Capítulo 25 - Madrugada de Terror (Parte 1)

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Sentado em sua cabine de segurança, Husseim, um imigrante iraquiano de uns cinquenta e poucos anos, observava as câmeras do mais luxuoso complexo residencial de Theodosia. Embora sua função fosse de grande responsabilidade, "já que ele tinha a chave do reino", eram incomuns qualquer tipo de tentativa de invasão. Não apenas por causa da cabine blindada ou do portão de ferro eletrônico. Mas porque sempre havia uma viatura policial por perto e outra dentro do condomínio, além disso os índices de violência em Artaxia eram baixos.

O chato mesmo era quando turistas ou moradores embriagados queriam entrar de qualquer jeito ou estavam sem identificação. Mas ao contrário de outras noites, essa tinha tudo para ser tranquila. O último carro a entrar havia sido do filho do Procurador de Justiça da Austrásia, um festeiro conhecido nas revistas de fofoca de Artaxia, depois geralmente não chegava ninguém.

Ligou a pequena TV que havia na cabine e sintonizou no canal de esportes, era a semifinal da liga espanhola, ele não perderia isso por nada. O jogo estava prestes a começar. Pegou um pacote de cheetos escondido e um copo de refrigerante.

TOC! TOC!

Um homem de preto bateu no vidro da cabine.

— Hussein! Hussein! — chamou o homem.

Hussein assustado olhou para trás. Era Noah, um dos seguranças responsáveis pela patrulha interna do condomínio. Noah era um ex-militar americano que após servir as forças armadas havia conseguido um emprego fixo na empresa que cuidava da segurança do local.

— O que foi rapaz? — perguntou Hussein.

— Abre, quero te contar uma coisa...

Hussein abriu a pequena janela usada para a comunicação externa com um pouco de dificuldade. Noah acabava de regressar de uma patrulha pelas ruas do condomínio.

— O que foi Noah?

— Hussein meu velho, você não vai acreditar no que eu acabei de escutar.

Hussein colocou as mãos na cabeça. O que Noah tinha de músculos ele tinha de fofoqueiro. Apesar disso gostava das histórias do jovem, elas sempre divertiam a monotonia da vigilância noturna.

— Sabe a mansão daquela cantora americana loira que está de férias aqui?

— Sei... — respondeu Hussein fingindo não se importar.

— Então... Acabei de passar por lá e tá tendo uma briga terrível — contou Noah todo animado.

— Como assim? Acha que vamos precisar nos envolver?

— Acho que não... Mas isso não é a melhor parte!

— E tem uma parte boa nisso, Noah?

— Claro que sim... O motivo.

— E qual foi o motivo?

— Parece que ela pegou algumas mensagens do namorado com outra mulher.

Hussein sorriu.

— Esse aí está perdido.

— Também acho — confirmou Noah.

A conversa começava a ficar animada quando do outro lado da grande e extensa rua da parte interna do condomínio uma lanterna acendeu diretamente no rosto dos dois amigos.

— Vocês dois vão ficar fofocando ai ou vão me deixar trabalhar — Gritou Farid.

Apesar de ambos serem iraquianos, Hussein e Farid não conseguiam se dar bem. Tanto que nos últimos tempos era Noah que acabava fazendo o trabalho de intermediador entre os dois. Um americano de intermediário entre dois iraquianos, era quase uma piada de mal gosto, pensava Noah.

O Filho do Barão [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora