v i n t e • e • d o i s

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    Quando chegamos no colégio, nos separamos e cada um seguiu para seus respectivos quartos. Foi uma batalha com a chave para acertar o buraco, mas logo consigo abrir a porta. Lucas se joga em sua cama e eu tento tirar meu vestido, mas não consigo alcançar o zíper sozinha.

    —Lucas—chamo e nada—Lucas!—chamo mais alto e ele me olha—ajuda aqui—falo apontando para o meu zíper—ele me olha por uns segundos mas logo levanta da cama e vem em minha direção. Quando está atrás de mim, põe meu cabelo para o lado, deixando meu pescoço exposto. Enquanto suas mãos vão em direção ao zíper, sinto sua respiração quente em minha nuca. Suas mãos descem devagar com o zíper pelas minhas costas, e o vestido finalmente cai. Ele não se mexe, e eu também fico no mesmo lugar. Sua respiração, que acelera, ainda me alcança, mostrando o quão perto ele está. É quando viro a cabeça e encontro seus olhos mel, que sinto o resto do meu autocontrole se esvair, e depois disso, não me lembro de mais nada.

***

    Vejo a luz invadindo o quarto, mas não acordo de imediato, virando para o lado com a intenção de voltar a dormir.

    É quando escuto um barulho de algo pesado batendo no chão que acordo rapidamente, olhando ao redor. Má ideia, pois logo minha cabeça lateja de dor. Quando abaixo o olhar, vejo Lucas no chão, coberto somente por um lençol, e olhando ao redor, com uma expressão tão confusa quanto a minha, mas logo ela se dá espaço para uma expressão de choque enquanto me olha. Quando finalmente entendo, olho para baixo e vejo que nada me cobre.

    —Merda!—grito e levanto num pulo.  Lucas faz o mesmo, fazendo o lençol cair e o deixando nu como eu. Não me seguro e desço meu olhar, ato que não passa despercebido por Lucas, que logo se cobre.

    —Da para você vestir alguma coisa!?—ele diz nervoso. Olho para mim e volto para o moreno à minha frente.

    —Não é como se você não tivesse visto nada antes—falo apontando para a cama e dando de ombros. Olho mais uma vez ao redor. É quando percebo as camas juntas, e começo a rir.

    —Qual é a graça?—Lucas diz mais confuso ainda.

    —É que eu to imaginando a gente bêbado para caralho juntando as camas—digo rindo ainda mais. Lucas logo me acompanha e o clima suaviza. Conforme as risadas diminuem, começo a aderir o que realmente aconteceu, e o que isso significa. O encaro, buscando respostas e vejo que o mesmo já me olhava—Você lembra de algo?—pergunto, esfregando minha têmporas.

    —Ainda não me lembro de nada desde que chegamos da boate—diz com a mão na cabeça—Você?—ele pergunta, e balanço a cabeça como resposta.

    —O mesmo que você—respondo e ele fica pensativo. Logo alguém bate na porta e pulamos de susto. Rapidamente boto uma roupa qualquer, e abro uma fresta da porta, tentando esconder ao máximo o resto do quarto.

    —Bom dia—Digo ao reconhecer Tina e Henri do outro lado, e aperto ainda mais a porta, impedindo que os mesmos vissem nada.

    —Está mais para boa tarde né Mel—Henri diz rindo—Já são três horas! Viemos chamar vocês para almoçar. Cadê o Lucas?—pergunta. Rapidamente viro o rosto para dentro do quarto para ver um Lucas nu parado no meio dele sem saber o que fazer.

    —Dormindo ainda—respondo quando viro novamente para o casal no corredor, mas estranho quando vejo que os mesmos estão com com a boca aberta e uma expressão surpresa no rosto—O que foi?—pergunto apreensiva.

    —Você já se olhou no espelho hoje Mel?—Tina começa apreensiva. A olho confusa e ela aponta para o meu pescoço. Quando olho pelo espelho atrás da porta, vejo o que os chocaram. Estava coberta de chupões.

    —Vish—digo, sem saber o que falar. Na minha cabeça só se passava um pensamento: Lucas filho da puta, Lucas filho da puta, Lucas filho da...

    —Nossa—Tina diz, chocada—Acho que eu não quero saber dos detalhes—ela diz e volto meu olhar para Henri, que diferente da loira, já estava desconfiando de algo.

    —Deixa eu ver o Lucas—ele pede e meu sangue gela.

    Seguro a porta com mais firmeza, o impedindo de entrar, mas Henri era mais forte e entra no quarto, seguido de Valentina. Quando tenho coragem de virar, fico chocada. As camas já estavam no lugar, e Lucas estava "dormindo" na sua, com roupas dessa vez.

    —O que você esperava?—pergunto para Henri—Não pense besteira Henrique, isso aqui foi o carinha da pista de dança—Minto apontando para meu pescoço.

    Quando ele finalmente parece ter consciência de que estava pensando merda, sai do quarto com Vale logo atrás.

    —Vamos esperar vocês para almoçar—diz antes de sair.

    —Meu deus—Suspiro quando fecho a porta. Quando volto meu olhar para Lucas, percebo algo estranho—Por que botou camisa? Henrique sabe que você dorme sem—digo confusa. O mesmo me olha sorrindo ironicamente, e depois tira a camisa, me mostrando suas costas.

    —Ops—digo ao ver a mesma toda arranhada. Desde o início do shorts até sua nuca.

    —Ops? Ops!?—ele diz indignado—Tá ardendo para caralho isso daqui Melissa!—reclama e eu rio, mas sem deixar de apontar para o meu pescoço e peito, mostrando a ele as marcas roxas.

    —Nem vem que você também me marcou—digo rindo ainda mais, mas logo fico séria novamente.

    —Lucas?—O chamo—O que a gente vai fazer? Quer dizer, a gente divide quarto né? Isso não podia ter acontecido—falo nervosa.

    —Eu sei—ele diz frustado—A gente pode fingir que não aconteceu—ele diz me olhando—Bom, a gente não lembra mesmo. Não deve ser difícil.

    —Ok!—digo aceitando a ideia, e logo ouço meu estômago roncar—Vamos comer? Henri e Tina estão esperando—falo e ele balança a cabeça se levantando num pulo, vestindo sua camisa novamente. Quando vou botar uma calça, vejo as marcas de dedo vermelhas em minha coxa—Lucas!—Digo batendo no mesmo que só ria.

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⚠️Para quem quiser ler o hot, é so ir no último capítulo do livro, chamado "Extra 2". 🙃

Colegas de Quarto ✔️Where stories live. Discover now