Capítulo 19

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Quando Clay para na garagem de George, ele quase vira e sai. Ele teme tudo o que está para acontecer e a única coisa que o encoraja e o obriga a tocar a campainha é o lembrete de que isso é o melhor a se fazer. Ele está fazendo isso por causa de George.

Faltam apenas duas semanas para o dia da decisão para o semestre da primavera do MIT. Duas semanas para George decidir seu futuro e cabia a Clay se certificar de que ele não estava o impedindo. George precisava fazer o que era melhor para ele, mesmo que isso significasse deixar Clay.

Isso tem que ser feito.

Quando George abre a porta, ele abre um sorriso e Clay quase começa a chorar. Ele odeia pensar que esta é a última vez que ele verá George sorrir assim. Por um momento, Clay deseja que tudo volte a ser como era. Ele gostaria que seus pais não tivessem se divorciado. Ele gostaria que aquele jogador não o tivesse chamado de viado. Ele até deseja que George não vá embora, e então se amaldiçoa por ser tão egoísta.

"Você quer entrar?" George pergunta.

"Não." Se ele entrar, ele não acha que será capaz de continuar com isso.

"Ah..." o sorriso de George desaparece. "está tudo bem?"

"Meus pais estão se divorciando."

George fica em silêncio por um momento, surpreso. "Sinto muito, Clay."

"Eu... George, eu acho... talvez este... nós," ele gesticula entre eles, "deveríamos…" ele fica em silêncio.

"Você está terminando comigo?" George pergunta, sua voz falhava.

"Desculpe, é só... meus pais eram tão próximos e agora tudo está bagunçado. Além disso, você está indo embor-"

"Eu vou ficar." interrompe George.

"Não…"

"Eu vou ficar." diz ele com firmeza. "Eu vou ficar por você."

Clay sente as lágrimas brotando em seus olhos e tudo o que ele quer é aceitar a oferta de George, mas ele não pode ser o motivo de George jogar fora uma oportunidade como essa.

"Não. O MIT é o seu sonho, George!"

"Você é meu sonho."

"O que?"

"O MIT é apenas uma escola Clay. Você… desde o primeiro dia que te vi, tudo que eu queria era estar com você. Estar com você era o meu sonho. Você é o meu sonho."

Clay está sem palavras. Ele quer dizer a George que o ama. Ele quer tomá-lo nos braços e ter George apoiando a mão em seu peito.

Mas ele sabe que o MIT não é "apenas uma escola", é prestigioso e vai ajudar George. Clay o observou codificar. George entende as máquinas de uma maneira que ninguém mais conseguia e, quando estava trabalhando, seus olhos brilhavam. Seu talento era de um em um milhão e não havia como Clay impedi-lo de frequentar uma universidade que permitisse que ele compartilhasse seu talento com o mundo.

"George... isso iria acontecer eventualmente. Você iria embora, e eu não seria a razão de você não entrar no MIT."

"Mesmo se eu fosse, poderíamos manter contato." George sugere, mas sua voz é frágil.

"George, eu te amo..."

"Não diga isso."

"Por que não?"

"Porque você claramente não me ama." ele retruca.

"Eu amo." Clay jura, mas George nem mesmo olha em seus olhos. "George, vi como meus pais eram apaixonados. Eu assisti seu casamento desmoronar. Eu vi a maneira como isso destruiu os dois. E eu não vou permitir que isso aconteça conosco."

"Então, esse é o fim...?" George pergunta e quando olha para Clay, ele está chorando.

"Tem que ser."

"Então vai embora."

Todo o ar é roubado dos pulmões de Clay. "O que?"

"Por favor, Clay. Apenas saia."

Ele ouve George soluçar antes que a porta se feche. Clay corre para o carro, na esperança de entrar antes que ele se estilhace.

Quando a porta se fecha, ele começa a chorar, mas se segura ao ligar o carro. Ele dirige todo o caminho para fora do bairro de George antes de estacionar na lateral de uma pequena rua e se deixar desabar.

Ele não para de repetir a maneira como George se ofereceu para ele ficar e a maneira como ele pediu que ele fosse embora. Enquanto ele chora, começa com a perda de George, então depois finalmente processa tudo ocorrido nas últimas semanas.

Ele chora pela forma como George soou ao fechar a porta. Quando a imagem do outro jogador zombando dele pouco antes do apito soar, Clay chora, finalmente se permitindo pensar sobre isso. A palavra o magoou, e tudo bem. Ele pode se machucar, isso não o torna fraco.

Lágrimas escorrem por seu rosto ao pensar na vez em que seu pai o levou a um jogo da NFL¹ e o carregou para fora do estádio nos ombros. Ele se lembra de ter seis anos de idade e ficar nos pés do pai rindo enquanto caminhava pela casa, levantando Clay com um braço. Ele sente falta do pai e tem certeza de que é um sentimento que nunca o deixará de verdade.

Ele também sente falta de George. Ele sente falta de sua risada. Ele sente falta da aparência de George naquela noite na entrada, seu cabelo varrido pelo vento e seus olhos brilhando. Ele sente falta do jeito que George o tocou, o jeito que ele o beijou, como ele fez Clay se sentir amado e querido. Ele sente falta dele mais do que tudo.

Deus, eu estraguei tudo.

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