Capítulo 41

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Natacha

Me olho no espelho admirada com o vestido, ele ficou do jeito que imaginei, acinturado com decote coração de alças de renda caidas nos braços e a saia toda de tule com rendas de ramos e rosas pequenas, no cabelo optei por um coque com enfeite de florzinha branca e raminhos dourados, os cachos ficaram bem grossos e alguns soltos na lateral do rosto, meu cabelo cresceu nos últimos meses e ficou lindo. A maquiagem bem leve, com cílios postiços para incrementar. Ouço batidas na porta e abro, era Jonh, ele sorri e entra.

— Está tão linda, princesa! — seus olhos estão marejados, ele que vai entrar comigo.

— Obrigada! — sorrio.

— Você sabe que é como uma filha pra mim, né? — assinto.

— E você é a figura paterna que eu sempre tive, Jonh, e eu sou muito grata por tudo que já fez por mim. Eu o amo como um pai! — puxo ele para se sentar na cama.

— E eu a amo como uma filha! Tenho um presente para você, Ruth disse que normalmente no dia do casamento da filha o pai dá uma jóia ou outro presente, ela me ajudou a escolher — ele pega uma caixa preta de veludo de dentro do bolso do paletó preto.

Jonh me entrega e eu abro me deparando com um conjunto de jóias, o colar era de ouro branco com pedras brilhantes que aumentavam de acordo que chegavam ao meio e os brincos ponto de luz, com duas pedras.

— É lindo, Jonh, mas eu não posso aceitar — tento devolver.

— Não faça isso, vou ficar chateado se recusar o presente — me olha.

— Mas é que... — ele me interrompe.

— Mas nada! Deixe-me colocar em você, vire-se — pede e eu me viro, depois de prender o colar eu coloco os brincos e vou para frente do espelho.

— Muito obrigada, Jonh! — dou um abraço bem apertado nele.

Ele me deixa sozinha e eu me sento na cama, respirando fundo, tentando controlar minha ansiedade. Os últimos preparativos foram os mais tranquilos, a escolha das flores, eu quis tudo com rosas brancas e flores do campo, com bastante folhagens misturada nos arranjos. No gazebo é o altar, também com enfeites de flores e cortinas brancas de tecido fino nas laterais, as cadeiras na lateral é de madeira com estofado e um tapete de pétalas de rosas que vai me levar até o meu marido. Minha sogra vem me buscar, olho mais uma vez no espelho e está tudo certinho, desço as escada tomando cuidado para não cair. Paro em frente as portas de vidro, ela beija a minha testa e entrelaço meu braço no do Jonh quando ele volta depois de levar a Ruth até o altar. A melodia que sai dos violinos é a deixa para eu entrar, aperto o buquê com mais força e sorrio, entrando com o pé direito no gramado.

Vincent

Fiquei cumprimentando os convidados até a minha mãe dizer que Natacha estava pronta, eu quis ir até o quarto, mas Rebecca não deixou porque pode dar azar ver a noiva antes da hora e eu preferi não brincar com crenças populares. Subo no altar e os padrinhos entram, o som que emite dos instrumentos musicais é o sinal de que a minha esposa está prestes a entrar, olho para o final do tapete de pétalas e abro um sorriso quando a vejo, vestida de noiva e caminhando até mim, a felicidade está estampada em seu rosto. Jonh me estende sua mão e eu o cumprimento, dou um beijo na testa da minha mulher.

— Você está linda! — elogio.

— Obrigada, você também! — sorriu de lado.

Nos viramos para o celebrante e ele inicia a cerimônia, quando chega a hora das alianças giramos os calcanhares em direção ao corredor e nossos filhos caminham até nós, me abaixo dando um beijo na cabeça deles e Natacha faz o mesmo, entrego os anéis para o celebrante e me viro para a minha esposa. Ele me entrega a aliança dourada dela, é quadrada com duas fileiras de pedrinhas brilhantes, quis uma nova para dar sorte.

