Carina Deluca é uma escritora de romances policiais que acabou de matar seu personagem principal e segue com bloqueio criativo. Seu caminho cruza com o da detetive de homicídios Maya Bishop quando um fã começa a cometer assassinatos imitando os de s...
Simplesmente ignorei tudo o que tinha sentido quando vi Carina em perigo, eu precisava disso. Eu não podia pensar no quanto tive medo, no quanto senti que meu coração despencaria do peito com a possibilidade de algo ruim acontecendo à italiana, e nem em toda a raiva que senti quando vi aquele desgraçado apontando uma arma para ela. Eu não podia.
E eu precisava me concentrar no fato de que, agora que o caso estava finalizado, não precisaria mais lidar com ela. Uma semana convivendo com sua falta de noção e irresponsabilidade tinha sido mais que o suficiente, certo?
- Queria me ver, chefe? - Perguntei assim que cheguei a sala de Ben após ser informada logo pela manhã de que ele me chamava em seu escritório.
- Sim. - Ele respondeu e me aproximei. - Acabei de receber um telefonema do prefeito. Parece que você tem uma fã.
- Uma fã?
- Carina Deluca. - Revirei meus olhos assim que ouvi o nome. - Parece que ela achou uma musa para ser a protagonista de sua próxima série de livros. Uma rígida, porém adorável detetive de homicídios. - Me perguntei onde ele queria chegar com aquilo, até perceber que ele estava falando de mim.
Meu corpo pareceu esquecer como respirar por alguns segundos.
- Estou... Lisonjeada... Eu acho. - Aquilo realmente estava acontecendo?
- Não fique. Ela vai precisar fazer pesquisa de campo com você.
- O que? Você só só pode estar brincando! - Respondi com o tom de voz alterado. - Ela parece uma criança correndo atrás de um doce, é totalmente incapaz de levar algo a sério.
- E ainda assim ajudou a resolver o caso. E se o prefeito está feliz com isso, então eu também estou. - Warren sorriu de um jeito que me fez querer arrancar seus dentes.
- Por quanto tempo? - Já tinha entendido que não adiantaria discutir.
- Isso é ela quem vai decidir. - Apontou para a porta, indicando que eu saísse da sala e, quando me virei, dei de cara com uma Carina sorridente.
Um sorriso que era quase tão bonito quanto era irritante.
Bufei em frustração e fui até a minha mesa com ela me seguindo.
- Meu deus, esse é provavelmente o pior café que já tomei em toda minha vida. É como... - Ela pareceu pensar no que dizer, enquanto eu já estava completamente irritada em menos de 5 minutos ao seu lado. - É como xixi de macaco misturado com ácido de bateria. - Passei a mão nos cabelos e respirei fundo, prestes a perder a paciência.
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◇ ◇ ◇
- Senhorita Deluca, está avisada. - O promotor que veio até a delegacia disse. Carina precisaria assinar um termo de responsabilidade. - Se machucar-se seguindo a detetive Bishop na pesquisa para seu livro, não poderá culpar a prefeitura. Se levar um tiro, não poderá culpar a prefeitura. Se for morta...