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Naquela noite, Ilka sonhou com seu pai. Eram relativamente próximos e era estranho saber que não poderia se comunicar com ele por um tempo. E, é claro, nem poderia mais o ver com tanta frequência como antes.

Mesmo depois de ter acordado, continuou deitada em sua cama, olhando o tempo cinzento e nublado pela janela, com preguiça de levantar-se.

A porta do quarto abriu-se com um estrondo e a jovem Bagshot sentou-se na cama de uma vez, assustada com o barulho. Impediu-se de revirar os olhos quando percebeu Emma Macmillan na porta, parecendo envergonhada pelo alto barulho. Usava um vestido simples de poás, com um casaco de tricô turquesa por cima. Nos pés uma botinha marrom de bico fino e salto baixo. Os cabelos estavam soltos e bem penteados, com a parte da frente presa por uma faixa preta.

— Perdão, eu lhe acordei? – desculpou-se a ruiva.

—Eu já estava acordada, não se preocupe – respondeu Ilka, levantando-se e procurando as roupas que usaria naquele dia em sua mala.

Emma não pôde deixar de pensar em como a garota loira, mesmo de cabelos despenteados e camisola amarrotada pela noite de sono, continuava elegante. É como se sua aura transmitisse classe. Ilka apanhou algumas roupas e passou ao lado da Macmillan, em direção à porta.

— Onde fica o banheiro? – perguntou, antes de sair, escorando-se no batente da porta.

— No fim do corredor. É a única porta sem placa de identificação – explicou.

— Ok, obrigada Macmillan – agradeceu e pôs-se a caminhar pelo corredor.

O banheiro não era menos luxuoso que o restante que já havia visto. A pia era longa, toda feita de mármore negro e abaixo dela havia um largo armário de madeira escura, com todos os produtos de higiene pessoal que ela poderia imaginar, inclusive toalhas limpas. Ao canto havia prateleiras com sabonetes e diversos cremes. Os sanitários estavam encostados em uma parede, com várias cabines privativas de portas escuras, e a banheira ficava centralizada no ambiente, sendo de uma porcelana escura. Parecia que cada item ali havia sido pensado para combinar. Ao canto havia também algumas duchas, presas às paredes.

Deixando suas roupas em cima da pia, Ilka pegou uma escova de dentes nova no armário. Catou sua varinha, que estava escondida no meio da muda de roupas e tratou de escrever seu nome na escova nova, para que não se misturasse com a das outras estudantes. Escovou seus dentes e tomou seu banho nas duchas, como de costume. Logo que saiu do banho secou seus cabelos com um feitiço, modelando-os do jeito que sempre usava: com leves cachos em seu comprimento.

Escolheu usar naquele dia uma meia preta mais grossa que a do dia anterior, junto dos mesmos sapatos, além de uma saia cinza de cintura alta, que lhe alcançava os joelhos. Na parte superior, nada mais que uma blusa vermelha de gola-alta que ornava com seu sobretudo bege de botões dourados. Encaixou em sua cabeça sua diadema de veludo e borrifou seu perfume favorito algumas vezes antes de sair do banheiro.

Emma esperava sentada no salão comunal, para irem tomar café da manhã juntas.

Depois de alguns corredores e lances de escada, Ilka e Emma chegaram ao Salão Principal, que era onde aconteciam as refeições.

Quatro longas mesas eram dispostas no grande salão, sendo uma para cada casa. Os professores possuíam sua própria mesa, ao fundo do salão em frente a uma grande janela. Guirlandas enfeitavam as paredes e doze grandes pinheiros decorados para o Natal estavam espalhados pelo salão. Poucos alunos estavam ali, a maioria havia optado por passar o Natal com a sua família. 

Na mesa de Sonserina estavam sentados apenas Tom Riddle e uma garota mais nova, bastante afastados.

Ilka tomou a frente e caminhou até a metade da mesa, onde sentou-se em um espaço vazio do banco, em frente a Riddle, que parecia entretido lendo um livro. O barulho de seus sapatos de salto contra o assoalho de madeira era alto, e a garota gostava.

I M P E R I U SNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