33 - aquário-vinhedo

15.7K 2.2K 2.9K
                                    

DORMI NA ESPREGUIÇADEIRA

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

DORMI NA ESPREGUIÇADEIRA. Acho que atingi o limite da minha falta de dignidade, porque quando acordo abraçada com a garrafa de vinho vazia e com Lola berrando no meu ouvido, eu percebo que não tem como minha vida ficar pior do que isso. Meus olhos doem com o sol no meu rosto e minha cabeça parece que vai explodir, e eu nem vou falar do olhar preocupado que mamãe e Tales me lançam antes mesmo de eu conseguir me levantar. Meu Deus. Aposto que não são nem sete da manhã.

— Tá, agora eu acho que você passou dos limites — mamãe diz, as mãos na cintura enquanto me assiste tentar erguer o corpo. Minha cabeça está girando e possivelmente vou vomitar em algum momento nos próximos minutos. — Você bebeu isso sozinha, Eva?

Mesmo ouvindo o meu nome, demoro a entender que mamãe está falando comigo. Ela parece estar gritando dentro da minha cabeça, e a sensação não é das melhores. Tudo o que eu quero agora é subir para o meu quarto e dormir um pouco mais.

— Não, eu...

— Esse vinho deve custar uma fortuna! — ela exclama, tirando a garrafa vazia da minha mão e encarando o rótulo. — Você não podia ter aberto sem a permissão do Tales.

— Não, Regina, tá tudo bem — meu padrasto garante, se aproximando e estendendo a mão pra me ajudar a levantar. — Por que a gente não deixa a Eva descansar um pouco e depois vemos como resolvemos essa situação, hm? Aposto que ela tem uma justificativa muito boa pra ter feito isso.

Seguro a mão dele e me levanto, vendo o mundo inteiro girar enquanto a Lola me encara com um olhar de julgamento irritante, e, cara, não é muito legal sentir que estou sendo julgada por uma garotinha de quatro anos.

— Toma um banho e tenta descansar — mamãe me pede, cedendo e relaxando a postura. — A gente conversa mais tarde.

Apresso o passo, entrando em casa e subindo as escadas o mais rápido que consigo. Talvez um banho me ajude com essa dor de cabeça infernal, mas eu não vejo a hora de cair na cama, porque, nossa, minha coluna tá implorando por isso.

— Não me diz que você passou a noite lá na piscina.

Bruno aparece no corredor, saindo do seu quarto com a maior cara de sono. Faço uma careta, percebendo que devo estar horrível depois de ter dormido no relento.

— Acabei cochilando. Que horas são, hein?

— Seis e pouco, eu acho.

— E você já tá acordado?

Ele nega com a cabeça antes de bocejar, e eu acabo bocejando também.

— Não dormi ainda, eu tava... falando com a Mina. — Aceno em concordância, seguindo meu caminho até o banheiro. — Ela me perguntou de você.

Todas as Coisas que Eu Não Odeio em VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora