Inauguración

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  POV. Gael Darwin

         Minha visão ficou meio embaçada e a dor de cabeça martelava fortemente. Eu bebi demasiadamente com os meus velhos amigos e agora dirigia o carro sem um rumo certo. Eu não consegui frear o Porsche a tempo e atropelei uma moça negra, seu corpo foi lançado para fora da pista com bastante força.

— Antonela! — o moreno de camisa cor de abóbora gritou, apavorado, e eu fugir do local do atropelamento sem prestar nenhuma assistência.

— Meu pai vai me matar — falei, desesperadamente

                {...}

         Assim que adentrei a mansão do meu pai Matias Darwin joguei a chave do carro nas mãos do empregado do meu pai e sai correndo para dentro de casa. A imagem daquela mulher não saía da minha cabeça, passei pela sala de estar indo direto para a sala de jantar. Papai estava sentado à mesa com cara de poucos amigos, afastei a cadeira me sentando a sua direita. Eu tentei apagar da memória o que havia sucedido há minutos atrás, mas não consegui.

— Bom dia, pai! — coloquei chá na xícara e bebi um gole na tentativa de diminuir minha enxaqueca. 

— Imprestável! Você atropelou aquela moça e ainda por cima permitiu que filmassem a placa do seu carro — papai vociferou, raivoso. Droga! Como ele ficou sabendo tão rápido do acidente?

— Eu estava chapadão e não percebi que tinha atropelado a jovem. Depois o senhor paga a conta do hospital com todas as despesas. Como o senhor ficou sabendo disso? — indaguei, sério, odiando os sermões do meu pai. Matias Darwin não era um homem fácil de conviver, ele tinha uma vida dupla.

— Acontece que a sua irresponsabilidade custou muito caro. Eu tive que gastar uma boa quantia para calar a boca do delegado. Enrico presenciou o momento do atropelamento e alertou-me do problema. A pobretona morreu com o impacto da batida — disse, enfurecido, os seus olhos negros fixos nos meus castanhos. É claro! Os capangas do meu pai estavam me vigiando e avisaram sobre o acidente.

— Ela morreu? — interpretei.

— Morreu antes de chegar no hospital — afirmou, seriamente. — Eu farei de tudo para o seu nome não vazar na imprensa.

      Ótimo! Eu não posso ser preso pela minha imprudência, só foi uma vida de merda. Aquela mulher não fará falta a ninguém e minha namorada não pode descobrir ontem eu estava na farra com os meus amigos e com a Tânia. Eu ainda pretendia oficializar meu namoro com a Barbara, a minha família precisa aceitar nosso relacionamento. Cansei de namorar escondido e como fui o seu primeiro homem me sentia honrado. Futuramente pretendo pedir a sua mão em casamento e oficializar nosso compromisso.

— Obrigado por me ajudar, papai! — agradeci limpando a boca com o guardanapo. — Por que o senhor está tão sério? Não foi é causa da morte daquela moça, né?

— Eu estou com alguns problemas na máfia. A gangue do Bizzle roubaram os meus armamentos e o prejuízo foi desastroso no meu bolso — resmungou, irresoluto, socando a mesa com força e fazendo o café molhar o forro da mesa. — Eu vou matar aquele filho da puta da mesma maneira que matei o Jeremy.

         Eu descobri a real profissão do meu pai há pouco tempo, no começo fiquei revoltado, mas ultimamente estou adorando saber que sou o único herdeiro do Drácula. Entretanto, eu ainda não participava diretamente das missões, quero aproveitar a minha juventude antes de entrar no crime. Meu irmão Demétrio era o herdeiro do trono, mas o tal de Bizzle o matou a sangue frio. Desde então, meu pai desejava matar o assassino do meu irmão, a raiva ainda estava engasgada na sua garganta como se fosse um caroço de abacate.

Lá Tentación Where stories live. Discover now