Green

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Tom Riddle ficou impressionado ao descobrir que Batilda Bagshot não morava em uma mansão, afinal, a senhora havia ganho muito dinheiro com a venda de seus livros.

Era uma casa simples, mas ainda assim bem grande para uma senhora que morava sozinha. Possuía cinco quartos no total, sendo um dela e os outros quatro para visitas (dos quais um deles já havia se tornado oficial de Ilka).

O local era belo e acolhedor, não fugia do padrão das outras casas ali de Godric's Hollow. Tom escolheu ficar com um quarto que ficasse próximo ao de Ilka, pois ela era sua anfitriã, não Batilda, por mais que a senhora lhe chamasse atenção. A velha Bagshot era, na maior parte do tempo, muito calada e parecia temer sua sobrinha.

A presença da filha de Gellert Grindelwald se tornava ainda mais marcante naquela casa do que em Hogwarts, talvez porque ali ela poderia ser quem realmente era, sem seus teatrinhos de boa moça e estudante exemplar que geralmente usava na escola.

Já fazia algumas semanas que as férias haviam começado, e a atividade dos dois não era muito variada, se resumindo em frequentar a biblioteca na maior parte do tempo. Naquele momento, Ilka e Tom se encontravam na sala, tomando o chá da tarde. A mesa era farta, cheia de bolos e biscoitos.

— Acho que já tivemos tempo o suficiente para descansarmos. Quais eram os assuntos que você queria tratar durante as férias mesmo? – Perguntou a loira, enquanto beliscava uma fatia de bolo de limão.

— Uma parte da família de minha mãe ainda está viva: meu tio. Descobri que ele mora em Little Hangleton, pensei em passar por lá e tentar conversar com ele, entender um pouco mais sobre minha história. – Tom lhe respondeu, pacientemente.

— Ótimo, sei onde Little Hangleton é. Existe um cemitério famoso lá por perto, foi onde enterraram minha mãe.

— Pensei que sua mãe fosse húngara, por que não a enterraram por lá? – Questionou Riddle, sem ao menos se perguntar a causa da morte da mãe da garota.

— Ela estava aqui, na Inglaterra, junto a meu pai quando morreu. Eu cursava o meu segundo ano em Durmstrang, foi tudo muito esquisito e repentino. Minha mãe nunca deixava o castelo de Nurmengard, afinal, lá era a base de meu pai. Um dia eu recebi a notícia de que ela havia deixado o castelo e no outro, a notícia de que ela estava morta. Meu pai preferiu enterrá-la por aqui, não podia ficar indo e vindo o tempo todo. O cemitério de Little Hangleton era próximo e possuía alguns nomes bruxos famosos.

— Sinto muito.

— Vou buscar um casaco, já está pronto para ir? – Ilka mudou de assunto, surpreendendo o colega.

— Claro – respondeu ele e a garota correu escada acima.

Riddle não se impressionou ao notá-la voltando de seu quarto com o clássico casaco vermelho, afinal, era sua marca. Ela sorriu para ele e não lhe deu tempo para pensar, segurando a sua mão com um movimento rápido.

O moreno sentiu uma fisgada no umbigo e tudo pareceu perder o foco e se contorcer ao seu redor.

Tom soube imediatamente o que estava acontecendo, o próprio Dumbledore já havia se deslocado com ele daquela maneira, só que por algum motivo o garoto não esperava algo assim de Ilka.

Sentiu-se tonto quando finalmente chegaram ao seu destino.

O ambiente parecia mais escuro do que devia. Ainda não era noite, não fazia sentido o céu possuir aquela cor. Estavam na entrada de um cemitério, provavelmente o qual a Grindelwald havia mencionado. Sepulturas cobertas por heras e alguns anjos de pedra compunham a decoração do lugar, lhe dando arrepios.

Notou, ao fim da rua, uma enorme e mal cuidada casa. Se as luzes não estivessem acesas, Tom poderia pensar que o casarão estava abandonado. Encarou Ilka com insegurança, mas a loira parecia determinada e tomou a frente, indo em direção àquela construção. Preferindo não ficar sozinho, Riddle seguiu a garota.

I M P E R I U SDonde viven las historias. Descúbrelo ahora