Capítulo 8

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Sua pequena reunião na Waffle House acabou crescendo consideravelmente. Sam convidou Wilbur, o que obviamente significava Tommy, Toby, Lani e Hailey. George foi o último a aparecer, e Clay ficou um pouco surpreso por ele ter aparecido. George estava tão hesitante antes, mas quando se sentou ao lado de Clay, parecia ser parte do grupo.

Clay estava tentando se concentrar nas conversas que aconteciam ao seu redor, mas seu cérebro estava em curto-circuito, refletindo continuamente. George estava sentado ao lado dele. Seus ombros estavam pressionados juntos. George estava quente e Clay não parava de olhar para suas mãos.

Ele se sentiu relaxado, realmente relaxado pela primeira vez naquela semana. Ele não tinha trabalhos, nenhum grande jogo para se preparar, ninguém para impressionar. Ele até poderia ser ele mesmo perto de Nick.

Ele estava perfeitamente satisfeito em apenas sentar e assistir seus amigos conversarem, deixando suas conversas o levarem pela noite. Deus, ele até deixou Hailey contar histórias de infância constrangedoras, nenhuma vez interrompendo.

"Você não cortou o cabelo dela uma vez?" Tommy pergunta enquanto Hailey termina outra história.

"Essa era a outra irmã." diz Hailey.

"Jesus, quantos irmãos você tem?" George pergunta.

"Além de Hailey, há outra irmã, mais velha do que eu, e um irmão."

"E você cortou o cabelo dela?"

"Sim, eu era muito pequeno."

"Eu já fiz isso." admite Wilbur e Sam olha para ele com curiosidade. "Sim, durante o teatro. Achei que fosse uma peruca.", ele dá de ombros.

"Veja, é um erro comum!" Clay se defende.

"Você não fez de propósito?" Hailey pergunta.

Ele a encara. "Esse não é o ponto. Pelo menos eu não tenho um recorte de papelão do Harry Styles no meu quarto."

Hailey não perde o ritmo, ela apenas sorri. "Não vou me desculpar por ter bom gosto."

"É verdade." Sam diz, e Clay levanta uma sobrancelha para ele.

"O que? Eu sou hétero, mas não cego." diz ele, fazendo a mesa inteira cair em um ataque de riso.

Do outro lado do restaurante, a porta se abre e Nick olha para cima, sorrindo enquanto Karl caminha até a mesa deles. Karl tem um estilo que Clay sempre invejou, ele parece saber exatamente o que está fazendo quando escolhe uma roupa, e embora Clay gostasse de seu estilo, ele duvidava que pudesse vestir-se assim.

Esta noite, Karl estava vestindo um suéter com listras azuis e verdes suaves, seu cabelo caindo em seu rosto e seu skate debaixo do braço. Seus sapatos, Vans xadrez vermelho e preto, estavam praticamente caindo aos pedaços. Ele ainda conseguia se comportar com calma e confiança, apesar de não conhecer ninguém no restaurante, exceto Nick.

"Já é meia-noite?" Nick pergunta, verificando seu telefone. Clay faz o mesmo e os números 01:08 iluminam sua tela.

"Merda." ele suspira, ele deveria chegar em casa antes que seus pais o condenem por ter saído tão tarde.

"Acho que é hora de voltarmos para casa." diz Sam, conduzindo todos para fora da cabine.

Nick dá a todos eles um breve abraço antes de sair com Karl. Clay pensa ter visto Karl agarrar a mão de Nick quando eles estavam indo para o carro, mas ele não tem certeza. Ele se afasta da janela e pega o recibo de Hailey, pagando pela comida de ambos.

"Na verdade, vou com a turma, vamos dormir na casa do Tommy. Wilbur está nos levando para casa." Hailey diz a ele.

"A mamãe sabe?" ele pergunta, abraçando-a em despedida. Ele não precisa dar a seus pais mais motivos para ficarem bravos, ele já passou do toque de recolher.

