Capítulo 57 Apenas se despeça

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Dama da Vida, Dama da Morte.
Bela, suave, brisa benevolente,
Porém de vez em quando,
espinhenta como rosas.
Dama da Vida, Dama da Morte.

- Versinho criado por mim.

*****

Eu não acreditaria em somente palavras, tinha que ver com meus próprios olhos.

- O estado dele piorou? - quis saber do Robert, ainda não estava caindo aos cacos porque não caia a ficha e talvez não tivesse nada para cair.

Ou queria acreditar sobre isso. Em ser uma piada sem graça.

- Piorou, daqui a pouco vai entrar em uma nova cirurgia, porque mesmo que o tiro não tenha pegado no coração, o impacto e estilhaços provocaram ferimentos que os médicos não arriscaram cuidar por ser numa área bem sensível e perigosa, o problema é que eles não esperavam que se não mexessem lá iria provocar algumas séries complicações, agora terão que novamente abrir o Aspen para fazer essa cirurgia e cuidar do coração onde dificilmente acham que o Aspen não aguente por ser em uma área muito sensível... e não podem esperar mais, não podem esperar o Aspen se fortalecer...

- Ele vai aguentar, p-pode ter certeza disso. - falei querendo me sentir mais confiante, porém a voz falhou momentaneamente o que me entregou.

- Bem, foi o Aspen quem pediu para ir se despedir. E todos os outros.

- Não. - falei - Não vamos nos despedir! - virei para o Matt - Vai Matt, explica para o Robert que o Aspen vai ficar bem e que não faz sentido se despedir se logo ele vai voltar!

Ele ficou calado. Os dois ficaram. Se entreolharam, mas não me encararam mais.

Então desabei e comecei a chorar. Matt me puxou para me abraçar ao mesmo tempo que me segurava para não me deixar cair contra o chão.

- Shhh... - me apertou mais em seus braços reconfortantes - Se for para ele viver ele vai viver, e tenho certeza que ele será forte!

- Ele quer se despedir! - falei entre soluços.

- Isso não quer dizer nada.

Queria sim. Uma mensagem alta e clara, Aspen sabia o que podia acontecer, porque não tinha mais forças para lutar depois de tudo o que passou nos últimos dias, e queria garantir que veria nossa filha e a mim, iriamos para lá, porém não para se despedir, mas para pedir ao Aspen que lute. Que lute sua última batalha.

Me desvencilhei do abraço do Matt e sequei as lágrimas.

- Saímos em dez minutos. - falei séria e sóbria secando as lágrimas.

Pude ver suas feições confusas.

Tinha que me manter firme na frente de todos. Tinha que mostrar que estava tudo bem e que não precisariam se preocupar, porque o Aspen voltaria para casa.

Subi palácio acima para pegar a Ellara, depois de colocar tudo que ela precisaria na bolsa saí com Nana, a babá que me ajudava a cuidar da Ellara.

Assim que chegamos ao hospital, Phill foi se encontrar comigo.

- Ana querida! - me deu um beijo na testa e fez uma carícia na bochecha da Ellara com o polegar - Ele está te esperando.

Assenti com a cabeça e guardas nos escoltaram com segurança mantendo curiosos longe.

- Ele está aqui. - falou Phill parando em frente a uma porta branca assim como todo o corredor depois que subimos.

Só estávamos nós ali. Robert e Matt não nos seguiram depois que saímos da recepção. Meus pais e meus amigos já estavam a caminho também, a pedido do Aspen que também queria se despedir.

Vida Real (concluído)Where stories live. Discover now