Capítulo 48 Campo de batalha

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Aspen

Era tão inquietante ficar isolado em um quarto de enfermaria sem saber o que acontece lá fora. Sem saber se estão todos bem e a salvos!

Ana foi levada para outra ala, do outro lado da enfermaria, mesmo sendo o príncipe, fui impedido de ir atrás, Isabelle disse que Ana estaria em ótimas mãos. Confiei nela. Era a única que podia nos ajudar até então.

Estava só, em uma cama de enfermaria me hidratando com uma agulha assustadoramente grande levando soro até as minhas veias. Infelizmente isso era a única coisa que podia me curar com mais velocidade.
Detesto agulhas!
Com quinze minutos dessa forma já me sentia melhor, mais forte. O quarto já não girava mais.

Porém, ainda tinha outra preocupação, Robert está lá fora. Assim como não sei nada sobre minha mãe ou meu pai. No abrigo eu não era atualizado sobre tudo, só o que era conveniente saber no momento. Joseph foi um monstro, já não bastasse me torturar, ainda torturava minha alma, meu espírito. Como posso ter misericórdia ou pena do futuro que ele teve?

Ana foi corajosa ao não deixar o sangue do Joseph ser derramado pelo próprio filho. Robert se culparia pelo resto da vida mesmo não admitindo.

Enfim, espero que meus pais e a família da Ana estejam bem! Espero que Matt os tenham os encontrado e se refugiado em algum lugar.

Com esses terroristas sabendo onde fica até mesmo os abrigos mais secretos, não havia como ninguém do palácio se refugiar pelas passagens secretas. Espero que tenham conseguido atravessar a cidade pelo túnel principal.

Deitado na maca de braços mal cruzados por causa da agulha que detesto olhar no meu braço não tinha muito o que fazer além de pensar e ficar doente com isso. Quero ficar com a Ana, ver minha pequena Ellara que sei que está segura em algum lugar, ver meus pais e a família da Ana. Ter certeza que todos estão bem, seguros, ver com meus próprios olhos. E poder dar essa certeza e segurança para a Ana assim que tomar consciência.

Uma enfermeira entrou para trocar o soro que acabava para outro cheio.

- Alteza, como se sente? - fez uma reverência.

Ela está salvando minha vida, da minha esposa e de tantos outros, eu que devia fazer reverências.

- Melhor, obrigada por perguntar. Acho que já é uma boa hora para tirar essas coisas de mim. - eu disse me referindo ao soro, cabos e principalmente a agulha.

Ele sorriu de leve. Pelo menos consegui causar isso nela, um vestígio de felicidade no meio de um furacão.

- Acho que depois desse - falou mostrando mais 500ml de soro - já vai estar livre da cama para comer algo mais sólido.

- Ok, então, já percebi que em uma cama e doente ninguém me escuta, mesmo se ameaçar que cabeças irão rolar - ela riu mais uma vez com o comentário, extremamente vermelha e tímida - Acho que você pode me ajudar em uma coisa. - comecei agora sério, chega de brincadeiras - Estive fora por algum tempo como sabe... Nem consigo falar a quanto tempo exatamente, pode me atualizar sobre o que aconteceu até agora?

- Bem... o senhor estava desaparecido a mais de dois dias, todos achávamos que estava...

- Morto. - completei vendo sua dificuldade em falar.

Vida Real (concluído)Where stories live. Discover now