Amistad

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POV.Justin Bieber

      Quando sair do quarto da Barbara fui direto até à sala de jogos, sentei no sofá de couro fitando a Caitlin cabisbaixa, acariciando o seu cabelo preto. Ela  ainda não havia me notado na sala,  permanecia perdida nos seus próprios pensamentos. Os olhos meio avermelhados ressaltavam a tristeza no seu rosto.

— O que houve? — sentei do seu lado tentando ajudá-la de alguma maneira.

— Não estou tendo uma noite ruim — suspirou, frustrada, apoiando sua cabeça no meu peito.

— Conheço um lugar legal. Que ir comigo? — fiquei de pé com a mão estendida para que ela aceitasse o meu convite

— Eu estou precisando mesmo espairecer um pouco — Caitlin segurou na minha mão e nós saímos abraçados para fora da sala sem fazer barulho. Abri a porta do apartamento com cuidado e entramos em silêncio no elevador. Caitlin ficou quieta, com um dos seus braços ao redor da minha cintura. Ao chegarmos no térreo as portas se abriram revelando o estacionamento.

— Passeio de moto — liguei a Harley na cor preta e entreguei o capacete a Caitlin.

— Para onde estamos indo? — indagou, receosa, sentando na garupa da minha moto e segurando na minha cintura.

— Praia — sorri de canto, dando partida.

— Por favor, dirija com moderação! Eu tenho pavor a velocidade — sussurrou, fazendo-me rir.

— Medrosa — sai do estacionamento seguindo pela pista.

— Merda.... — Caitlin parecia que a qualquer momento teria um infarte, acelerei a moto e as luzes da cidade passavam feito borrão pela nossa visão. O seu ataque de histeria me divertia demasiadamente. Quanto mais aumentava a velocidade mais gritos saiam da sua boca, e em poucos minutos, chegamos à praia.

     Estacionei no local indicado a veículos, retirei os tênis deixando-os do lado da minha moto. Ela também retirou a sandália pondo ao lado do meu tênis e ajeitou o seu cabelo.

— Vem! — chamei-a, já correndo em direção a areia.

— Você é maluco? — ela riu gostosamente caminhando com calma. Observei a lua cheia no céu e o barulho das ondas se quebrando no mar. Esse ambiente revigorava as minhas energias.

— Sente-se! — puxei-a para os meus braços, Caitlin sentou-se do meu lado fitando o mar a nossa frente. — Moça bonita, diga-me qual é o seu problema?

— O mesmo de sempre — disse no sussurro pesaroso, desenhando uma estrela na areia com as pontas dos dedos.

— Você continua tendo aqueles pesadelos? — questionei, preocupado, fazia tempo que a Caitlin não conversar mais comigo a respeito dos seus temores do passado.

— Sim, quando sou tocada por um homem — confessou, tristonha. — Creio que jamais vou superar esse trauma.

— Você precisa de um psicólogo para neutralizar o seu trauma de adolescência. Desabafar com um profissional da área lhe ajudará a se libertar de todos os seus pensamentos ruins — aconselhei.

— Eu não quero me expor, tenho medo de reviver essa dor e me afundar ainda mais nesse pesadelo — ela afundou as mãos no cabelo começando a chorar.

— Se você revelasse o nome desse monstro que lhe estuprou, eu mesmo faria justiça com minhas próprias mãos — falei, sério, acariciando a sua mão pequena.

— Agradeço a preocupação! Mas ninguém pode me ajudar — seu olhar continha o medo. Será que o estuprador mantinha as ameaças? — Ele é um homem perigoso e no fim seria a minha palavra contra a dele.

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