- Chefe! Voltou cedo.
- E aí, Mini Kim. - Cumprimentei assim que a porta fora aberta para mim, passando a mão no cabelo castanho e liso do garoto, o bagunçando. - Aconteceu algo enquanto eu estava fora?
- Não muito. - Respondeu, pegando o casaco de meus ombros para pendurar. - Foi tranquilo por aqui hoje.
- E ele? - Fiz um gesto com a cabeça, apontando para o fim do pequeno corredor.
Kim ficou na ponta dos seus pés e me puxou para baixo, abraçando meus ombros com os seus braços, que não eram longos o suficiente para me envolver por inteiro.
- Relaxa, chefe. Tá tudo bem.
Abracei o garoto de volta e até sorri um pouco. Mini Kim era o integrante mais novo de nossa gangue, com apenas 12 anos.
Calma, é óbvio que não coloco o menino para fazer nossos trabalhos. Eu pego mais leve. Somos vizinhos desde que me mudei para cá há 5 anos, e infelizmente acompanhei sem poder evitar todas as merdas que aconteceram em sua vida.
O pai era um viciado que um dia fugiu com todo o dinheiro da família, e sua mãe se matou logo em seguida. O garoto foi deixado sozinho ainda novo, mas já era esperto.
O conheci de verdade quando o encontrei em meu apartamento tentando roubar comida da geladeira, e desde então eu faço questão de que nunca falte nada para o moleque.
Ele não gosta disso, diz que não é fundo de caridade. Por isso eu o chamei para participar da gangue, para então dizer que sua missão especial é cuidar de meu irmão enquanto estou fora, e em troca dou uma pagamento muito além de generoso.
- Já jantou? - Perguntei enquanto deixava meu corpo cair sentado no sofá velho e descansava a cabeça no encosto.
- Uhum, e seu irmão também. A comida tá no fogão para você comer. - Respondeu Mini Kim, vestindo uma blusa de frio e já indo rumo a saída. - Ah, e chefe JK...
Olhei para a metade do seu corpo que ainda estava dentro do apartamento.
- Estão dizendo por aí que Big Xiao tem a ver com o que aconteceu. É verdade?
Eu aceno com a cabeça em resposta.
- E você tá bem?
Eu sorrio para o garoto.
Talvez ele seja o único a me perguntar isso ainda hoje em dia.
Pego uma almofada e jogo na direção da porta, sabendo que ele a fecharia e sairia antes de o acertar.
E a casa volta ao silêncio, apesar de não estar sozinho. A porta do quarto no final do corredor está meio aberta, mas nenhum som sai de lá.
Ele não dorme de noite, parece que só faz isso quando atinge a exaustão. Fazia dias que escutava seu cochicho no meio da noite, então possivelmente estava perto de seu corpo ceder ao cansaço.
Fui até o cômodo e entrei devagar, o encontrando em sua cadeira de rodas virada para a pequena janela.
- Apreciando a boa vista? - Pergunto ao me encostar no batente e cruzar os braços, como se pudesse esperar por uma resposta que nunca viria.
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higanbana | jikook |
FanfictionAs ruas de noite se tornam o próprio inferno. Como as pessoas tem coragem de sair das suas casas? Assaltos, assassinatos, violência, agressão... Essas coisas que vemos noticiadas na TV acontecem todo dia. Se você olhar bem, vai ver acontecendo a s...