15 - O almoço e a amiga.

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[NVS] Capitulo 15 - O almoço e a amiga.

Abri meus olhos, e o quarto branco que eu já conhecia estava mais clara com a luz do sol que teimava em entrar pela janela, olhei ao redor, vendo os aparelhos do hospital, olhei para a porta de vidro e vi minha mãe conversando com meu pai, eles pareciam que estavam discutindo, eles olharam ao mesmo tempo para um lado e Alex apareceu, também falando com eles, com a expressão irritada, ele balançava os braços mostrando impaciência, uma enfermeira veio de longe, com uma prancheta, parou perto dos três interrompendo-os, ela falou algo com eles e pude perceber a chateação deles em seus rostos.

Alex olhou para mim, através dos vidros, e saiu, irritado, acho que eu até poderia decifrar o que ele estava pensando. Mas finalmente vê-lo me deixou feliz, e ao mesmo tempo triste, ele estava novamente me deixando sozinha, o meu maior medo era descobrir se ele tinha ou não contado a minha mãe e ao meu pai o que faziam comigo na escola.

Depois de algum tempo, descobri que ele não falou sobre nada, só estava irritado, e dizendo que a culpa era minha, bem tipico de Alex, recebi alta e fui para casa, eu estava com o braço engessado, e usando um outro apoio das costas, pois estava doendo muito, e pelo o que a enfermeira tinha dito, eu quase tinha quebrado duas costelas, mas meu braço amorteceu a queda, eu sentia dor de cabeça leve, e minha mãe disse para eu não dormir, meu pai ficou um tempo comigo, mas ele precisava ir, seu celular não parava de tocar, e era o trabalho, minha mãe foi ao super mercado, comprar guloseimas para mim, acho que esse fato é bom de estarmos doente, não estou bem doente, mas acho que conta.

Mandei uma mensagem para Alex, pedi para ele vir em casa, precisava falar com ele, Alex não respondeu de imediato, achei que ele nem iria vir pela demora, ouvi a campainha de casa e olhei pela janela, vi Alex indo até o carro dele e fechei a cortina da sala, abri a porta, pegando a chave, ouvi o som do alarme do carro dele, ele se virou, me olhando, eu parei no meio do caminho, meu coração estava acelerado, será que era medo? Dele brigar comigo?

- Vai falar comigo com o portão fechado? - Ele me chamou a atenção, na frente do portão, com uma mão no bolso e a outra ele tinha uma caixinha quadrada.

- Ah, desculpa! - Eu corri até o portão, arrastando meu chinelo e abri o portão com dificuldade, dei um passo para trás esperando ele entrar.

- Aqui ninguém taca ovo no carro, né? - Ele olhou para seu carro e depois para mim.

- Hã? - Fiz careta sem entender. - Como assim? Acho que não. - Olhei para o carro dele, que estava limpo e lavado.

- Hum… que bom. - Olhei para ele, que estava no meio da garagem, ainda olhando para o carro, desconfiado, dei uma risada e tranquei o portão, andei até a porta de casa e abri entrando. Fiquei na porta olhando para ele, agora ele estava olhando para dentro de casa. - Cadê sua mãe?

- Ela foi no super mercado. - Olhei para dentro também, e voltei a olhar. - Vem… - entrei em casa, esperando ele, mas ele apenas andou até a porta e ficou parado.

- Bom, não vou entrar com você sozinha, ai! - Ele disse olhando para trás, será que ele estava conferindo o carro de novo?

- Por quê? - Fui até a porta novamente, olhei para o carro dele. - Quer colocar seu carro pra dentro? Acho que assim você não se preocupa com ele.

- Não. - Ele me olhou, franzindo a testa. - Seu pai disse para eu nunca entrar na sua casa se você estiver sozinha.

- Por quê? - Porque meu pai diria algo assim? - Claro que você pode entrar! - Fui até ele e peguei em seu pulso tentando arrastá-lo para dentro de casa, mas ele nem saiu do lugar.

- Toma, isso é para você. - Ele me apontou com o braço que eu estava segurando a caixinha, larguei ele na hora e peguei a caixinha, curiosa.

- O que é? - Tentei ouvir o que tinha dentro, mas não consegui. Ele deu uma risada debochada, me dando um soco bem de leve na cabeça. - Entra logo! - Entrei em casa e olhei para ele, ele ficou de frente para a porta, olhando ao redor.

A Nova vida de SamWhere stories live. Discover now