Faça Amor Comigo!

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Capítulo sem correção.

Momentos depois, Carlos se afastou e ajeitou a cabeça dela sobre uma almofada. Em seguida, tirou com cuidado seus calçados, ergueu suas pernas e a ouviu soltar um profundo suspiro. 
Deu um passo atrás, sentando-se na poltrona junto à lareira. Com os pensamentos nos últimos acontecimentos, a observou por um tempo, dormir, encolhida no sofá. 
Achava os olhos de Paula tão lindos! Grandes, verdes e emoldurados por cílios longos e espessos. Olhos expressivos, que revelavam cada emoção que ela sentia, da tristeza ao desejo; olhos que se fechavam lentamente, no momento certo, quando ele se aproximava para beijá-la.
O contorno dos lábios...as curvas dos seios, que insinuavam-se sob a malha amarela e fina da blusa, a linha esguia do pescoço, o maxilar bem formado...o quadril arredondado...
Observou sonhadoramente as mãos, com unhas bem feitas, depois a pele clara, onde um anel enfeitava o dedo do meio.
Ansioso demais, tentando controlar a ereção, que a simples visão dela naquele sofá, lhe causava, decidiu cobri-la com uma manta xadrez, que estava dobrada por ali e ocupar a mente. Alimentou o fogo e o gato, pôs os pratos a lavarem e logo após, subiu para dar uma olhada nas crianças.
Gabi sorriu, ao vê-lo parado na porta, desviando a atenção da série que assistia na televisão.
__ Não se preocupe, papai, não é nada de adultos. - ela adiantou em sua defesa, pois abia que o pai controlava a seus programas.
Carlos atravessou o quarto e sentou-se ao seu lado na cama.
__ É sobre o quê?- a puxou para um abraço, afagando sua cabeça.
__São apenas adolescentes tentando se encontrarem. A personagem perdeu a mãe, muito nova, assim como eu. - o olhou.
__ Não acha pesado o tema para uma menina de dez anos?
__ Pai, vou fazer onze mês que vem!Já sou, como diz tia Maitê, uma mocinha!
Ele suspirou, beijando o alto da cabecinha loira, pensando que a filha já dava sinais de se tornar uma adolescente precoce e que facilmente, seria confundida, quando já tivesse seus 16 anos, com uma moça feita. A sua estrutura corporal já demonstrava isso.
__ Tem razão. Eu que não quero que você cresça tão rápido.- sorriu.__ Sei que é madura o suficiente para entender certos assuntos. Você está além de seus 10, 11 anos.
__ Sabe, a personagem não tem a sorte de ter um pai assim como você! Na história o pai se casa novamente e ela se sente tão sozinha!...
__ Você acharia ruim se eu, quem sabe um dia, arrumasse uma namorada?
__ Depende. Eu gosto da tia Paula. Por que vocês não namoram?
__ Não se sentiria deixada de lado?
__ Eu a acho legal. Adorei passar a manhã com ela.
__E acha que tia Paula aceitaria? - riu de leve com os olhos cravados na tela, embora não prestasse atenção ao passava.
__ Não sei. Mas eu vejo o jeito que ela olha para você... É o mesmo jeito da mamãe. Acho que a tia Paula não sabe ainda...
__ Não sabe o quê?
__ Que está apaixonada, ora!
Carlos riu frouxo da observação.
__ E o que você entende de amor ou de estar apaixonada, hein mocinha?
Ela se afastou um pouco para encará-lo.
__ Por enquanto nada. Gosto de um menino...lá da escola, mas ele não sabe.
Carlos ergueu uma sobrancelha para indagar. Definitivamente a sua garotinha estava crescendo. Não a repreendeu, não queria quebrar o vínculo de confiança que existia entre eles.
__ Menino pequeno ou um rapaz...tipo aqueles do time de futebol?
__ É menino menino. - riu, formando as covinhas nas bochechas, que herdou da mãe.__Um pouquinho mais velho. Ele está no sexto ano. Mas ele nunca saberá, porque jamais me atreverei a contar.
Carlos a encarou sério.
__ Está zangado?- indagou cautelosa.
Imediatamente ele suavizou a expressão.
__ Não, em absoluto! Estou surpreso e feliz que esteja me contando seus segredos.- segurou a mão dela, que ficou minúscula dentro da sua.
__ Ano que vem, aparecerá outro, o qual você vai se encantar, que também não saberá do seu sentimento...e depois, mais um...e mais outro!... Até que apareça aquele que também sinta o mesmo! Aí, os dois terão coragem suficiente para dizerem um ao outro  que estão apaixonados. Sabe aquele conselho que a Tia Paula deu a você há pouco?
__ De achar alguém bom para se apaixonar?
Ele balançou a cabeça, concordando.
__ Ela tem razão. Procure sempre alguém que a respeite, que a trate com carinho, que a entenda...Essa pessoa tem que lhe inspirar total confiança. Observe tudo nela... principalmente suas atitudes com a mãe, pai, irmãs e irmãos...Como ela tratar estes, assim tratará você quando o relacionamento ficar mais sério. Mas isto ainda está um pouco longe de acontecer com você. Quando a pessoa certa aparecer, você vai bater o olho e vai saber. Foi como aconteceu comigo e sua mãe! Não éramos perfeitos um com o outro, mas havia respeito entre nós.
__ E você acha que pode acontecer de novo?Digo, achar uma pessoa como a mamãe?
__ Não sei. Talvez aconteça...
__ Eu iria adorar se fosse a Tia Paula. - chegou perto do ouvido dele falando baixinho.__ Ela ficaria perfeita como sua namorada.
O pai mexeu nos cabelos da filha.
__ Eu acho que gosto dela.- ele confessou no mesmo tom.__ Só não tenho coragem de falar, assim como você.- ele riu baixinho, demonstrando cumplicidade.
__ Mas vocês são adultos!  É fácil falar dessas coisas  um para o outro.
__ Você que pensa, mocinha! Os adultos, na maioria das vezes, complicam tudo! - desabafou, respirando fundo, encerrando a conversa.__Muito bem! - ele levantou decidido.__ Vou ver se dou um jeito em algumas coisas lá na clínica e depois, nas plantas da varanda, que estão todas no chão. Quando seu irmãozinho acordar, me dê um toque no celular. Tia Paula está na sala, tirando uma soneca. Vamos deixá-la descansar, ok?
__ Tá bem. Eu te amo. Você é o melhor pai do mundo!!- disse puxando o edredom mais para cima.
__ Também amo você, Gatita Blanca! - replicou afetuoso.
Saiu e entrou no quarto onde dormia e sem perceber carregava um leve sorriso no canto da boca.
E se, aos poucos, as coisas fossem dando certo entre ele e Paula? Ainda era muito cedo para pensar assim, mas também gostava da presença dela naquela casa. E ela já tinha conquistado a confiança da filha.
Passou a mão na jaqueta de couro e quando foi procurar suas botas, o violão preto caiu na prateleira do pequeno roupeiro. Carlos o pegou, passando os dedos pelo brilho do verniz. Fazia muito tempo que não  o dedilhava aquelas cordas.
Val adorava ouvi-lo tocar!... Como Paula reagiria ao ouvir o som de uma canção tirada dali? Ela, sem dúvidas, tinha trazido para o seu coração a vontade de voltar a ser amado, de ter alguém com quem compartilhar seus anseios, rir de qualquer bobagem...de ter uma cúmplice para todos os momentos...
Deixou-o em cima da cama, calçou as botas e saiu.

Resgata-me! 🔞❗Where stories live. Discover now