• Capítulo 22 •

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Vou andando devagar até a porta, pensando em tudo que aconteceu hoje e aproveitando que Mário já entrou.

Entro silenciosamente em casa, fecho a porta e fico aliviada mais uma vez por ver que Mário também não está na sala, ou seja: PAZ.

Subo a escada e chego em meu quarto, me assusto ao ver Mário sentado na minha cama folheando meus cadernos.

— O que você tá fazendo aqui?! — digo irritada e pego o caderno de sua mão com força. Ele só me olha com um sorriso calmo — Me responde idiota!

— Só estava vendo o que perdi nas aulas relaxa. — ele diz com uma calma que já está me irritando.

— E custa pedir permissão pra mim?! — cruzo os braços e o encaro séria.

— Sim. Você tá me evitando. Já percebi. Se eu tentasse falar com você você iria sair correndo inventando desculpas. — ele da de ombros.

— Talvez, mais você não pode simplesmente entrar no meu quarto, sem a minha autorização. Até porquê eu não entro no seu!

— Tudo bem. Eu não entro mais. Acho que o único que vai entar aqui agora é o ruivinho sem sal né? — ele diz e sorri debochado.

— Ah Mário me poupe! Você estava fazendo sei lá o que com uma garota hoje e o que eu disse: nada! Por que essa implicância toda com o Gustavo? Foi você quem começou a brigar com ele e agora tudo que envolve ele você quer surtar. Um dia você me disse que era pra eu cuidar dos meus problemas. Por que você não faz o mesmo? É você quem estraga tudo a sua volta, mais é claro que você vai encontrar alguém para culpar. Até porque você é o perfeito com zero defeitos né? Assume os seus erros e para de ser um chato todas as vezes!

Mário me encarava sem expressão alguma, porém eu conseguia enchergar a tristeza em seu olhar e as bochechas vermelhas de quem logo choraria. Ver ele assim faz com que eu me arrependa profundamente de ter falado aquelas coisas.

— Eu não quiz di...

Tento falar e me aproximar dele porém ele se afasta e abaixa o olhar com lágrimas nos olhos.

— Você quis sim. Mas eu não me importo. É verdade mesmo né? Quando eu tento te defender, óbvio que estou estragando tudo. Quando eu me preocupo com você — ele ri de leve sarcástico — É claro que eu estou estragando tudo. Pois bem. Agora você pode ignorar a minha existência que eu ignoro a sua.

Percebo que uma lágrima escorre em seu rosto, ele a enxuga rápido ,fecha a porta e sai do meu quarto em silêncio.

Meu peito está apertando em pensar que ele vai me ignorar. Pois diferente de mim, Mário é extremamente bom em ignorar as pessoas. E pelo jeito que ele falou, não estava brincando.

Eu me arrependo de ter falado essas coisas. Mas agora é tarde demais.

༻❀༺

Me levanto com uma dor de cabeça dos infernos, porque eu não sei, na verdade deve ser só o peso na consciência.

Tomo um banho, escovo os dentes, me troco e vou tomar café.

Mário não iria para escola ainda então não precisava tomar café tão cedo. Ainda devia estar dormindo.

Desço as escadas em silêncio e logo me sento ao lado da minha mãe na mesa.

— Bom dia. — falo e sorrio de leve.

— Bom dia. — eles dizem em uníssono e sorriem ao perceber.

— Está tudo bem? Você tá um pouco... Pálida? — Renata fala.

Uma Completa Confusão [PAUSADA]Where stories live. Discover now