Pomerode

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Pov. Brasil

Não fui para o trabalho hoje. Até deu uma vontadezinha de ir mas agora já nem adianta, pois o expediente está no fim. Por outro lado eu teria que ver quem eu não quero, e esse assunto não saiu da minha cabeça o dia inteiro.

Tirei o cigarro da boca e exalei a fumaça. Meu olhar estava direcionado ao céu, que agora tinha tons azulados, o deixando ainda mais belo. O silêncio reina absoluto aqui do lado de fora. Minhas pernas estão cruzadas enquanto fico sentada na borda da piscina. Logo irá escurecer. Baixei o olhar e o fixei na água. Meu reflexo mostrava uma pessoa totalmente bem por fora. Mas honestamente, estou quebrada por dentro. Por que todos mentem para mim? Por que eu sempre tenho que sair machucada? Primeiro foi o Argie, depois o Alemanha e agora o Ame...

Nem percebi que as lágrimas caiam dos meus olhos. Coloquei o cigarro na boca e então inalei a fumaça, a levando para os pulmões. Deixei a nuvem cinza translúcida sair da boca e então voltei a olhar para cima. Contemplar o céu me deixa calma. Faz com que eu me esqueça dos meus problemas, do mundo lá fora, da realidade em que vivo. Me faz mergulhar nessa imensidão azul e me faz não querer voltar mais. Infelizmente meu pequeno momento de auto-reflexão foi interrompido pelo som da campainha distante. Ainda olhando o céu pré noturno eu suspirei e apaguei o cigarro no chão. Me levantei e continuei andando descalça. Fui até a porta e então abri.

Olhei em volta e não vi ninguém. Ouvi um pequeno latido e olhei para baixo. O pequenino filhote de pelagem comprida e alaranjada e com uma gravatinha me fitava. Peguei o Spitz alemão no colo e o encarei confusa. Dei mais uma olhada em volta. Pude perceber o Audi preto estacionado em frente a minha casa.

Bra: não pode ser... - só me falta ele ter virado um cachorro de novo!

Ale: Surpresa!! - de repente o alemão saiu do lado da porta onde estava escondido, me fazendo gritar com o susto. - ei, calma! Sou só eu! - ele falou bem humorado e risonho.

Bra: o que está fazendo aqui? - eu perguntei fechando a cara e ainda com o cachorro nos braços.

Ale: eu vim conversar! Quer dizer... se você quiser. - ele ficou um tanto envergonhado e eu suspirei derrotada.

Bra: entra. - eu falei de forma fraca e assim ele o fez. Tranquei a porta e deixei o cachorro no chão.

Ale: ah! Mais uma coisa! - ele então tirou um buquê de rosas amarelas de trás das costas. - pra você! - eu senti meu rosto esquentar e então peguei o buquê de suas mãos.

Bra: o-obrigada... - eu falei tentando esconder minha vergonha. Então eu caminhei para a cozinha e ouvi os passos do europeu a me seguirem. Peguei um vaso de plantas feito de vidro e o enchi de água. Coloquei as flores ali dentro e então voltei a olhar o tricolor. - não sabia que você tinha outro cachorro! - eu falei e ele chegou mais perto.

Ale: eu não tenho! É um presente para você! - ele sorriu amável e eu corei. - falando nisso... cadê o cachorro? - ele perguntou confuso me deixando no mesmo estado. Olhei pela cozinha e não vi nada. Então olhei para a porta aberta do jardim e vi o pequeno ponto laranja na beira da piscina. Sem nem pensar duas vezes corri lá pra fora e o de olhos azuis me seguiu. O animalzinho estava a ponto de pular na água, mas consegui o pegar a tempo.

Bra: ele é arteiro! - eu ri e então suspirei aliviada. Sentei no chão e de relance vi o mais alto fazer o mesmo. Continuamos em silêncio por alguns instantes. - obrigada pelo presente! Ele é muito fofo! - eu olhei o alemão nos olhos.

Ale: na verdade é ela! - ele me respondeu simplista e nós rimos.

Bra: bom, então ELA é muito fofa! - eu falei brincando e demos mais uma leve risada. Olhei para o céu que estava ficando cada vez mais escuro.Logo o silêncio se instalou entre nós novamente.

Ale: já pensou em um nome? - ele me perguntou e eu continuei a observar o céu.

Bra: hummm... Pomerode! - eu falei abaixando meu olhar para a bolinha de pelos que se acomodava em meus braços.

Ale: Pomerode? Tem certeza?

Bra: tenho! Pelo menos é melhor que Frankfurt! - eu brinquei e nós demos mais risada.

Mais uma vez o silêncio voltou a reinar. Ambos de nós olhávamos para o céu, que agora já estava quase completamente escuro. Já haviam algumas estrelinhas bem distribuídas na paisagem, a tornando mais bonita ainda. Não demorou muito para a lua também começar a brilhar majestosa nos céus.

Bra: a noite está bonita... - eu falei de forma fraca enquanto continuava vidrada na imensidão escura.

Ale: por acaso alguém já te disse o quão bonita você fica na luz da lua? - ele me perguntou e senti minhas bochechas arderem. Redirecionei meu olhar para ele e me topei com seus olhos azuis.

Bra: não... - eu novamente falei em um tom baixo e fraco, então ele riu soprado.

Ale: eu teria dito antes, mas o problema é que cachorros não falam. - nós rimos com seu comentário.

Assim que paramos de rir, voltamos a nos encarar. Olhando um nos olhos do outro, sem desviar por um mísero segundo. Seus olhos azuis brilhavam com as luzes das estrelas e eu me senti totalmente hipnotizada. Estávamos em uma espécie de transe. Nada mais existia. O mundo em nossa volta já não existia. Nem os problemas, nem as preocupações. Era como estar em outra realidade. Uma realidade onde existe apenas eu e ele...

Sem nem sequer perceber, nossos rostos foram se aproximando. Nossos corpos ficavam mais juntos. Sentia a sua respiração quente bater contra minha face. Meu coração batia desregulado e minha mente havia se dissolvido no ar. Então nossos lábios se juntaram. No início como um selinho, mas logo começamos a nos aprofundar mais e mais um no outro. Era um beijo necessitado e cheio de desejo, mas sem deixar de ser calmo e delicado. Senti a mão grande do europeu entrar em contato com a pele da minha bochecha.

Eu estava nas nuvens...

Talvez em outro universo...

Não queria que esse momento acabasse... Logo a falta de ar se fez presente e então nos separamos. Olhamos um nos olhos do outro e eu pude sentir minhas bochechas esquentarem. O alemão por sua vez olhou para cima, suspirou, e então voltou a me encarar.

Ale: posso te perguntar uma coisa? - ele falou um tanto envergonhado.

Bra: claro... - eu continuei a olhar em seus olhos esperando ele fazer sua pergunta.

Ale: Brasilien... você aceita ser minha namorada?

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Tava ansiosa pra escrever esse cap. Eu ficava pensando nele desde que comecei a fazer essa história kkkk 🤡

Espero que tenha ficado do agrado de vcs kaksks 💖

Oq vcs querem q aconteça no prox cap?

Espero que tenham gostado!

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É isso! Beijinhos✨✨✨

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