O Filho do Barão [COMPLETO]

Capítulo 13 - Segredos de Família

Ao encontrar a avó na sala, Oliver sentiu um alívio de ver um rosto familiar depois de uma manhã de encontros tensos com os empregados da mansão do pai.

Era como se naquela imensidão finalmente se sentisse um pouco mais perto de casa. Ainda se sentia deslocado em cada cômodo que entrava, como um peixe fora do aquário. 

Dona Rute usava um dos seus vestidos floridos ao seu lado um grosso casaco explicava como ela havia conseguido sair em um clima tão hostil. Ao redor deles, uma sala digna de reis, cheia de sofás de várias cores fazia o garoto se perguntar qual seria a função de um lugar assim.

Apesar da vontade de ser mais discreto, as palavras saíram quase que instintivamente dos seus lábios de Oliver.

— Vó, como ele está?

Dona Rute pareceu um pouco surpresa pela pergunta repentina do neto, e também um pouco enciumada.

— Eu estou bem, obrigada — brincou ela.

— desculpe.

Dona Rute sorriu. Sentou no sofá ao lado do neto transmitindo a paz que sempre carregava com ela.

— Seu pai parece estar melhor, mas ainda está dormindo. Foi muito difícil chegar lá, tivemos que sair da cidade e ir para uma espécie de quartel gigante.

— Um quartel? — perguntou Oliver assustado.

Ela confirmou com a cabeça parecendo tão assustada quanto o neto.

— Por que um quartel, vó?

— Eu não sei porque Oliver, sei que o lugar era tão isolado que por um tempo achei que era algum tipo de armadilha do Coronel Botsuana.

Oliver ouviu assustado o relato da avó sobre a localização do Barão.

— Sei que você está feliz de conhecer o seu pai Oliver...

— eu não estou feliz por conhecer esse homem — interrompeu Oliver.

Dona Rute riu da atitude infantil do neto.

— Você está, ainda que não admita. Eu sei que esperou por isso sua vida toda, sinto muito se não foi como você imaginou.

Oliver abaixou a cabeça. De fato estava feliz, mas ao mesmo tempo sentia uma espécie de raiva. Ainda lembrava da conversa com o pai e da frieza do homem em relação a ele e a sua mãe já falecida.

— Como eu estava dizendo antes... Sei que você está feliz com a chance de conhecer seu pai, mas vou ser sincera com você meu neto, seu pai é mais importante do que as pessoas parecem querer admitir.

O garoto ficou em silêncio pensando nas palavras da avó, por mais que a atitude dos empregados da mansão fossem justificadas pelas suspeitas a respeito das suas intenções como o "bastardo misterioso", as câmeras e o sistema de segurança da mansão davam razão às palavras de Dona Rute.

— E então, o que vai acontecer agora? — perguntou o jovem tentando mudar de assunto.

— Bem, o coronel pediu para que você mantenha segredo sobre seu laço familiar com o Mikhail até que ele volte para casa — respondeu a avó.

— Como assim?

— Parece que o coronel quer que você comece a frequentar as aulas aqui e tente levar uma vida tranquila até seu pai se recuperar ou eles pegarem quem atacou seu pai.

— E você concordou com isso? — perguntou o neto assustado. — Nós saímos do Brasil justamente porque tinha alguém querendo nos matar.

— Verdade. Mas isso ainda é só uma suspeita meu neto, e você não pode ficar sem estudar não é?