tá fazendo? — A fala saiu meia embolada, mas com muita curiosidade, assustando o homem entretido.

— Não é da sua conta, bebum' — Retrucou recolhendo rapidamente suas coisas, mas foi impedido pela mão do jovem segurando seu braço.

— Isso aí é uma pedra de crack? — Perguntou olhando para a pedra na mão em que estava segurando. — Você acha que aguenta um tranco desse, velho? Me dá essa merda, vou te tirar dessa vida. — Estufou o peito.

— Está achando que eu sou um noía feito você, criatura?! — Disse ofendido. — Me larga.

E foi um puxão para lá, outro para cá, com os dois homens se recusando a deixar a pequena pedra.

Em um ato para se defender, visto que se não o fizesse acabaria perdendo a posse da pedra mágica, encheu um punho com o pozinho branco da própria pedra e o jogou contra o rosto do jovem rapaz.

O moreno deu dois passos para trás tossindo um pouco, confuso com a reação do senhor.

— Eu não deveria ter feito isso, mas você me obrigou! — Justificou sua revolta. — Jeon Jeongguk, vinte e dois anos, um jovem festeiro que não se importa com o próprio futuro. — Ditou sério, olhando direto nos olhos dele. — Você desdenhou de mim, atrapalhou meu ritual e ainda tentou me roubar. Você precisa de uma lição por se achar tão superior aos outros. Não te desejo sorte alguma, adeus! — E o homem desapareceu sem mais nem menos, fazendo uma fumaça se alastrar.

Ficou um bom tempo encarando o nada, pensando se aquilo realmente havia acontecido.

— Acho que o Jackson pesou a mão na dose de tequila. — Comentou baixinho, voltando a seguir o seu caminho.

Deu apenas mais alguns passos antes de sentir sua tontura se agravar mais ainda. Depositou a própria mão em sua testa, sentindo a pontada forte tomar conta da região.

Não deu outra, seu corpo despencou para trás desacordado.

[...]

Mais tarde... — 13/04/2019 Saturday
- 06:53 AM.

Acordou com batidas fortes na porta de madeira. Virou para o lado oposto e abraçou fortemente o travesseiro extra em sua cama, decidido a ignorar aquela alma infeliz que estava muito disposta a perturbar seu sono.

Desistiu de voltar a dormir quando as pancadas se tornaram mais altas, o indivíduo parecia querer derrubar a porta.

Bufou e se levantou irritado, se levantando enrolado no cobertor branco e calçando as pantufas ao lado da cama. Desceu as escadas apressado gritando um "Já vai" para quem quer que fosse.

Destrancou e abriu a porta com uma carranca, querendo logo ver o que aquela pessoa queria e se despedir de uma vez.

Olhou para a direta, para a esquerda e nada encontrou. Olhou para baixo assim que ouviu o choro baixinho vindo de uma pequena cestinha bem aquecida com mantas cobrindo um bebê de olhos negros.