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-Eu quero tanto te matar Ryujin! -Doces palavras, especialmente para mim. 

-Desse jeito eu vou ficar mal acostumada TaeTae. -O olhei mais uma vez antes de entrar no carro, no seu carro, no seu carro muito caro e confortável. Nem em meus melhores sonhos imaginei estar aqui, no carro dele, com ele, indo até sua mansão. Na verdade eu exagerei um pouco, ele mora em uma boa casa com sete cômodos mas não se trata de uma enorme mansão com um jardim esplêndido e uma piscina. Ele nem mesmo tem uma piscina. Todas as vezes que o observei de longe, escondida entre as árvores, Taehyung se intercalava entre ficar na sala tocando músicas chatas em seu piano ou em seu quarto lendo e assistindo filmes românticos, ou, já que agora sei do seu segredinho, talvez ele estivesse assistindo porno e da distância em que estava não consegui identificar o conteúdo na sua Televisão enorme. -Vamos passar em casa e depois nas lojas? 

   -Pra ser sincero, eu estaria mais satisfeito em jogar o carro da ponte com você dentro. -Não consegui controlar meu sorriso satisfeito. Ele agindo assim, de forma rebelde só prova o quanto estou o afetando. O senhor Kim não tem coragem de me matar, mas preciso estar ciente de que ele é uma raposa muito esperta e que se eu der uma bobeira, pode ser meu fim. 

   Liguei o som e não desci o vidro da janela até estarmos bem distantes. Não quero que rumores sobre nosso envolvimento se espalhem, o que aconteceria se me pegassem em seu carro. Evitar que uma fofoca se espalhe é a melhor coisa que posso fazer se quero manter meu brinquedinho na coleira por um bom tempo. 

   Sou assim. Cresci assim e vou viver assim. No lugar de um coração tenho uma pedra. E não me incomodo nem um pouco com isso. Após a morte de meus pais, meu irmão decidiu ir embora de vez. Ele paga as contas do meu apartamento e meu colégio, mas nada além disso. Não que eu precise do seu dinheiro imundo. Nunca precisei, e agora que tenho uma nova fonte de renda, não vou precisar mesmo. Quando esse jogo for finalizado, eu vou arranjar um novo avatar e iniciarei uma nova partida. É isso que faço, manipulo pessoas e as uso para conseguir o que quero e desejo.

   E não me arrependo disso. Pelo contrário, eu me orgulho. Ah céus, o prazer que sinto com o que faço, é enorme. Um vicio. Sou viciada em muitas coisas. Cigarro, bebida, comidas picantes, carros velozes, dinheiro e sexo. Mas minha maior droga, aquela que eu não largo por nada, é a dominação. Eu desejo e anseio por isso, e  enquanto não tenho, fico louca, perdida e sem rumo. 

  Talvez tenha sido por isso que Jungkook partiu. Meu irmão não conseguiu aguentar meus caprichos. Quando tentei usá-lo, como meu brinquedo, ele juntou suas coisas e foi embora. Vendeu nossa casa e comprou um apartamento pra mim. Nunca fomos próximos, por conta da diferença de idade e gostos. Ele deve estar com uns 25 agora, vai se casar no mês que vem e é óbvio que eu não fui convidada. Não que eu precise, já que se caso eu quiser, posso entrar naquela merda de casório e acabar com tudo. E ele não vai me impedir, pois por mais que tenha se afastado, ele sente pena de mim. 

 Patético eu devo dizer. Pena. Eu não preciso da sua pena, preciso do seu dinheiro. Muito dinheiro, pra gastar com tudo nessa merda de mundo. Quero comprar um carro veloz, ou uma moto, vender aquele apartamento e comprar uma casa em algum beco. Posso seduzir algum gangster, vender umas drogas e assumir o comando. Esse sim, é um belo plano. Já que vou morrer cedo, não preciso me preocupar com nada, nem ninguém. Eu vou viver por mim mesma os restantes de meus dias, o que não são muitos. 

   É um milagre, que eu consiga me mover sem sentir dor nenhuma ou colocar meu almoço pra fora a qualquer passo. É irônico eu estar tão podre por dentro quanto por fora. Um ano ou dois, é o máximo que tenho. E vou aproveitar tudo ao máximo. Me drogando sempre que conseguir e me matando ainda mais. 

Yes, TeacherWhere stories live. Discover now