Capítulo 22 - Manhã Difícil

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Em uma sala cinzenta, um homem algemado e com o rosto coberto por um saco de pano escuro aguardava solitário. Suas mãos presas sobre a mesa davam pouca mobilidade e os pés estavam amarrados a cadeira tornavam a espera quase torturante.

Na escuridão da venda que cobria seus olhos, o homem de meia idade respirava com dificuldade. Estava a mais de 48 horas sem dormir e as poucas vezes que alguém entrava na sala era para despertá-lo do sono.

Do outro lado do vidro o Tenente-Coronel observava atentamente as reações do prisioneiro. Ao seu lado um homem moreno de pouco mais de cinquenta anos também admirava o resultado do trabalho. General Abdel era o comandante da base e o responsável por permitir o início da operação. Apesar da aparente tranquilidade do momento era perceptível pelo cansaço de ambos os militares que a captura não havia sido tão fácil.

— Quanto tempo até a CIA chegar para levá-lo? — perguntou o Tenente-Coronel.

— Três horas. Washington mal conseguia acreditar quando anunciamos a captura dele — respondeu o General.

— O que sabemos sobre ele até agora, General?

— Ele arquitetou dois atentados na Índia e planejava um ataque na nossa capital.

— E porque nós não o entregamos para nossa justiça? — perguntou o tenente-coronel.

O General olhou nos olhos do subordinado e sorriu, deu dois tapas no ombro do militar que denunciava estar cansado.

— Max, isso é tudo uma questão política. Em troca, o Estado-Maior pretende melhorar as relações exteriores com os Estados Unidos — respondeu o General — O que pretende fazer agora?

Maximiliano riu da pergunta.

— Dormir. Eu e minha equipe estamos a quase 48 horas nessa operação. Meu cachorro nem consegue me reconhecer de tanto tempo que passo fora de casa, sem contar a missão de garantir a segurança da mansão do barão. Minha filha outro dia me perguntou se eu tenho outra família.

O General riu.

— Acho que você realmente precisa dormir, amigo.

Max se despediu de Abdel e caminhou pelos corredores do prédio principal do imenso quartel. A Base Militar de Theodosia, ficava a poucos quilômetros da maior cidade e sede administrativa da província, mas sua localização estratégica permitia acesso rápido a várias partes de Artaxia, além disso por ficar distante da capital era o local reservado o suficiente para operações com o "Legião Estrangeira de Artaxia", um corpo militar composto basicamente por não-cidadãos de Artaxia, ou melhor, antigos estrangeiros, já que todos recebiam a cidadania após três anos de serviço ao rei.

Max chegou na porta de uma pequena sala, na entrada o nome denunciava o proprietário, "Tenente-Coronel Maximiliano Botsuana, Comandante do 5º Esquadrão Especial", um nome pomposo para um cargo cheio de responsabilidade. Antes que pudesse abrir a porta, Polina, uma jovem de origem bielorrussa de cabelos negros e sua subordinada direta no esquadrão o interrompeu. Polina ainda usava o camuflado da operação do dia anterior, assim como Maximiliano.

 Polina ainda usava o camuflado da operação do dia anterior, assim como Maximiliano

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O Filho do Barão [COMPLETO]Where stories live. Discover now