- E você fez o quê? Ficou parada, não fez nada? - confrontou.
- Sim. Eu... deixei. - foi minha resposta.
- Como vocês chegaram a isso? Quando começou essa história? Pelo amor de Deus! - Diana tomou um gole maior do vinho.
- Eu estava chateada com Henry por ter passado aquela noite me ignorando, bebendo e se divertindo com os amigos. Ele resolveu acreditar que eu e Gabriel tínhamos algo acontecendo.
- Por que Henry pensaria isso? Ele nunca tinha nem visto vocês dois juntos, pelo que sei. - concluiu Diana.
- Ele ouviu Gabriel falar sobre mim ao telefone com alguém quando foi à loja, no dia em que chegou. Henry soube por ele, escutando a conversa, que viajamos juntos e parece que Gabriel sente algo por mim.
Diana me olhou com espanto, como se fosse descabido o que eu estava falando.
- Não é desvario meu. Gabriel, de fato, disse isso na noite do rock e no dia seguinte, quando conversamos no café. Então, notou o clima pesado entre Henry e eu... Eu estava carente. Pareceu-me uma opção... É horrível, eu sei.
- Você percebe que é a última coisa que você precisa fazer nesse momento. Descontar suas frustrações em alguém? Eu te peço, por favor, em nome do carinho que eu tenho pelo Gabriel e por você, deixe-o fora disso.
- Eu sei, Diana. Já pedi desculpas, conversamos, eu disse que não ia se repetir. Está resolvido. - tentei tranquilizá-la.
- Será que está mesmo? Será que Gabriel não está esperando mais?
- Ah, Diana! Não posso garantir. Ele tem me olhado diferente. Agora que sei, não consigo deixar de notar.
- Vou trazê-lo para trabalhar comigo. Leve Lucca para trabalhar com você.
- Diana... - eu ia contestar, mas desisti. - Tá, não vou pensar nisso agora. Quando eu voltar da Califórnia, nós resolvemos.
- Amber, pensa bem. Como ele vai encontrar todos os dias com você, fingindo que nada aconteceu? - esvaziou sua taça com o último gole.
***
As doze horas de voo a caminho de São Francisco foram mais que suficientes para que eu ficasse ruminando os acontecimentos dos últimos dias. Pensei em Gabriel, completamente arrependida, e em Henry, sentindo-me de mãos atadas naquele momento.
E se eu tentasse falar com Henry? Talvez, se lhe contasse o motivo da minha viagem, iria amolecer um pouco seu coração. Considerei e logo desisti, jogando o celular na bolsa de mão e retomando a leitura no meu Kindle.
Chegando à cidade, Jessie me recebeu em sua casa e mostrou-me o quarto de hóspedes. Sugeriu que eu aproveitasse para relaxar com uma ducha, enquanto esperávamos a pizza chegar. Eu estava muito cansada, tanto pela viagem quanto pela constante atividade da minha mente, apreensiva e sob estresse. Não consegui nem tirar um cochilo durante o voo.
Vestida com meu pijama, me sentei com Jessie à mesa. Ela abriu uma garrafa de vinho para acompanhar a pizza e perguntou sobre minha vida no Reino Unido.
- Como ficaram as coisas com Henry? Vocês já se entenderam? Lembro que você estava com uma cara péssima quando o conheci, por causa do episódio de pegação da série.
Eu dei um suspiro e coloquei a taça de volta na mesa para responder. Jessie já tinha entendido que a resposta não seria positiva.
- Ah, irmã! Conversamos e nos entendemos naquela ocasião, mas agora já não estamos tão bem. - contei.
- Por quê? Ele parece gostar tanto de você.
- Sim! E eu também gosto dele, mas não sei. A gente não consegue se entender. Agora ele está aborrecido e me evitando. Estar aqui vai me manter preocupada com outras coisas. Mas e você, como está?
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Thanks, Kal
Fanfiction*CONCLUÍDA* Amber, executiva do Vale do Silício, deixa o paraíso da tecnologia na Califórnia para abrir seu café e levar uma vida mais simples em Londres. Durante a caminhada matinal no novo bairro com sua Golden Retriever Jackie, Amber esbarra em H...
Capítulo 37 - Ele me beijou
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