Esperar sua chegada

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Pov. Brasil

Acordei com o som do despertador e o desliguei. Olhei para o lado e vi Frankfurt sentado me observando.

Bra: bom dia! - fiz carinho em sua cabeça, mas ele logo desceu da cama e saiu do quarto. - pfft, esse cachorro é igualzinho ao dono!

Me levantei e fui para o banheiro me ajeitar. Tomei um banho gelado e fui me vestir. Coloquei uma blusa social branca e um shorts social preto. Botei os saltos e desci pra tomar café. Não vi Frankfurt em lugar algum, mas não dei muita bola pra isso. Ele parece gostar de se esconder. Depois de comer fui para a sala e vi todas as roupas do Alemanha jogadas no chão. Enquanto isso o cachorro estava com a camisa do dono presa em seu focinho.

Bra: Frankfurt! Olha só a bagunça que você fez! - falei enquanto tirava o tecido branco do rosto do animal. Como não tenho tempo pra arrumar isso, apenas coloquei todas as roupas em cima do sofá. Peguei minha bolsa e as pastas e estava quase saindo quando lembrei de que tinha que dar comida pro cachorro. Larguei tudo no sofá e fui para a lavanderia. Peguei os potinhos de água e ração para cachorros e levei pra cozinha. Não tenho nenhum animal de estimação, mas as vezes México me pede para cuidar da sua chiuaua, Tulum. Por isso tenho esses potes guardados. Enchi um deles com água e me lembrei que não tinha ração em casa. Bom, Tulum gostava de comer carne crua, então talvez Frankfurt também goste. Peguei um bife na geladeira e o deixei onde deveria estar a ração. Deixei a porta que dá acesso ao jardim aberto.Voltei para a sala e peguei minhas coisas. Não me despedi do cachorro e fui pra garagem.

Pov. Alemanha

A brasileira saiu de casa me deixando sozinho. Eu fui até a porta da frente, me estiquei e tentei abrir, mas não deu certo. Preciso sair daqui, não quero ter que aturar aquela garota passando a mão em mim, é muito estranho. Além disso eu preciso cuidar do Frankfurt de verdade, ele deve estar esperando eu ir buscá-lo na casa do Áustria, meu  vizinho. Mesmo que deixasse o austríaco cuidar dele, fazia questão de dar a comida dele pelo menos uma vez ao dia. Ele tem o estômago frágil, não pode comer qualquer coisa. Voltei para o sofá e comecei a procurar pelos meus pertences no meio da pilha de roupas, mas não consegui encontrar. Brasilien deve ter guardado em algum lugar, mas como normalmente  não sou encherido é melhor ficar quieto.

Senti minha barriga roncar, fui para a cozinha e vi um grande pedaço de carne crua ao lado de um potinho de água. O que ela acha que eu sou? Um selvagem? Percebi que a porta pro jardim estava aberta. Talvez ela pense que eu vá sair pra brincar. Fiquei um pouco curioso, sempre achei o jardim da frente bonito, acho que não tem problema dar uma olhadinha.

Fui para fora e vi o quão grande era o terreno. Tinha uma piscina e umas duas mesinhas. Logo depois uma área cheia de flores coloridas e muito bem cuidadas. Ela deve se dedicar muito a jardinagem. Dei uma voltinha e depois voltei pra dentro. Ignorei a carne na tigelinha de metal e fui para a sala. Subi no sofá e deitei, deixando minha cabeça sobre minhas patas. Isso é muito estranho. Ainda bem que eu já me acalmei um pouco.

Me lembrei das palavras daquela senhorinha. Aqueles olhos amarelos e as maçãs. Eu só posso ter ficado louco. Aposto que tem o dedo daquela bruxa esquelética metido nisso!

Pov. Brasil

Entrei na grande sala que divido com a japonesa. A asiática já estava trabalhando. Ela levantou o olhar e me disse oi.

Jap: bom dia Bra! - ela disse de forma animada.

Bra: bom dia, japinha! - eu respondi e me sentei na minha cadeira. - ei, por acaso você viu o Alemanha por aí?

Jap: ele foi me visitar ontem, por quê? - ela ficou um pouco confusa.

