Trust

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Tom parecia nervoso. A Professora Galateia Merrythought durante a semana estava treinando os alunos para duelos, e Riddle era um péssimo perdedor. Ele reconhecia que tinha ido bem, mas não aceitava bem o fato de ter sido derrotado por sua colega, Grindelwald.

Havia sido um duelo difícil, e ele pensou ter ganhado quando conseguiu derrubar sua parceira com um feitiço estuporante, mas esqueceu-se que um duelo só acaba quando o oponente é desarmado ou desacordado. E logo após a garota ser atirada com o feitiço, Riddle se virou, achando ter ganhado o duelo, e acabou sendo desarmado enquanto estava de costas pela garota ainda no chão.

Após a aula, no período da noite houve uma reunião com seus seguidores na sala precisa, que foi rápida e sem muitas novidades, Ilka já havia percebido que Tom não confiava tanto assim em seus colegas a ponto de contar todos os seus planos.

Assim que todos saíram, o garoto Riddle se levantou e foi para a mesa de canto, onde ele tinha alguns pergaminhos e livros espalhados. A mesma mesa em que ele havia mostrado seus desenhos para Ilka no ano escolar anterior. Logo após notar o garoto se movimentando em silêncio, a garota resolveu o seguir, levantando-se e arrumando sua bolsa no ombro logo em seguida.

— Tom? – Chamou, em voz baixa, querendo se aproximar com a maior delicadeza possível. – Eu acho que estamos meio distantes nesses últimos dias. Não acha que devemos conversar?

— Puxa uma cadeira – ele ordenou, sério, enquanto se sentava na única cadeira da escrivaninha.

Ilka não pensou muito antes de obedecer, pegou uma das cadeiras da longa mesa onde o grupo geralmente se reunia, levando-a até o lado de Riddle, para se sentar próxima a ele.

— Já ouviu falar disso? – Tom perguntou, apontando um trecho de um livro que estava aberto sobre a mesa.

Após se sentar, a menina Grindelwald puxou o livro para mais perto de si, para que pudesse ler melhor. Reconheceu o livro de maldições, e o trecho específico que Riddle apontava era sobre amaldiçoar com a morte um objeto.

— Eu já li sobre, mas nunca presenciei algo do tipo pessoalmente. Está pensando em usá-la onde? – Questionou, devolvendo o livro ao colega.

Tom Riddle não respondeu a pergunta da garota com palavras, apenas se virou de frente para ela e retirou um anel de seu dedo, entregando-lhe logo em seguida. Ilka notou que era o mesmo anel que ele havia roubado de seu tio, e ela nunca havia tocado ou o analisado tão de perto.

O seu material era dourado e parecia gasto, que denunciava sua idade, e a garota deduziu que pelo tempo que ele durou, muito provavelmente era de ouro. A pedra do anel era escura, em formato de octaedro e Ilka pôde notar pela primeira vez que era possível perceber o símbolo que ela tanto havia estudado durante sua infância na pedra. Não era esculpido, era como se o símbolo pertencesse a pedra.

Tentou disfarçar sua surpresa ao notar aquele detalhe. Seria possível que aquela fosse realmente a pedra? A garota não queria acreditar que a encontraria antes de seu pai, ainda mais naquelas circunstâncias, e ela tinha certeza que Riddle acreditava que aquele anel era uma simples herança de família.

Não demorou muito com o objeto em mãos e logo começou a sentir aquela mesma sensação de objeto amaldiçoado que sentiu ao segurar o diário de Tom.

— Fez outra Horcrux Tom? – Ela perguntou, surpresa, devolvendo o anel ao garoto. – Quem matou dessa vez? Não foi dentro de Hogwarts novamente, certo?

— Não matei mais ninguém, usei a morte de meu pai para fazê-la. Você acha que eu consigo amaldiçoar um objeto que já é uma Horcrux?

— Eu pensei que para fazer o feitiço você tinha que ter recém matado alguém... Então não é assim que funciona?

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