— Não confia em mim, não é mesmo? - Elevava meu pé encostando e cruzando os braços na parede próxima.

— Nem um pouco. Agora venha aqui e me ajuda a empurrar isso.

(...)

Acendemos a fogueira novamente mais baixa agora, sentamos ali um a frente do outro, comemos a lebre que ainda estava inteira junto a alguns enlatados que ele trouxe.

A madrugada começou a ficar fria e não havia mais nada de roupas na casa, a fogueira agora menor não aquecia direito apenas iluminava, era notável meu incomodo junto a um suor e dor de cabeça terrível.

— Você está tremendo.

— Ah... Não me diga. - Batia os dentes e encostada no canto não conseguia se aproximar da fogueira.

Tank se aproximou e colocou a mão  em minha testa.
— Está queimando de febre.

Meu olhar vermelho e meus tremeliques o deixaram desconfiado.

— Você não foi mordida, não é?

—  Não...eu não tive essa sorte.

—  Deixa eu ter certeza.

Me levantei com uma fraqueza tremenda, o mesmo se afastou, não queria o estresse dele achar que estava me transformando, mostrei meus braços e pernas e levantei a blusa calmamente.

— O que você tem?

— Não sei ainda.

O mesmo retirou da bolsa um frasco laranja e me entregou um comprimido.

— Tome e vamos ver se passa.

Ele ainda molhou um pano e colocou em minha testa. Mesmo acabada e sentindo ser algo momentâneo por ser tão doloroso não deixei de interagir com Tank um cara alto forte todo tatuado e de aparência melhor que minhas alucinações.

— Porque querem tanto a caixa?

Ele abaixou a cabeça e com um graveto que destacavam suas mãos mexia na fogueira que reluziá em seu rosto uma fase não tão assustadora.

— Não é óbvio? Suprimentos grátis.

Com a voz um pouco mais fraca finalmente perguntei algo que martelava a muito tempo dês que fizeram vir até aqui.

— Uma caixa de suprimentos onde dois grupos bem grandes sabem de sua existência, e provavelmente bem mais pessoas não é mesmo?

Percebi que ele desviava o olhar a mim toda vez que perguntava coisas incômodas e logo em seguida dizia palavras que mexeriam comigo de alguma forma.

— Não é difícil de ver um loot no céu azul do Arizona, vamos dizer que muitas pessoas vêem em um raio de 60KM...

— 60KM? - Era um raio um tanto quanto grande demais para apenas uma caixa.

— ... A uma mesma hora a um mesmo lugar, quem pegar primeiro ganha.

— Tá me dizendo que é um jogos vorazes?

— Quase isso, só que normalmente ninguém sai com 100% da carga e corpo inteiro.

Franzi a sobrancelha e engoli a seco boquiaberta com o que eles não me disseram de início.

— Por que a mim?

— A caixa cai toda semana, mandar alguém de nós é suicídio, cada semana amais é mais dias de treinamento e aperfeiçoando que fazemos com os que se propõe a ariscar, ninguém nunca chegou vivo do nosso grupo, o que chegou mais perto foi decepado a cabeça com uma linha de nilon.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Where stories live. Discover now