Vitória White
Eu sempre fui péssima em terminar as coisas, eu nunca sei o que falar, o que fazer, ou como agir, por isso talvez, eu acabe em um estado de completa negação.
- o que você está fazendo aqui? - perguntei para Henrique que estava sentado no sofá assim que eu cheguei.
Na verdade o caminho até aqui, foi mais difícil do que parece, Megan deu um trabalho do cão, acabou que deixei ela na casa da Ana, basicamente, deixei Catarina, Morgan e Ana, como babás da Megan, eu ficaria lá também, mas sentia que meus ossos se esfarelariam e eu não poderia ajudar como uma pessoa normal.
O caminho da cobertura - que já foi minha - até a minha casa, gastei 20 minutos, depois de tudo que ocorreu hoje, sinceramente, eu achei que dormiria igual uma pedra, mas Henrique não vai desistir, não tão fácil.
- eu não vou desistir vitória, eu quero saber o que aconteceu naquela corrida e o porque que você está agindo desta forma.
- que forma? - pagar de sonsa é a melhor coisa que eu faço.
- amanhã... - ele suspirou curvando os ombros para frente - amanhã é um dia importante.
- porque...?
- porque é dia do baile, uma porra de uma festa, aonde eu pretendia te pedir em casamento, para toda a sociedade.
- você tem que me pedir em casamento, não a sociedade.
- você entendeu o que eu quis dizer.
- eu acho que não - falei colocando uma meia no pé.
Henrique balançou a cabeça em negação, ele evitou o meu olhar, logo depois apoiou os cotovelos no joelho, ai olhou para mim, com os olhos vermelhos, tentei não parecer afetada, tentei controlar o meu corpo, para não andar até ele e me jogar em seus braços.
- eu preciso de você - ele sussurrou enquanto eu desviava o olhar, mantendo uma expressão fria no rosto.
Ele se levantou andando até mim, desviei dele, suas mão que antes iam me tocar, caíram ao lado do corpo forte e tatuado, Henrique passou a mão na barba antes de colocar uma mão no bolso da calça jeans preta.
Esse é o momento que o universo poderia me ajudar, uma ligação quem sabe? talvez mais uma mentira? pensa Vitória, pensa!
- eu não posso fazer isso - foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, na verdade foi a segunda, a primeira mesmo foi a típica frase " não é você! sou eu ".
- o que está acontecendo? eu não quero que exista segredos entre nós - se ele soubesse da ponta rochosa da montanha, porque o meu problema se caracteriza maior que uma montanha.
Preciso pensar em algum erro do Henrique, algum deslize, pensa, pensa, pensa, ninguém é perfeito, ele deve ter errado em alguma coisa, se eu conseguisse lembrar, pelo menor que fosse.
A solução é jogar verde, vou jogar a corda e ver se ele se enforca.
- não é nada - por favor Henrique, se enforque, facilite para mim.
- se for por causo do que a Daniele fez, naquele quarto... - isso, se eu pudesse teria feito uma dancinha.
- Henrique, não me venha com desculpas, nem com discursos decorados - ai, fala sério, essa doeu.
- que porra de discurso decorado? Você estava lá - merda!
- quem disse? se eu não me lembro, eu não fiz - respirei fundo, mas me lembrei de algo rapidamente, apontei para ele antes de falar: - se tiver foto é montagem.
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Acaso perigoso - livro 1 da série: Os Mendonça
Romance"O amor surge de onde menos se espera" Vitória White com 25 anos, entra de cabeça em uma vida corrida, precisa fechar um contrato com um importante CEO de Londres, ao finalmente conseguir o que tanto deseja, o CEO responsável pelo contrato, se apo...