Resgata-me! 🔞❗

Farta da Sua Hipocrisia.

Sem correção

A tênue chama de esperança de reaver o respeito de Carlos, se desvaneceu com a próxima declaração fria dele.
__Não a estou levando para partilhar da minha cama, Paula. Julguei ter sido bastante claro na noite passada, mas, pelo jeito, não fui. Sou o responsável por uma vida, e por isso não creio que seja boa idéia ficar aqui sozinha.
Uma mágoa insuportável abateu-a.
__Então, me põe de lado, como se eu fosse algo descartável e sem sentimentos?
__ Está sendo resguardada e salva de outras situações com esse tal de Santiago. Não pense que me agrado de fazer você conviver com minha família novamente.

Paula, sentiu calafrios ao lembrar que apenas alguns dias atrás estava feliz e cheia de expectativas. Agora, desanimada, girou nos calcanhares, deu alguns passos, mas voltou-se para Carlos, muito pálida, sentindo na pele a consequência de seus atos passados.
__ Não quer sequer ouvir o meu lado, não é?
__Creio que você é perigosa. Seus olhos tem feitiço.
A boca de Paula moldou-se com um sorriso mordaz.
__Nao está falando sério. Há poucas semanas não pensava assim.

Carlos andava lentamente pelo pequeno espaço, mexendo sem interesse nos objetos da decoração. Parecia não ter muita coragem para encará-la.
__ Não vamos tornar as coisas mais difíceis do que já estão, Paula. Infelizmente, me deixei levar por esses olhos, fui irresponsável, não me preveni, acreditando em você, que me disse ser infértil, mas aconteceu uma gravidez. - deu de ombros.
__ Não menti sobre minha infertilidade. - se defendeu.__ Se fosse uma mentira poderia ter muito bem engravidado de Murilo, não é mesmo?
Carlos respirou fundo.
__ Estou fazendo minha obrigação, mesmo sabendo que isso poderá me custar caro. Uma criança inocente não pode pagar pelo meu erro de me envolver com alguém que se mostrou tão sem caráter.
__ Eu também achei que o conhecia. - seu lábio tremeu, mas a voz soou estranhamente firme.__ Você sentou, ouviu Murilo e a mulher dele, mas a mim, está desprezando como ele mesmo fez depois de me usar. Acredite ou não, Carlos, cheguei a pensar que o pai do filho que tanto desejei, tivesse algo de bom e que seria o último homem que me desapontaria. Eu também estou decepcionada!
Você não age com justiça quando escuta somente um dos lados.

O inesperado desabafo dela pegou-o desprevenido. Carlos se armou de imediato. Os detalhes da história contada sob o ângulo de Martina estavam gravados na mente. Afastando a persiana, olhou a rua lá fora, replicando:
__Vou lhe dizer o que não é justo: o que você fez com a ruiva que está esperando dois bebês! Só tem uma única vítima inocente nessa sujeira e não é você!
A garganta de Paula se fechou, como se uma mão gigante a apertasse.
Retornou e apressou o passo pelo corredor entrando no quarto.

Paula tremia feito uma folha arrastada pelo vento.
Como poderia continuar amando Carlos quando ele nem sequer a queria? E agora, ele a odiava. Culpa de Martina? Claro que não. O sofrimento da rival sempre foi muito real e tinha consciência de que o via com imenso prazer cada vez que causava-lhe.

Qual o homem que receberia bem o fruto de uma mulher como ela? Na certa, nenhum.
Carlos, porém, contrariando o que havia dito, sob o efeito da mágoa há poucos minutos, Paula sabia que ele tinha um grande senso de honra, amaria e aceitaria o bebê porque era uma vítima inocente de uma atitude irresponsável dele.

Sua vontade de chorar era enorme. O mundo mais uma vez desabava sobre seus ombros.
Olhou o quarto ao redor, época de férias de inverno, a maioria dos moradores dali, estavam viajando.
Não havia outra coisa a fazer a não ser ir com Carlos. Santiago não teria muita dificuldade de entrar no prédio de novo, já que provavelmente possuía o controle da garagem. Uma emboscada da parte dele poderia acontecer a qualquer momento, até mesmo na rua, mas num lugar fechado, certamente, usaria de violência como fizera várias vezes com Ângela. Se acontecesse algo de ruim com seu bebê por causa de orgulho, acabar com sua vida seria a única solução.
Sem o amor de Carlos e sem o seu filho não teria razão nenhuma mais para estar viva.