Threat

223 24 0
                                    

O dia amanheceu cinzento naquela manhã de sábado. Garoava levemente do lado de fora do castelo, e uma neblina rasa tomava cobria o solo. Ao se levantar, Ilka notou que suas colegas de quarto, as não tão queridas assim, já haviam saído para o café da manhã.

Emma ainda dormia tranquilamente e a garota não se importou em acordá-la. Aproveitou esse momento sozinha para terminar sua poção.

Tirou o frasco de vidro escuro de seu baú, uma vez que ele estava escondido entre suas roupas. Caçou também o seu par de botas sem salto, embaixo da cama, pois havia colocado dentro de uma delas o pequeno frasco que continha o veneno de acromântula.

Era muito raro para ficar escondido junto com o outro, seria óbvio demais. Destampou o frasco mais escuro e pingou algumas gotas do veneno lá dentro com cuidado.

A poção que antes era esbranquiçada, se tornou negra e levemente transparente.

Ilka sorriu, satisfeita com o resultado, e guardou o frasco menor. Tampou o maior com vigor e o colocou em sua bolsa, junto com o seu exemplar de A mulher sem varinha, e seus materiais de aula - sua pena com tinteiro e alguns rolos de pergaminho.

Pegou suas vestes do dia e caminhou para o banheiro, onde tomou um banho quente e arrumou-se. Naquele dia optou por uma blusa grossa e escura de mangas compridas e gola alta, junto de uma saia de cós alto de flanela vermelha, que batia acima dos joelhos. Meias calças escuras lhe cobriam as panturrilhas, e em seus pés usava um sapato estilo boneca de salto grosso. Não abriu mão de sua diadema de veludo naquele dia.

Ao voltar para o quarto notou que Emma já estava de pé e procurava por uma muda de roupas em seu próprio baú.

— Bom dia, Macmillan. Vou esperar por você na sala comunal para subirmos juntas para o refeitório – disse, enquanto catava sua bolsa largada ao lado da cama.

— Ok, prometo não demorar muito – respondeu Emma, parecendo contente com a atitude da colega.

Emma não tinha muitos amigos e, apesar de Ilka sempre se demonstrar muito fechada, ela era o mais próximo de uma amizade verdadeira que tinha. A falsa Bagshot também pegou sua varinha e a encaixou na lateral de sua saia, antes de descer para o salão comunal.

O lugar estava um pouco mais cheio do que gostaria, entretanto, ela tentou disfarçar sua expressão de desgosto e sentou-se em um sofá vazio.

Ela apanhou seu livro de dentro da bolsa e começou a colocar sua leitura em dia, sempre atenta aos burburinhos ao seu redor. Ouviu seu nome surgir na boca de um grupinho e fingiu continuar lendo, quando na verdade estava focada em ouvir a conversa alheia.

Era um grupo de três garotos que conversavam. Ilka subiu o olhar rapidamente para ver se os reconhecia. Eram de seu ano, e ela já os vira antes conversando com Tom em algumas ocasiões.

Dois deles eram sem dúvidas da família Black, inclusive reconheceu um deles como sendo o irmão de Walburga: Alphard Black. O terceiro membro se destacava dos outros dois sendo levemente mais baixo e possuindo olhos cinzentos e cabelos platinados.

— A novata até que é bonitinha, não acha? – Disse o irmão de Walburga.

— Pensei a mesma coisa quando a vi pela primeira vez, estava até cogitando a ideia de chamá-la para um passeio em Hogsmeade esse fim de semana – respondeu o outro Black.

— Ela é bonita mesmo, mas parece que Tom já a tem na mira. Deveriam ficar longe se têm amor à própria vida – o loiro se pronunciou, e Ilka sorriu com sua fala.

— Riddle já tem todas as garotas de Hogwarts aos seus pés, poderia deixar ao menos algumas para nós, não? – Reclamou o Black não identificado.

—Realmente tem medo do Riddle, Malfoy? Ele é inteligente e tem umas ideias legais. Nos ensinou bastante coisa também, mas não acho que ele seja esse monstro que finge ser – debochou Alphard Black e, finalmente, Ilka descobriu que o loiro era um Malfoy.

I M P E R I U SOnde histórias criam vida. Descubra agora