Conversas

808 70 44
                                    

Pov. Alemanha

Ouvi o som irritante do alarme e abri os olhos. A brasileira se levantou e o desligou, logo se virando pra mim.

Bra: bom dia, Frankfurt! - ela me fez carinho na cabeça assim como ontem, mas dessa vez continuei na cama até que ela parasse. Seu rosto ainda estava marcado pelo choro de ontem, e eu também continuo um tanto curioso para saber o motivo de tal reação.

Ela se levantou da cama e foi pro banheiro, depois de uns dois minutos ouvi o chuveiro ser ligado. Fui pra sala e me deitei no sofá.

Depois de longos minutos eu ouvi o barulho de seus saltos contra o chão. A esverdeada foi para a cozinha, comeu uma maçã e depois abriu a geladeira. De lá ela tirou um grande pedaço de carne bem vermelhinha. Me sinto estranho por estar com água na boca olhando essa carne. Ela colocou na tigela de metal e depois recolheu tudo o que tinha jogado no chão ontem.

Bra: até mais tarde, Frankfurt! - ela me fez um breve carinho e foi embora. Sinto um imenso vazio vendo ela sair pela porta, mas deve ser o que qualquer cachorro sente ao ver seu dono ir embora. Bom, acho que estou pronto pra mais um dia incrivelmente chato!

Pov. Brasil

Cheguei no trabalho e fui direto para a minha sala. Dei bom dia pra japa que percebeu minhas olheiras. Elas não estavam tão aparentes, mas a japonesa as vezes pode ser muito observadora. Perguntou o que havia acontecido, mas ela entendeu o motivo logo de cara. E como uma boa amiga decidiu me respeitar e não perguntou mais nada.

》》》Quebra de tempo 《《《

Terminei tudo que tinha que fazer hoje e fui pra casa, dessa vez acompanhada da México. Fomos conversando no caminho, mas acabamos num assunto não muito agradável.

Mex: então... meu irmão continua te enchendo o saco? - ela perguntou e eu suspirei.

Bra: é, ele está... - continuei a prestar atenção no volante.

Mex: eu e os outros já tentamos falar com ele sobre essa situação, mas ele simplesmente não ouve! Eu não sei o que deu nele! - ela se alterou um pouco enquanto falava e eu a olhei.

Bra: é, eu também não faço ideia. É engraçado como alguém que você conhece tão bem muda de repente. Ou talvez eu não o conhecesse de verdade... - a mexicana me olhava com empatia por saber o quão ruim está a situação. - Mas sabe, as vezes eu acho que a culpa é minha... Eu tava bêbada e não pensei no que aconteceria com a gen... - a hispânica me cortou.

Mex: Não, Bra! Não diga isso! A culpa não foi sua! - eu parei o carro na frente da garagem e olhei para ela, que segurou minha mão. -  Não se sinta culpada por meu irmão ser egoísta e não conseguir entender seus sentimentos! Saiba que eu e o resto do pessoal sempre vamos estar aqui para te apoiar e vamos nos esforçar ao máximo pra te ajudar! - minhas lágrimas ameaçavam cair e ela me abraçou forte.

Bra: obrigada Mex, você é a melhor amiga que eu poderia ter! - continuamos na mesma posição por mais alguns instantes e então nos separamos. Deixei o carro na garagem e entramos na minha casa.

Mex: então é verdade?! - ela perguntou enquanto apontava pro cachorro que estava deitado no sofá. Deixei minhas no lugar e me sentei ao lado do animal, sendo seguida pela mexicana. - eu achei que fosse brincadeira! O Alemanha sumiu mesmo?!

Bra: é, ele deixou o tudo aqui na frente de casa e desapareceu... até mesmo as roupas! - ela arregalou os olhos ao ouvir o final da frase.

Mex: e não acharam nada? Nenhuma pista? - ela tinha ficado curiosa.

Bra: não, no dia eu liguei pro ONU e ele disse que avisaria o FBI. Mas pelo visto revistaram a casa dele e o carro e não acharam nada... - falei enquanto começava a fazer carinho na cabeça do cachorro.

🐾Em Quatro Patas🐾 Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt