Capítulo 39 - O que nós somos agora?

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Após dois dias em casa, soube através de Lauren, e não dele, que tinha passado por avaliação médica em Londres e estava de volta.

Amber:

Incomodo se for visitá-lo hoje?

Henry:

Não, desculpe. Esqueci de avisar.

Amber:

Passo às 8h da noite, se não for muito tarde.

Henry:

Ok.

A cada oportunidade de trocar algumas palavras com ele, eu me sentia mais hesitante. Agi como se não estivesse percebendo para ver até onde ia aquela indiferença. Fiquei tensa e sem saber como poderia tratá-lo. De onde eu tentaria retomar nossa relação? Estava tudo bem? Fingir que nada de ruim aconteceu não era uma opção e eu não conseguia encontrar papel naquele cenário.

Ainda assim, a possibilidade de vê-lo novamente me deixava tão ansiosa, que não consegui falar sobre outra coisa no almoço com Diana .

- Ele está diferente, sabe? Distante...

- Pode ser muita coisa: os remédios, as dores, a pressão por interromper a produção da série, que envolve um monte de gente em função dele. Enfim, muitos motivos. - Diana considerou.

- Ele deve estar com raiva de mim. - eu disse.

- E não teria razão? Ah, não. Ele não sabe que você beijou um tal de Gabriel.

- Pare com isso. Ele não tem certeza.

- Talvez não saiba dos detalhes, mas o que ele suspeita sobre você e o Gabriel realmente aconteceu.

- Tá bom. Você tem razão. E eu me arrependo terrivelmente. - Cobri o rosto com as mãos, constrangida só por lembrar. - Falando nisso, como ele está? Gabriel? - perguntei.

- Vai bem. Deu um gás na filial, durante sua ausência. Até controle de compras ele deu conta de fazer. Se um dia precisarmos de um gerente...

- Lucca vai ficar com ciúmes, Diana. - eu disse.

- Ah, Gabriel tem mais desenvoltura para os negócios, é proativo. Era o que a gente precisava nessa hora. E olha, não mexi na sua loja, atendendo ao seu pedido.

- Muito bem. Melhor assim. Tirá-lo imediatamente de lá pareceria desespero da minha parte.

- Boa sorte no reencontro de vocês! - Diana disse, acenando ao garçom para pedir a conta.

Naquele mesmo dia, após o almoço, fui para a filial na Thurloe St. Entrei no café sem alarde e pedi um espresso duplo no balcão. Não queria dar brecha para um clima estranho entre Gabriel e eu. Ao ouvir minha voz, ele se virou com um enorme sorriso.

- Ei, olha quem está de volta? -disse Gabriel.

- Ouvi dizer que o café daqui é ótimo.

Ele deu uma risada e entrou na brincadeira, enquanto enroscava o cachimbo na máquina.

- O melhor da cidade!

- Tenho certeza que é. - falei, assistindo o café encher a xícara, com seu aroma encantador.

- Me diga. Sua mãe está tendo boa recuperação?

- Ah, sim. - Peguei com cuidado a xícara que ele pôs no balcão e dei um gole. - Está indo bem.

- Muito bom! Não sei se Diana contou sobre a devolução que tivemos de fazer. - ele começou a falar de trabalho e me senti mais aliviada em não ter que inventar assuntos para preencher o silêncio.

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