Os Fins Justificam os Meios.

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Sem correção.

A chuva batia nas janelas. Carlos olhou para a filha que dormia ao seu lado e pegou o celular para verificar as horas.

__ Droga!-  praguejou baixinho quando percebeu que estava sem carga.__ Preciso com urgência comprar um aparelho novo.

Sentou-se à beira do colchão e o conectou a energia.

Maitê sem conseguir dormir, sabendo que o homem que amava estava a oito ou dez passos de distância, ouviu a porta do quarto dele abrir-se. Sem pensar duas vezes, saiu também para fora da cama, o encontrando no corredor.

__ Aconteceu alguma coisa?- escorou-se no marco, usando uma camisola curta que deixava totalmente as coxas à mostra, de seda rosé.
Os seios empinados marcavam o tecido fino.

Carlos correu os olhos pela figura sem o mínimo
de interesse.

__ Não. Apenas sem sono.

__Continua ainda tendo insônia? Posso fazer companhia se quiser conversar.

__ Só vou verificar se está tudo bem lá na clínica. Está na hora de administrar uma medicação num dos animais. Volte a dormir e por favor, quando ficar aqui em casa, por causa das crianças, não use esse tipo de roupa para dormir.

__ Por que? Me ver assim mexe com o seu autocontrole? - indagou atrevida.

Carlos balançou a cabeça negativamente, com semblante sério.

__ Sabe bem que se tivesse que rolar algo entre a gente, já teria acontecido, Maitê! Precisa arranjar um namorado. Achar que conseguirá algo comigo só a fará perder tempo.

Ela se aproximou, espalmando as duas mãos no peito dele, acariciando-lhe.

__ Nunca me deu a chance...Eu amo você, mais do que aquela mau caráter!

Segurando-lhe pelos ombros, Carlos a afastou delicadamente.

__ Sinto muito, Maitê! Vou casar-me com Paula assim que ela tiver o bebê e os planos de trabalho dela começarem a dar certo. Nunca mais chame minha noiva desta forma, você não faz ideia pelo que ela passou. Não gostaria de ter que dizer-lhe isso, porque sei que é dolorido, mas têm feridas que somente com um remédio ardido curam: eu não amo você, nunca vou amar! Entenda isso de uma vez por todas!

Os olhos de Maitê se encheram.

__Voce ainda vai cair em si e ver a bobagem que está fazendo.

Carlos suspirou sem paciência.

__Faça companhia a Gabi no meu quarto, ela pode acordar assustada, por favor! Afinal, meus fihos são a única razão para você estar dormindo aqui nesta noite.

Pediu e desceu sem olhar para trás, pensando que teria que arranjar uma forma de afastar a cunhada da casa, sem ofender os ex-sogros.

Abriu a porta da cozinha, vestiu a jaqueta de couro e as gotas da chuva, castigaram seu rosto. Correu em direção às escadas, que levavam à clínica.
Passou a chave rapidamente e se abrigou, acendendo as luzes. Imediatamente, dois cachorros que estavam em tratamento, ergueram a cabeça. Um deles balançou a cauda.
Carlos sorriu e agachou-se perto da gaiola, conversando carinhosamente como animal que teve a perna esfacelada por um carro.

__ Muito bem, campeão! Abanar o rabo é um bom sinal.Você vai ficar bem, eu garanto. Seja um bom garoto quando eu lhe der o antibiótico. Nada de rosnar para mim!

Levantou-se, indo para o armário onde guardava as medicações.
Correndo os olhos pelas prateleiras, notou que algumas caixas estavam reviradas. Estranhou, pois mantinha tudo sempre na mais perfeita ordem. Passou a organizá-las novamente e para sua surpresa, viu que algumas caixas estavam abertas e vazias. Preocupou-se, porque eram medicamentos perigosos se fossem usados para outros fins.
Intrigado, questionou-se sobre quem poderia ter interesse em surrupiá-los dali. Talvez, tivesse se descuidado e deixado a clínica aberta alguma noite. Estava tão ocupado ultimamente, que isso era bem provável que tivesse acontecido.
Examinou o recinto minuciosamente e descobriu uma janela com leves sinais de arrombamento. Quem entrou na clínica, não teve muito trabalho e veio somente atrás das medicações, porque o resto estava tudo ok. Amarrou o trinco com uma corda, administrou a medicação via intramuscular no cão e saiu, cuidadoso. Por fim, teve que dar razão a Maitê, lembrando-se que ela o alertara sobre haver gente rondando a casa. Aquelas medicações valiam bastante dinheiro se fossem vendidas para clínicas de abortos clandestinas. Pela manhã registraria um B.O. do furto, já que a cada caixa administrada por ele, precisava prestar contas ao órgão governamental da Saúde para não haver complicações com seu registro veterinário.

Resgata-me! 🔞❗Where stories live. Discover now