— Eu, Vincent, aceito você, Natacha, como meu legítima esposa e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe — deslizo a jóia por seu dedo e dou um beijo nele.

— Eu, Natacha, aceito você, Vincent, como meu legítimo esposo e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe — ela faz o mesmo.

O celebrante finaliza e me autoriza a beijar a noiva, puxo ela pela cintura e colo nossos lábios. Pensei que não fosse ficar emocionado porque já passamos por isso antes, mas essa cerimônia foi totalmente diferente da outra e hoje estamos mais maduros, o nosso amor só aumenta e juntos enfrentamos muitos problemas e sei que ainda virão outros pela frente, nossa vida só está no meio e até o fim tem muita coisa para viver.

— Eu te amo! — sussurra.

— Eu te amo! — sussurro de volta.

Nos beijamos mais uma vez e saímos do jardim sobre os aplauso dos nossos amigos. Depois de trezentas fotos as meninas subiram com Natacha para ajuda-la a trocar o vestido, meus olhos estão até ardendo com tantos flashs. Melaine e senhor Beaumont também foram nossos padrinhos e como presente resolveram nos dar o álbum de fotografias.
Pego um copo de uísque na bandeja do garçom e penduro meu paletó na cadeira da mesa onde meus pais estão sentados.

— Ei, maninha — brinco com Victória, meu irmão está dormindo, ele é bastante dorminhoco.

— Fica com eles um pouco, filho? — minha mãe pergunta.

— Claro, mãe, fica tranquila — ela sai com o meu pai.

— Já virou babá de irmão mais novo? — Lorenzo brinca se sentando na cadeira.

— Mamãe saiu com o meu pai, devem ter ido dar uma volta — dou a mamadeira de água para minha irmã.

— Espero que essa volta não resulte em uma surpresa daqui nove meses — bebe um gole da sua bebida.

— Só você mesmo para falar uma coisa dessas — solto uma risada.

— No momento a única surpresa que quero ganhar é um filho, já está bom de irmãos e cunhados novos.

— Você só ganhou a Ayla de irmã mais nova. E eu que ganhei dois de uma vez?

— A Ayla já vale por cinco crianças, toda a energia que eu e Pierre não tivemos na nossa infância, minha irmã ganhou ao dobro.

— Ela é uma garotinha bem agitada mesmo.

— Imagina quando junta ela e a Antonella? Meus cabelos brancos estão aumentando por dia — suspira e eu acabo rindo.

Uma vez por mês nós fazemos um almoço para reunir todo mundo, vira quase uma festa, as crianças brincam o dia todo e elas amam passar os momentos juntas, torcemos para elas serem próximas assim quando ficarem mais velhas.

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Natacha e eu saímos de fininho da festa, meus pais vão ficar com os meninos. Nós vamos passar a noite no hotel e amanhã cedo iremos para uma cidade que se chama Chantilly, ela é ao norte da França e minha esposa já queria conhece-la há um tempo porque a maior atração é um castelo da época medieval, dentro dele é um museu com uma bela arquitetura e vários cômodos para serem explorados, vai ser um passeio muito interessante.
Pego minha mulher no colo antes de entrar no quarto e fecho a porta com o pé, ela abre um sorriso antes de me beijar, eu a deito na cama retribuindo, suas mãos deslizam por minhas costas, me puxando para mais perto do seu corpo.
Uma questão que surgiu durante os preparativos do casamento era sobre mudança, não de casa, mas de comportamento. Na minha opinião nada irá mudar porque nós já estamos juntos há mais de 15 anos e moramos na mesma casa desde quando estávamos noivos e nos conhecemos bem. O que nos resta a partir de agora é amadurecer, cuidar dos nossos filhos e ser feliz, como sempre fomos, cuidando um do outro e nos amando cada dia mais.

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Penúltimo capítulo! ❣

Provavelmente na semana que vem irei finalizar o livro, não consegui escrever muito nos últimos dias. Espero que tenham gostado!

Até o próximo! 😘❤

Vidas Cruzadas | Spin-off Trilogia AmoresWhere stories live. Discover now