Bra: é que era para ele me entregar alguns documentos ontem, mas acontece que deixou as roupas, carro e cachorro na minha casa e sumiu.

Jap: O QUÊ? - ela se alterou um pouco.

Bra: é, eu falei com o ONU ontem e ele disse que avisaria as autoridades imediatamente. Mas como vocês são próximos eu pensei que soubesse de algo.

Jap: e o cachorro? - ela indagou preocupada.

Bra: ele tá na minha casa. ONU me pediu para cuidar dele até encontrarem o Alemanha. - ela concordou com a cabeça e abriu a boca pra falar novamente.

Jap: e como estão as coisas com o Argentina? - eu a olhei nos olhos e respondi.

Bra: por favor japinha, não vamos falar disso... - ela concordou com a cabeça e voltamos ao trabalho.

》》》Quebra de tempo 《《《

Saí da minha sala e então fui para o elevador. Apertei o botão do subsolo e quando as portas estavam quase se fechando alguém entrou. Era quem eu menos queria ver.

Arg: Brasil! - eu continuei a olhar para a porta de metal enquanto o elevador descia e não o respondi. - Brasil, por favor pare de me ignorar! - ele tentou encostar em mim, mas eu desviei.

Bra: não encoste em mim! - eu já estava  de saco cheio de tudo isso.

Arg: Bra! Por favor, não se afaste de mim. Não quer jogar toda nossa história no lixo, né? - agora ele já está passando dos limites.

Bra: CALA A BOCA! FOI VOCÊ QUEM ESTRAGOU TUDO! EU TERIA DEIXADO PRA LÁ SE VOCÊ NÃO FOSSE TÃO INSISTENTE! - ele tentou colocar a mão no meu ombro mas me esquivei. Eu podia sentir as lágrimas começarem a se formar nos meus olhos.

Arg: Bra... - ele tentou se aproximar de mim novamente.

Bra: FICA LONGE DE MIM, CARAMBA! - nessa hora as portas se abriram e eu saí dali correndo pro meu carro. As lágrimas escorriam pelo meu rosto. Entrei e dei partida, assim indo pra casa o mais rápido possível.

Pov. Alemanha

Eu não me aguentei de fome e acabei comendo o pedaço de carne crua. Não foi tão ruim quanto eu pensei. Passei o dia inteiro no sofá, foi realmente entediante. Admito que estou ansioso para a chegada da Brasilien. Será que é assim que o Frankfurt se sente quando eu saio de casa? Bom, acho que assim que toda essa situação acabar vou tentar passar mais tempo com ele.

De repente a porta se abriu e uma brasileira a fechou com raiva. Ela trancou a porta, jogou suas coisas no chão da sala e subiu as escadas enquanto soluçava. Aconteceu alguma coisa? Acho melhor ir atrás dela. Não que eu me importe com ela, só estou curioso.

Subi os degraus e segui reto no corredor até a última porta, que estava entreaberta. Entrei e vi a sulista deitada em sua cama ainda de salto alto e encolhida enquanto agarrava uma das almofadas. Estava chorando horrores. Me aproximei  e coloquei o focinho em cima do colchão e a garota percebeu minha presença. Ela respirou fundo e abriu a boca para falar.

Bra: foi mal, Frankfurt. Não comprei sua ração... - seus olhos ainda derrubavam lágrimas e seu rosto estava encharcado. Eu a odeio, mas sinto que ela está profundamente magoada. Acho que não custa ampara-lá, assim como Frankfurt fazia comigo.

Subi na cama e me deitei ao seu lado, deixando minha cabeça perto da sua. Ela deu um leve sorriso e começou a acariciar meus pelos. Ok, isso é realmente muito gostoso. Depois de um bom tempo senti que os movimentos pararam e eu olhei pro lado. A esverdeada pegou no sono, ainda com a mão sobre mim.

Fico imaginando o que teria acontecido para fazê-la chorar desse jeito. Ela normalmente está sempre sorridente... Com esses pensamentos eu acabei caindo em sono profundo.

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Sim, eu estou dando o nome de cidades para os bichinhos dos países 🤡

Espero que tenham gostado!

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É isso! Beijinhos✨✨✨

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