Capítulo 25

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  Mal abro os olhos sou atingida por um feixe de luzes fortes e brilhantes que me ofuscam a visão

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  Mal abro os olhos sou atingida por um feixe de luzes fortes e brilhantes que me ofuscam a visão. Levo as mãos à cara, protegendo-me da forte claridade que me atinge, e respiro fundo.

  Sinto o meu corpo pesado como se tivesse acabado de acordar depois de dormir durante um dia inteiro. Da última vez que me senti assim estava a acordar do coma, mas neste momento a sensação é muito pior. Mais real.

  Afasto as mãos e abro e fecho os olhos até me habituar à claridade. Com os olhos completamente abertos observo o que rodeia. A cor branca está por todo o lado, desde o teto da divisão até às suas paredes, que por momentos parecem que se mexem. Abano ligeiramente a cabeça para os lados e as paredes voltam ao seu devido lugar.

  Pip... Pip... Pip... 

  O som repetitivo das máquinas ligadas ao meu corpo atinge os meus ouvidos, fazendo com que a dor de cabeça aumente ainda mais. 

  Apoio as mãos ao lado do meu corpo no colchão e tento me sentar, sendo imediatamente impedida de o fazer por um homem de bata branca.

- Nada disso, volta a deitar-te. - fala enquanto toca gentilmente nos meus ombros. Obedeço à sua ordem, incapaz de lutar contra isso, e desvio o meu olhar na sua direção. Um par de olhos castanhos observa-me e, pela sua postura profissional, diria que ele é um médico. - Até que enfim acordas-te. - sorri, cruzando os braços. - Como é que te sentes?

  De início a minha voz fica presa, como se as palavras não quisessem sair da minha boca, e em vez disso começo a tossir compulsivamente.

- Tem calma, respira. - ele volta a falar. Tento fazer o que o médico disse e aos poucos a tosse para e o meu corpo acalma-se. - Isso mesmo. Agora, como é que te sentes?

- Dói-me um pouco a cabeça e o meu corpo está estranho. - confesso. A minha voz ainda se encontra ligeiramente fraca, mas já consigo falar. 

- Não te preocupes, daqui a nada volta tudo ao normal. - ele vai fazendo apontamentos numa espécie de caderno enquanto fala. - Vamos fazer uma coisa. - ele pousa o que tinha nas mãos em cima da cama hospitalar e pega na minha perna. - Se te estiver a aleijar avisa. - assinto e ele levanta a minha perna, dobrando com cuidado o joelho vezes e vezes sem conta. Não consigo deixar de soltar um grunhido de dor. - Dói-te?

- Um pouco.

  Flashbacks da luta com a Abby invadem a minha mente. A maneira como o seu pé acertou no meu joelho...

- Está partido? - pergunto preocupada. 

  Ele solta uma leve gargalhada, que é capaz de afastar os medos de qualquer um.

- Não. - nega. - Nada que umas seções de fisioterapia não resolvam.

  Sorrio, completamente aliviada. Se tivesse acontecido alguma coisa realmente grave ao meu joelho eu poderia arriscar-me a nunca conseguir formar-me na Academia, e, consequentemente, nunca vir a ser Guardiã da Emily. 

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now