Capítulo 14

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No domingo, Louis não acorda com o alarme. No domingo, Louis acorda com alguém balançando seus ombros gentilmente, enquanto seu rosto está deitado sobre um livro aberto, dobrando uma das páginas. Demora um longo momento para ele se lembrar quem ele é, onde ele está, quem está o tocando.

"Louis," Harry diz suavemente. "Seu alarme despertou meia hora atrás. Eu não acho que você queria dormir."

Louis olha para ele sonolento, e então ele espirra. É o espirro que o faz acordar. Ele só não tem tempo de cobrir a boca antes de acontecer, e parece que o espirro balança o cérebro dele, o que parece estar pesando dez vezes mais do que pesava ontem. Ontem, quando ele adormeceu no meio do trabalho. Ele se lembra de fechar os olhos às quatro por apenas um segundo e—

"Não," Louis grunhe. "Não, não—," seus olhas desviam para o alarme, vendo a hora marcar 9:13. "Eu estou atrasado. Eu estou atrasado pra caralho. Eu preciso-" ele pula, empurrando Harry da frente enquanto ele junta as coisas dele. "Porra, como eu dormi?"

"Você parece exausto," Harry diz gentilmente. Ele coloca uma mão sobre o ombro de Louis, o acalmando. "Eu acho que você deveria voltar pra cama."

"Voltar pra cama," Louis repete. "É, claro, é exatamente o que eu vou fazer." Ele revira os olhos e anda rapidamente pelo quarto, pegando a mochila. Ele coloca tudo dentro. "Eu não tenho escolha. Eu sei que você tá pouco se fodendo pra essa merda, mas alguns de nós não podem se acomodar só porque são bons em jogar uma bola ou coisa do tipo. Alguns de nós têm que trabalhar de verdade, Harry, okay? Eu sei que deve ser bom pra caralho no seu mundo, onde você pode dormir o dia inteiro e não fazer nada, mas eu não—,"

Harry volta para sua cama, puxa o cobertor para cima de si e vira de costas para Louis sem dizer nada.

Louis se apressa para colocar uma touca em seu cabelo horrível, e então ele está correndo pela porta, não olhando de volta para Harry. Quando ele chega à biblioteca, ele está sem fôlego e suando, mesmo que esteja congelando do lado de fora. Ele só tem tempo de levantar a mao em um aceno curto para Nancy antes de correr pelo local, indo até as mesas do fundo.

O grupo todo já está ali, debruçado sobre livros, papéis e trabalhos. Louis derrapa até parar, a mochila escorregando do seu ombro, e todos olham para ele antes de um ceder, deixando uma risada suave escapar. E então todos eles estão rindo, fazendo parecer que ele é louco.

"Cristo," um deles diz. "Você realmente tentou fazer todo aquele trabalho ontem à noite?"

"Nós estávamos brincando, Louis!" outro diz. "Ninguém esperava que você fizesse isso de verdade."

"Nós achamos que você ia perceber," Lisa acrescenta, a única que parece se sentir culpada. "Não achei que você realmente fosse conseguir."

Louis pisca. "O q-quê?"

"Nós temos até semana que vem," Lisa explica. "Você sabe disso, certo? Ontem nós só trocamos números, na verdade. Conversamos sobre o que vamos fazer. Ninguém começou ainda. A reunião de hoje era pra focarmos em distribuir o trabalho da pesquisa, e então na terça nós vamos nos encontrar e juntar tudo."

Louis só — "O que? Mas eu- eu fiquei acordado até as quatro porque—,"

"Merda, ele realmente fez! Ele realmente tentou fazer."

Lentamente, Louis se senta. Os outros três continuam a rir pela sua tentativa, mas Lisa acaricia o ombro dele e o olha como se pedisse desculpas. "Só era uma brincadeira," ela diz. "Desculpa se nós pegamos pesado."

Mas eles não parecem tão arrependidos, de verdade. Louis está exausto demais para ficar chateado com isso. Então, em vez disso, ele se afunda na cadeira e tenta prestar atenção em tudo o que eles dizem. E assim que ele pode, ele vai embora, sem dizer tchau para qualquer um deles.

Não é até ele estar de volta ao quarto, ter fechado a porta atrás de si que ele desmorona. Ele vai até a cama, deixando a mochila no meio do quarto, e então se joga no colchão. Ele afunda a cabeça nas mãos e tenta controlar seus olhos, que estão queimando, e o nó em sua garganta. Porra, ele se sente como um idiota. Ou talvez ele só esteja cansado demais e ele está ficando sentimental. Isso acontece, às vezes, mas isso não justifica por que está acontecendo. O que importa é que está acontecendo. Ele está chorando.

"Louis."

"Agora não, Harry," Louis pede. "só—tire sarro mais tarde, okay?"

A cama de Louis afunda, e a então ele sente mãos gentis fazendo círculos em suas costas. "O que aconteceu?"

Ele não faz ideia de por que ele faz isso, mas ele se encontra afastando as mãos do rosto e respondendo à pergunta. "Eles— eles me fizeram sentir como idiota."

A expressão de Harry se torna indiferente. "Não é legal quando isso acontece, huh?"

Agora os olhos de Louis estão marejados e vermelhos, sua voz está grossa, reprimida pelas lágrimas, e a culpa está embrulhando seu estômago. "Harry, eu--"

"Não se desculpe quando você não sente culpa," Harry diz, rude. Ele sai da cama e Louis estremece, querendo que aquelas mãos ainda estivessem acariciando suas costas. "Eu tenho que— eu preciso ir."

"Ir onde?"

"Qualquer lugar longe daqui." Harry diz, quase inaudível, antes de deixar o quarto.

Louis encara a porta fechada, tentando entender o que ele sente. Mas ele não pode, ele está cansado demais, então ele puxa as cobertas e reza para o sono chegar antes de ele começar a se lamentar por tudo o que aconteceu hoje.

Not Happening - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora