ʏᴏᴜʀ ʙᴇsᴛ sɪᴅᴇ | sᴛᴇᴠᴇ ʀᴏɢᴇʀs

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A junção das luzes pulsantes da balada juntamente com o calor sufocante que emanava dos corpos da multidão aglomerada estavam começando a deixar-me desnorteada, fazendo-me cambalear algumas vezes para os lados. Onde quer que eu pisasse com meus saltos extremamente finos e altos havia um pé no meu caminho, e eu sempre precisava tentar gritar um pedido de desculpas por cima da música alta que estourava nos alto falantes do pequeno local. Aquela era de longe a missão mais estúpida e sem noção à qual eu fora enviada; primeiramente, o meu disfarce continha um vestido exageradamente justo, uma peruca brega que não combinava em nada comigo e, é claro, aquelas duas agulhas denominadas salto alto, que estavam começando a deixar meus pés doloridos. Suspirei com certa raiva, pensando seriamente qual fora o motivo pelo qual eu havia aceitado aquela missão absurda em busca de informações privadas para tentar evitar uma nova ameaça à nível mundial. Nada diferente do normal, na verdade.

Quando uma mão firme tocou um dos meus ombros nus, eu finalmente lembrei o porquê havia aceitado ter vindo até ali.

— Tudo bem?— Steve perguntou próximo ao meu ouvido, tentando soar mais alto que a música ensurdecedora. Rogers era o meu acompanhante naquela aventura maluca, e claramente não estava tão à vontade naquele lugar assim como eu. Pelo menos vestia uma camisa social azul simples e calças casuais, exibindo todos os seus músculos do corpo e seus traços mais marcantes. 

— As festas da sua época eram diferentes, uh?— gritei de volta, inclinando a cabeça para o lado na tentativa de visualizar o rosto angelical de Steve; mesmo nas luzes pulsantes no teto acima de nós que trocavam de cor freneticamente ele continuava mais atraente do que nunca. 

— Nem me fale.— respondeu com pesar, enquanto tentava abrir caminho entre meio todas aquelas pessoas.

A verdade era que meus planos para aquela noite eram outros; além de completar a missão secreta dada por Nick Fury eu também tinha a intenção de chamar a atenção de Steve para mim, plano esse que eu havia botado em prática desde a nossa saída do complexo. O olhar de Steve nunca me enganara; desde que nos conhecemos, eu pude ter certeza de que havia um algo a mais por trás daquele homem certinho e angelical que nunca quebrava as regras ou fazia coisas indecentes. Eu sabia que havia um Steve Rogers selvagem por trás daqueles sorrisos educados e sem intenções. E que momento seria mais adequado para testar essa minha teoria senão durante uma missão secreta?

— E então, Capitão...— cantarolei próximo ao seu rosto, enquanto continuávamos a avançar através do mar de pessoas da balada. Mesmo de costas eu conseguia sentir seu corpo tencionado contra o meu, como se quisesse me proteger.— Já localizou o nosso alvo?

Sorri de modo sedutor no final da frase, fazendo com que Rogers arregalasse os olhos e negasse com a cabeça rapidamente, desviando o olhar. Ah, Steve. Não complica as coisas.

Desde o momento em que nos conhecemos, notei o seu interesse aparente sobre mim. Steve até tentava disfarçar, mas conversar com mulheres ou chamá-las para sair aparentemente nunca fora seu forte. Todo o restante da equipe vivia repetindo que o ex-soldado sentia algum tipo de atração por mim, só não sabia como demonstrar. Era esse tipo de coisa que ficava rodando na minha cabeça toda vez que eu me aproximava de Rogers; fazia questão de abaixar meu tom de voz quando ia falar com ele ou flertava com o mesmo, sempre recebendo um olhar tímido em resposta, seguido de uma risadinha abafada.

Mas eu tinha total certeza de que aquele não era o verdadeiro Steve Rogers. Talvez ele só precisasse de um empurrãozinho para se soltar.

— Vamos pegar uma bebida.—sugeri, parando de caminhar abruptamente enquanto sentia o corpo de Steve se chocar contra as minhas costas, suas mãos firmes indo involuntariamente de encontro à minha cintura envolta no vestido apertado. Ele abriu a boca várias vezes, ficando sem reação perante àquela aproximação repentina. Eu ri em resposta, negando lentamente com a cabeça.

— Eu acho que...— Steve tentou falar, seu olhar indo imediatamente até onde suas mãos estavam envoltas na minha cintura, seu toque causando arrepios indecifráveis pela minha espinha.

— Você sabe dançar, não?

Os olhos de Steve brilharam com certa luxúria quando eu abri um grande sorriso ladino. 

— Não danço desde os anos quarenta.— ele baixou sua cabeça de modo tímido, soltando uma risada abafada.

— Não seja por isso.— respondi, mordendo meu lábio inferior descaradamente.— Eu te ensino.

Agarrei uma das suas mãos, puxando Steve comigo para a pista de dança. A mesma não estava tão lotada como eu imaginei, mas cheia o suficiente para que nossa presença ali passasse despercebida. A música agitada de antes mudara para um remix mais lento, as notas musicais arrastadas estourando nos alto falantes ao nosso redor. Eu conhecia aquela música; Do I Wanna Know, em uma versão lenta e hipnotizante que causava uma sensação indescritível dentro do meu corpo. O solo de guitarra invadiu meus ouvidos ao mesmo tempo em que me afastei o suficiente de Steve, quebrando rapidamente o toque caloroso que a palma da mão causava sobre pele da minha cintura.

Eu definitivamente não sabia dançar mas, considerando os shows particulares que eu dava no banheiro ou na solitude do meu quarto eu sabia exatamente como mover os quadris e usar isso ao meu favor. E foi com esses movimentos que as pupilas de Steve dilataram totalmente quando seu olhar foi de encontro ao meu corpo. Naquele momento não havia missão secreta nenhuma para nós dois; apenas o desejo e a luxúria nos olhos azuis escuro de Steve, seu lado sedento nunca visto por mim antes finalmente vindo à tona.

Quando ele avançou na minha direção, paralisei no mesmo instante. Suas mãos apertaram novamente a minha cintura, dessa vez com um desejo a mais. Seu toque era envolvente e feroz e, mesmo que eu estivesse me sentindo levemente intimidada com aquela aproximação, abri o sorriso mais ladino que consegui.

— É por esse Steve que eu estava procurando.

Ele sorriu na minha direção, enquanto atacava os meus lábios com certa necessidade. No primeiro momento fiquei sem reação— desde o princípio, não tinha certeza de que o meu flerte iria realmente funcionar. Mas quando sua língua se entrelaçou com a minha em um beijo feroz e ardente eu tive a total certeza de que sim, Steve Rogers havia mostrado o seu lado mais selvagem e provocativo. Apoiei os meus braços nos ombros dele e entrelacei minhas mãos no seu pescoço enquanto Steve trilhava um caminho com as suas próprias mãos pela minha cintura, apertando com certa provocância alguns pontos da mesma. Ao nosso entorno, a música ia chegando aos seus momentos finais, enquanto os últimos solos de guitarra e bateria ecoavam pela balada frenética.

Quando seus lábios se separaram dos meus eu sorri em resposta, sentindo que todo o esforço para me equilibrar naqueles saltos extremamente finos e altos havia valido a pena. Steve abriu seus olhos lentamente enquanto sorria minimamente na minha direção, mas sem tirar as mãos firmes da minha cintura.

— Se lembra o porquê viemos aqui?— perguntei, meu rosto a centímetros do seu.

— Não. Com certeza não.

Explicar o motivo pelo demoramos mais tempo do que o esperado para completar missão designada para nós seria um dos menores problemas que precisaríamos explicar para Fury quando retornássemos para o complexo. No entanto, a maior dificuldade seria completar a missão enquanto sentia o olhar penetrante de Steve sobre mim pelo resto da noite.

Realmente, a noite seria muito, muito longa.

Lembrando que estou aceitando pedidos!

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