Pensar fora da caixa.

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Bishop.

Suspirei fundo, me revirando na cama quando ouvi meu celular tocar. Ainda estava escuro, o que me fez ter certeza de que o relógio não marcava nem 5 horas da manhã.

- Detetive Bishop. - Atendi, tentando me desfazer da voz de sono, mas foi em vão. Concentrei todos os meus esforços em entender onde era a cena do crime e anotei para não esquecer. - Estou a caminho. - Tomei um banho e me arrumei o mais rápido que consegui, indo em direção ao local.

- Por que não podem achar corpos entre 9 da manhã e 5 da tarde? - Foi a primeira coisa que ouvi de Victoria assim que saí do meu carro e ela me entregou um enorme copo de café.

- Meu deus, você me conhece tão bem, obrigada! - Agradeci, a abraçando de lado. - Bom, dizem que deus ajuda quem cedo madruga. - Fiz uma careta. Estreitei os olhos quando vi Carina andando de um lado para o outro conversando com algumas pessoas.

- Ela chegou aqui antes de mim! - Vic disse, demonstrando surpresa. Eu obviamente estava chocada.

- Finalmente chegou, você vai amar isso! - Ela disse quando veio em minha direção, me puxando pela mão e guiando até onde estava o corpo. Eu amava o meu trabalho, mas jamais entenderia como ela conseguia ficar empolgada diante daquele tipo de coisa.

O local era uma obra em andamento e o corpo estava em uma espécie de andaime. Provavelmente tinha sido jogado ali, mas estava estranhamente posicionado de maneira quase teatral. Era uma mulher, usava um vestido branco e tinha longos cabelos pretos que estavam soltos, dando a impressão de movimento. Andy estava lá em cima observando os detalhes e fazendo anotações.

- Legal, né? Meu primeiro caso arquivado. - Carina fez piada, me fazendo respirar fundo para não perder a paciência. - Ah, vai, é um pouco engraçado.

- Não tão engraçado quanto é verdadeiro. Ela está congelada. - Andy informou, me fazendo ficar confusa.

- Que? Qual a temperatura de ontem a noite? - Questionei.

- Por volta de 7°C. - Quem respondeu foi Travis, que tinha acabado de chegar.

- Não foi por exposição. - A legista falou, não tirando a atenção de seu caderninho.

- Passa gente por aqui o tempo todo, o garoto disse que não existe a possibilidade de que ela estivesse aqui ontem a noite. - Hughes informou.

- Ela está derretendo. - Observei. - O que tem para mim?

- Vai demorar para derreter por completo, mas posso dizer que está aqui há pouco tempo. Talvez umas duas horas. - Herrera concluiu.

- E sobre a segurança? - Me virei para Hughes e Montgomery.

- A cerca é em tela, foi preciso apenas um par de alicates. - A mulher respondeu.

- Não é meio estranho se dar ao trabalho de congelar um corpo e depois desová-lo? - A voz de Deluca se fez presente de novo. - Acho que temos dois tipos de pessoa aqui. Um assassino que congela um corpo quer um souvenir. Mas o cara que se livra do corpo? - Ela parecia em dúvida.

- Não quer se lembrar do crime. - Completei. - Por favor, consiga um close do rosto, quero checá-la entre as pessoas desaparecidas. - Me dirigi a um dos fotógrafos da cena.

- Oh, legal! Como no Discovery Channel quando coloca o rosto no sistema de reconhecimento facial? - Carina estava realmente empolgada e confesso que era meio engraçado, eu apenas confirmei.

- Então, qual você acha que é a história da nossa desaparecida? - Queria saber quão criativa a sua mente conseguia ser.

- Não sei como começa, mas sei como termina. - Fez uma pausa meio dramática. - Congelada em uma construção. Então, a primeira pergunta é, como ela chegou lá? - Antes que eu pudesse dizer algo, a voz de Travis soou atrás de nós.

I JUST WANT YOU | MARINAWhere stories live. Discover now