v i n t e • e • s e i s

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•Melissa•

    Quando saio do banheiro, avisto Lucas rindo disfarçadamente. Seguro a vontade de mandar o dedo e volto para meus exercícios.

    Depois de uma hora, todos decidimos voltar para o quarto, combinando de nos encontrarmos no Denny's para jantar. Quando termino de fechar a porta do quarto, sinto mãos nos meus quadris e me viro para encarar Lucas.

    —Você tá uma tentação com essa roupa colada sabia?—fala, traçando uma linha de beijos do meu pescoço e queixo, até minha boca. O guio para a cama e sendo em seu colo, sem parar de beijá-lo. Quando sinto o mesmo animado lá em baixo e suas mãos começam a subir minha camiseta, paro o beijo e saio de seu colo, indo em direção ao banheiro e trancando a porta.

    —Melissa!—ouço Lucas por trás da porta—Não acredito que você fez isso—ele grita.

    —Vingança! Quem mandou fazer aquilo na academia? Você tem mão, se vira amigo—digo rindo para depois ir tomar meu banho na maior tranquilidade.

•Lucas•

Assim que chegamos na lanchonete, avisto uma galera que se destaca falando mais alto que os demais, e logo sei que é o meu grupo. Ando até a mesa rindo e consigo captar uma parte da conversa.

—...a Melissa falando com o garçom sobre vida após a morte—Henrique diz soltando uma risada alta, que chama a atenção das mesas vizinhas.

—Ei!—Mel bate em sua cabeça—Eu não lembro desse papo, mas tenho certeza de que foi emocionante—diz sentando ao seu lado. Bea, Edu e Tina estavam lá também. Aceno para eles e me sento em seguida.

    —Aham!—Henri responde em um tom irônico—Tão bom que o cara não prestava atenção em nada que você falava. Ele não tirava o olho do seu decote Melissa. Só balançava a cabeça quando você falava algo—Tranco o maxilar e logo as meninas levantam para ir fazer nossos pedidos.

    —Eu já sabia—Henrique diz do nada.

    —Sabia do que?—Edu pergunta.

    —Que tinha algo acontecendo entre eles dois—comenta com o ruivo, alternando o dedo entre mim e Mel. Meu sangue gela e me mexo nervoso na cadeira.

    —Tá na Disney Henrique? Viaja não —O respondo.

    —Lucas, não adianta mentir cara. Eu te conheço tão bem que sei te ler como se fosse um livro—Henri diz tranquilo e a esse ponto, sei que não adianta mais negar.

    —Fora que você não sabe esconder emoção—Edu complementa—Era óbvia a sua cara de desgosto quando Henrique tocou no assunto do garçom olhando Mel—Sem saber o que dizer, enterro o rosto em minhas mãos soltando um suspiro derrotado.

    —Depois a gente termina essa conversa—Henrique diz, vendo as meninas voltarem à mesa.

Ficamos por lá até umas oito horas, mas logo decidimos voltar para o colégio já que era dia de semana. Vamos todos andando juntos, até a hora de nos dividirmos para os quartos. Quando faço menção de seguir para o meu, Henrique limpa a garganta, me agarrando e levando Edu junto. Quando finalmente chagamos em seu quarto, me jogo na cama sabendo o que estava por vir.

—Desde quando?—Henrique pergunta batendo em minha perna e eu rolo na cama, parando de barriga para cima com as mãos atrás da cabeça.

—Dia da boate—repondo o encarando. Ele bufa e olha para mim.

—Me conta direito o que aconteceu—ele exige. Tento enrolar, mas conhecendo a determinação de Henri, sabia que não adiantaria. Conto tudo aos meninos, que me olhavam sem nem piscar, ficando a par do acontecido.

—Por que não me contou antes?—Henri pegunta, e posso sentir uma pontada de desapontamento em sua voz.

—Ela pediu para não contar—digo, passando a mão na cabeça—Nós não somos nada, apenas ficamos.

—Então você não sente nada por ela?—Henrique diz, tentando entender a situação e eu logo abro minha boca para responder, mas a fecho novamente quando percebo não saber a resposta. O quarto fica em silêncio e Henri volta a cabeça para mim, mas continuo em silêncio, sem saber o que dizer.

—O fato de eles não estarem ficando sério, não significa que não possa haver sentimentos—ouço Edu responder, e logo Henrique vira em minha direção com um sorriso divertido no rosto.

—Lucas está apaixonado!—diz animado e escuto a risada de Edu ao mesmo tempo.

—Para!—digo o empurrando—Não estou—digo de cara fechada—So estou...confuso—Termino, andando pelo quarto. Henri logo fica sério de novo, me encarando preocupado.

—Lucas, não é porque você esteve em um relacionamento ruim, que todos sejam assim. As vezes você podia estar vivendo algo incrível agora, mas não está pois se recusa a se deixar levar. Por favor, apenas uma vez, para de lutar contra o que sente e tente ser feliz—diz me encarando.

O olho sem saber o que dizer. O fato de eu não entender o que estou sentindo me deixa nervoso. Eu não acho que esteja apaixonado por Mel, até porque nos conhecemos a apenas um mês, mas tenho certeza de que não sou indiferente em relação à morena. Não aguentando mais o interrogatório, me viro em direção à porta, murmurando que iria para o meu quarto deixando os meninos para trás.

Colegas de Quarto ✔️Where stories live. Discover now