A manhã de outono de Novembro começou fria, com uma brisa gelada como o usual, e enquanto Harry descansava com Draco na beira do Lago Negro em um horário que os dois tinham livre juntos, o moreno agradeceu por ter lembrado de levar seu cachecol vermelho e amarelo.
Os dois garotos tiveram sorte ao receberem esse tempo vago no horário de aulas e, para mais sorte ainda, era um horário que Hermione e Rony tinham obrigações de monitores, rondando os corredores para ter certeza que ninguém estava matando aula. O que consequentimente era um dos únicos horários que eles podiam passar juntos e sozinhos.
Não o leve á mal, Harry adorava passar tempo com Hermione e Rony, mas com quando seus amigos estavam no mesmo ambiente que Draco, nem o ruivo ou o loiro conseguiam segurar suas farpas.
O grifinório dormia encostado no ombro de Malfoy, enquanto o braço do mesmo envolvia sua cintura. Draco folheava um dos livros de Harry de Poções que havia pedido emprestado, porque... Bom, simplismente porque se interessava com Poções. (Harry o chamava de estranho por isso, e dizia que se ele quisesse podia pegar todos os seus livros de Poções e queimá-los. Mas Draco sabia que ele só dizia isso porque odiava a matéria e o professor).
Enquanto passava e lia algumas coisas nas páginas que lhe interessavam, o sonserino achou algo que realmente o magoou. No canto inferior de umas das páginas, havia desenhado um pequeno coração com o nome de Cho Chang dentro. Porque não era o dele? Harry nunca havia dito que gostava dela... Ficou um pouco dessepcionado, e pensou em realmente atender o pedido do moreno e queimar o livro de raiva...
Draco respirou fundo frustrado. Porque Harry não havia lhe contado aquilo? Nunca fora com a cara da corvina mesmo... E facilmente poderia azarar ela quando passasse por ela no corredor... Não, o que estava pensando? Ele não podia fazer isso. Pare de ser tão ciumento, Draco...
E no pior momento, Harry decidiu acordar de seu cochilo. O grifinório desencostou sua cabeça do ombro de Draco e piscou os olhos, sonolento. Olhou para o loiro e sorriu, mas ao notar a expressão chateada de Malfoy, seu sorriso sumiu.
- O que foi? - Ele perguntou, preocupado.
- Nada... - Draco resmungou, mas Harry já tinha notado que o sonserino estava olhando para o coração na página do livro.
- Você não precisa se preocupar com isso, Draco.
- Como não? Você nunca me disse que gostava da Chang. - Cruzando os braços, Malfoy fez pose de irritado, olhando para todos os lados menos para Harry.
- Como você disse, eu gostava dela. Não gosto mais. Foi no ano passado, e mesmo assim, ela namorava com Cedrico.
- Eu não me importo com quem ela namorou, namora ou deixa de namorar. Porque nunca ao menos me disse que gostou dela no passado?
- Então é isso?
- Isso o quê?
- Ciúmes.
Draco ficou em silêncio por alguns segundos. Olhando feio para os olhos verdes de Harry, que refletiam mais do que as árvores dos jardins á sua volta. Harry também estava ficando irritado, e o sonserino não queria brigar. Ele sempre era estúpido assim, começava uma discussão por um assunto bobo, chateava o moreno e depois se culpava por ver o rosto triste de Harry. Sim, ele era ciumento. Talvez fosse realmente besteira se chatear com isso. Harry não ficaria chateado com ele se ele já houvesse gostado de alguém no passado.
- Sim. - Ele respondeu, mesmo Harry não tendo feito uma pergunta. Olhou para o livro e fechou-o, em seguida olhou novamente para Harry, triste. - Desculpa, eu não queria discutir. Eu só não gosto de pensar que você já gostou de outro alguém assim como diz gostar de mim.
Harry se aproximou e o abraçou, escondendo seu rosto no ombro do loiro e aconchegando sua cabeça no cachecol sonserino.
- Eu não gostei dela como gosto de você. Você é muito mais especial do que ela jamais foi, amor. - Harry disse, manhoso, roçando seu nariz contra o pescoço do maior. Draco não pôde não retribuir o abraço. O loiro sorriu e deu um beijo nos cabelos do grifinório.
- Tudo bem. - Malfoy tirou o rosto de Harry do seu pescoço segurando seu queixo, trazendo seu rosto para perto, fazendo o moreno ser obrigado á olhar para ele. - Só não gosto de que mexam com o que é meu. - E assim, roubou um beijo dos lábios macios de Harry. Sentiu o grifinório sorrir contra seus lábios com a declaração.
Os dois garotos ficaram abraçados por muito tempo durante aquela manhã, aproveitando a vista das águas geladas do Lago Negro e das montanhas na distância, e a presença um do outro.
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