Capitulo 65

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Vitória White

Eu sempre fui péssima em terminar as coisas, eu nunca sei o que falar, o que fazer, ou como agir, por isso talvez, eu acabe em um estado de completa negação.

- o que você está fazendo aqui? - perguntei para Henrique que estava sentado no sofá assim que eu cheguei.

Na verdade o caminho até aqui, foi mais difícil do que parece, Megan deu um trabalho do cão, acabou que deixei ela na casa da Ana, basicamente, deixei Catarina, Morgan e Ana, como babás da Megan, eu ficaria lá também, mas sentia que meus ossos se esfarelariam e eu não poderia ajudar como uma pessoa normal.

O caminho da cobertura - que já foi minha - até a minha casa, gastei 20 minutos, depois de tudo que ocorreu hoje, sinceramente, eu achei que dormiria igual uma pedra, mas Henrique não vai desistir, não tão fácil.

- eu não vou desistir vitória, eu quero saber o que aconteceu naquela corrida e o porque que você está agindo desta forma.

- que forma? - pagar de sonsa é a melhor coisa que eu faço.

- amanhã... - ele suspirou curvando os ombros para frente - amanhã é um dia importante.

- porque...?

- porque é dia do baile, uma porra de uma festa, aonde eu pretendia te pedir em casamento, para toda a sociedade.

- você tem que me pedir em casamento, não a sociedade.

- você entendeu o que eu quis dizer.

- eu acho que não - falei colocando uma meia no pé.

Henrique balançou a cabeça em negação, ele evitou o meu olhar, logo depois apoiou os cotovelos no joelho, ai olhou para mim, com os olhos vermelhos, tentei não parecer afetada, tentei controlar o meu corpo, para não andar até ele e me jogar em seus braços.

- eu preciso de você - ele sussurrou enquanto eu desviava o olhar, mantendo uma expressão fria no rosto.

Ele se levantou andando até mim, desviei dele, suas mão que antes iam me tocar, caíram ao lado do corpo forte e tatuado, Henrique passou a mão na barba antes de colocar uma mão no bolso da calça jeans preta.

Esse é o momento que o universo poderia me ajudar, uma ligação quem sabe? talvez mais uma mentira? pensa Vitória, pensa!

- eu não posso fazer isso - foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, na verdade foi a segunda, a primeira mesmo foi a típica frase " não é você! sou eu ".

- o que está acontecendo? eu não quero que exista segredos entre nós - se ele soubesse da ponta rochosa da montanha, porque o meu problema se caracteriza maior que uma montanha.

Preciso pensar em algum erro do Henrique, algum deslize, pensa, pensa, pensa, ninguém é perfeito, ele deve ter errado em alguma coisa, se eu conseguisse lembrar, pelo menor que fosse.

A solução é jogar verde, vou jogar a corda e ver se ele se enforca.

- não é nada - por favor Henrique, se enforque, facilite para mim.

- se for por causo do que a Daniele fez, naquele quarto... - isso, se eu pudesse teria feito uma dancinha.

- Henrique, não me venha com desculpas, nem com discursos decorados - ai, fala sério, essa doeu.

- que porra de discurso decorado? Você estava lá - merda!

- quem disse? se eu não me lembro, eu não fiz - respirei fundo, mas me lembrei de algo rapidamente, apontei para ele antes de falar: - se tiver foto é montagem.

Acaso perigoso - livro 1 da série: Os MendonçaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora