d o i s

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    Logo o táxi chega no colégio e fico surpresa com o seu tamanho. Já o tinha visto em fotos, mas é maior do que eu esperava.

    Entro nele e fico ainda mais impressionada. Com um pé direito incrivelmente alto e piso de mármore, a escola exalava um ar de seriedade.

    Me informo na recepção sobre aonde era a secretaria e logo sigo para uma sala onde rapidamente vieram me receber.

    —Boa tarde senhorita...?—um homem com vestes engraçadas diz, aparentemente na casa dos vinte anos, esperando meu nome.

    —Melissa Oliveira—digo e aperto a sua mão, enquanto reparo em sua blusa de oncinha e calça de listras. Um charme eu diria—É um prazer conhecê-lo.

    —O prazer é meu Mel, me acompanhe por favor—ele disse se dirigindo a uma mesa no final da sala—Vejo que se matriculou e possui ótimas notas em seu boletim!—disse animado—Aqui no colégio nós temos o prédio principal ou bloco 1, onde se encontram e secretaria, diretoria, e o corredor comum, que liga todos os outros blocos—ele diz, apontando em uma foto—os blocos B, C e D são para os dormitórios, E e F para as salas de aula e o G para a cantina, enfermaria e atividades extracurriculares como academia, piscina e quadras internas—ele diz me mostrando tudo, onde todos os prédios aparecem, interligados ao principal por passarelas. Dito isso ele começou a me explicar como tudo aqui acontecia.

Já estava ficando com sono quando ele finalmente acabou e me entregou uma chave.

—O seu dormitório é o número 305, no bloco B. O meu nome é Marcos e qualquer dúvida que tiver, pode me encontrar aqui—Ele termina, enquanto ajeitava seus cabelos castanhos que pareciam incrivelmente sedosos. Me viro então para ele a fim de me despedir.

—Muito obrigada pela ajuda Marcos! Agora vou indo—digo acenando para ele, porém o mesmo me surpreende com um abraço.

    Logo saio da sala e olho assustada para o tamanho da escola, me vendo perdida.               

  —Agora o difícil vai ser achar o meu quarto...—Resmungo para mim mesma e saio em busca dos dormitórios nessa escola gigantesca.

***

    Depois de uns 15 minutos procurando sem parar, me sento no meio de um dos corredores. Olho para o lado e vejo uma garota loira com olhos bem azuis parecendo estar na mesma situação que eu. Decido me aproximar e ela logo me vê.

    —Oi! Tudo bem? Sou Valentina, mas pode me chamar de Tina—Ela diz simpática.

    —Oi! Tudo sim, sou Melissa. Está perdida também?—pergunto o óbvio, só para ter certeza.

    —Sim...—Diz dando uma risada sem graça—Meus pés já estão doendo de tanto que já andei procurando o meu quarto.

    —Então estamos na mesma situação—digo, sentando-me ao seu lado—eu não consigo achar a droga do bloco B.

    —O meu quarto também é nesse Bloco. Qual é o número do seu?—Diz ela.

    —n° 305— digo —E o seu?

    —303—Conta ela, e quando ia falar algo a mais, uma loira para a nossa frente.

    —Por que estão igual umas mendigas na frente da porta do meu quarto?—Ela diz ríspida.

     —Primeiro você pode controlar esse tom para falar comigo porque eu gosto de respeito—digo me levantando, com o pingo de paciência que me restava—Nós não estamos dentro do seu quarto para você ficar puta com isso, então abaixa a bola aí.

    —Se eu fosse você, retiraria o que disse—Ela diz avançando em minha direção, mas antes de me alcançar, um garoto a segura.

    —Se acalma Bruninha, deixa as novatas em paz—Diz ele, e ela vai bufando para dentro do quarto—Tudo bem?—nos pergunta e assentimos—Sou Henrique, muito prazer. Desculpe pela Bruna, ela é meio sem noção.

    —Obrigada pela ajuda. Sou Melissa e essa é a Valentina—digo e nos cumprimentamos—Olha, se não for pedir demais, será que você poderia nos ajudar a achar o bloco B? Esse colégio é muito grande e acabamos nos perdendo—rio e ele me acompanha.

    —Claro! Me sigam—disse andando e fomos atrás, caminhando pelos milhões de corredores daquele lugar.

    —É aqui—Henrique disse. Nós agradecemos e nos despedimos—qualquer hora eu mostro o colégio para vocês. Se quiserem, é claro.

    —Seria ótimo—digo concordando.

    —Até depois então!

   —Até!—falo acenando. Durante o trajeto, Tina e eu decidimos nos ajudar a arrumar nossos quartos, primeiro o dela, depois o meu.

    Entramos, e logo me jogo na cama que parecia ser a única disponível.

    Olho ao redor e analiso bem o dormitório. Ele tem um bom tamanho, com piso de madeira e paredes cinza, uma grande janela com duas mesas para estudo. Na parede oposta, onde se encontram as duas camas de solteiro e a porta, também há uma cômoda para cada menina. Reparo em uma porta extra, que suponho que seja o banheiro. Ando até a mesma e a abro, confirmando minha hipótese.

    Quando percebo que Tina está estranha, a chamo umas duas vezes, e na terceira ela me responde.

—Mel? Ta calor né—ela diz se abanando e eu vou ao seu encontro, estranhando.

—Oque houve, pifou?!— digo, começando a me preocupar.

—duas palavras: GATO-DEMAIS!— ela diz com entusiasmo.

—Caramba Tina!—digo suspirando—achei que você tava mal, não faz isso não, caramba!—falo e ela começa a rir.

Colegas de Quarto ✔️Where stories live. Discover now