"Sim, eu já falei com ela." Hailey garante, acenando antes de dar o braço a Lani e seguir o resto do grupo para fora da Waffle House.

Depois de se despedir de Luke e Sam, Clay se volta para George. "Quer uma carona para casa?" ele pergunta, tentando não ficar muito nervoso com a ideia dos dois estarem sozinhos. George sorri.

"Claro." ele diz e segue Clay até onde seu carro está estacionado.

"Seus amigos são muito legais." diz George assim que os dois entram no carro. Clay sorri. Ele sabe que é incrivelmente sortudo por ter todos os amigos que tem.

"Estou feliz que você tenha se divertido. Eu sei que você estava nervoso por não se enturmar, mas você se encaixou lá perfeitamente. Era como se você tivesse feito parte do grupo há muito tempo." Clay diz a ele enquanto ele puxa para fora do estacionamento.

"É melhor você me convidar da próxima vez." George ameaça com um sorriso brincalhão.

"Eu vou, não se preocupe."

Eles dirigem em um silêncio confortável por um tempo enquanto George verifica seu telefone. "Deus, eu odeio receber e-mails da faculdade," ele reclama. "atualmente, tenho 1.357 e-mails."

"Jesus, eles são todos de faculdades?"

"A maioria deles." diz George, excluindo alguns.

"Você já sabe para onde quer ir?" Clay pergunta enquanto George o direciona para sua vizinhança.

"MIT." diz ele com confiança. "Eles já me ofereceram uma bolsa de estudos. Estou pensando em me formar mais cedo e depois me mudar assim que puder. Este é provavelmente o meu último semestre."

"O que?" Clay pergunta, desejando que sua voz não soasse tão frágil. Ele estava indo embora? Clay sabia que ele era um veterano, mas esperava ter o resto do ano com ele. Ele não sabia como processar o fato de que eles poderiam ter apenas mais alguns meses juntos.

George deve ter ouvido a decepção porque ele imediatamente disse: "Ainda não foi decidido. Minha mãe ainda quer que eu termine meu último ano de qualquer maneira."

Clay ainda não consegue processar isso e todo o seu corpo está tenso e George aponta para sua casa e Clay para na garagem. Ao estacionar o carro, ele sente a mão de George em seu ombro.

"Não se preocupe," diz ele. "você não pode se livrar de mim tão facilmente."

Clay sorri, afastando sua decepção. Ele não deveria se importar tanto. Ele conhece George há menos de uma semana. Eles mal se conhecem.

"Obrigado por me levar para casa e por me convidar para sair. Obrigado por tudo." diz George.

"É claro."

"Eu te ligo amanhã?" George pergunta esperançoso.

"Sim, eu ligo para você."

George solta o cinto de segurança e se inclina, beijando Clay rapidamente na bochecha. Os lábios de George são macios e quentes, e por um momento Clay jura que ele entrou em combustão. Ele nem quer saber o quão vermelho seu rosto está, e mesmo no escuro ele vê uma coloração rosa nas bochechas de George.

"Boa noite Clay." ele diz, e então ele sai do carro e entra em sua casa.

Clay precisa se sentar na garagem por alguns minutos, respirando fundo. Como é essa vida dele? Ele conheceu esse garoto há apenas alguns dias e agora está ficando desapontado por George ter planos maiores para sua vida que não incluem Clay. E agora George o está beijando na bochecha.

Clay deixa sua cabeça cair para trás contra o encosto, sua mão traçando a pele de sua bochecha onde George o beijou. Deus, ele estava muito apaixonado.

Ele se afasta da casa de George e reza para que passe mais tempo lá, antes de abrir as janelas e deixar o ar quente da noite soprar em seus cabelos enquanto ele dirige de volta para casa.

From Scratch | DreamnotfoundOnde as histórias ganham vida. Descobre agora