Capítulo XXV

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Jonas e Viviana dedicaram-se a confortar Kael, que agradecido nem mesmo questionou a amiga pelo seu mais recente desaparecimento, apenas recebia de braços abertos tudo o que lhe era oferecido, e tê-los ali era um grande alívio, sem a companhia dos irmãos que estavam na escola, provavelmente estaria mais uma vez se debulhando em lágrimas, definitivamente Kael era uma completa bagunça emocional.

– Sabe, acho fofo o jeito que tu chama ele. Di... é tão bonitinho, e a forma como tu pronuncia é tão intensa... sei lá, uma palavra tão pequena que parece representar muito, ter tanto significado e sentimentos envolvidos ... – Divagou Jonas.

– Eu acho um pouco estranho. – Viviana sorriu. – Não me leva a mal. É que sempre vi a figura do Dionísio com olhos temerosos por tanto tempo que agora ver a maneira como tu fala com ele não parece a mesma pessoa, mas no dia do aniversário do teu irmão, consegui ver a forma que ele também te trata, e cara... isso é surreal. Porque olhando pra vocês... definitivamente ele é o predador e tu a presa, mas ele não parece só gostar de brincar com a comida, como também tem devoção por ela... Gente, isso é muito doido!

– Eu não sei se isso deveria ter soado como algo um pouco mais sexual... ou canibal, como pareceu... – Com sobrancelhas arqueadas, questionador, Jonas analisou. – Resumindo, teus comparativos é que são muito estranhos. – Sorriu, e Viviana deu de ombros.

– Eu não sei se entendo o que a Viviana quer dizer, mas... acho que talvez o que te passa essa impressão mais agressiva do Di seja por causa de toda aquela postura que ele tem, as tatuagens, a barba... – Ponderou Kael.

– É... isso e os crimes que eu ouvi falar que ele já cometeu... – Viviana divagou sem se dar conta do que tinha dito, recebendo um resmungo de Jonas para que ficasse quieta, fazendo que somente assim percebesse o que dissera. – Desculpa amigo, eu não deveria ter dito isso.

– Kael suspirou. – Tudo bem Viviana, eu sei que o Di não é santo e que tem coisas... tem coisas... – Hesitou. – Nós sabemos como ele ganha a vida. – Disse por fim. – Mas comigo ele é diferente...

– E vamos combinar que essa pegada bad boy meio que te atraiu... o lance de tatuagens, barba e força bruta te despertou. – Viviana manifestou-se novamente e Kael riu envergonhado.

– Eu sei bem o que é isso... – Jonas divagou.

– Conta. – Incentivou Viviana.

– O QUE? – Jonas exclamou aturdido.

– A tua história, oras. – Resmungou como se fosse óbvio.

– Não... eu .... é que... – Jonas se atrapalhou.

– Não precisa falar nada se não quiser. – Apaziguou Kael, invertendo suas posições por um momento e sorriu compreensivo.

Jonas suspirou e retribuiu o sorriso, estava entre amigos, não tinha porquê esconder.

– Eu sempre fui muito besta. Carente demais, sabe? – Bufou. – Quando era mais novo achava que ia encontrar o príncipe encantado, que ia passar o resto da minha vida, e nisso acabava me apaixonando rápido demais por qualquer um que demonstrasse um pouquinho de atenção.

– Tu não era besta, apenas sonhador, e isso não é ruim, apenas mostra que você é humano e tinha vontade de encontrar um amor só seu... – Disse Kael.

O olhar de Jonas ficou terno pelo que ouvia do amigo, mas não podia fugir da realidade.

– Não amigo, eu era besta mesmo, na verdade ainda sou, né? Porque nem tem muito tempo que o meu pior erro aconteceu.

– Pior que quando se é muito sonhador assim, a pessoa acaba quebrando a cara. – Disse Viviana pensativa.

– Pois é, pra vocês verem, sempre pensei dessa maneira romântica demais e olha só onde acabei... me vendendo na rua.

Destinado a vocêWhere stories live. Discover now