Capítulo 17

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  Para uma pessoa que dizia que a magia não é para ser usada de qualquer maneira, a Sophie Laurent parece usá-la de uma maneira muito estranha

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  Para uma pessoa que dizia que a magia não é para ser usada de qualquer maneira, a Sophie Laurent parece usá-la de uma maneira muito estranha. Isto é, se ela realmente tiver feito alguma coisa para ajudar a mãe do Cameron com o seu problema.

  Mas afinal, o que é que uma bruxa pode fazer por uma mulher que não pode ter filhos? Ou duas, visto que ao que parece a minha mãe também está incluída nesta história. E ela que não estivesse... 

  Assim que a Natalie saiu da pequena sala despachei-me a fazer o mesmo. Precisava de falar com o Cameron. Quando mais depressa formos falar com a Sophie, mais depressa conseguiremos as respostas que tanto procuramos.

  A verdade é que os membros do Conselho só nos deram três meses para descobrirmos a origem deste nosso poder, como eles tanto lhe chamam, e esses três meses estão quase a passar e nós ainda não sabemos nada de concreto. Não podemos propriamente chegar lá e dizer que conseguimos abrir portais porque as nossas mães andaram em reuniões estranhas com uma bruxa. Para além de isso não explicar nada, eu também prometi à Natalie que não iria espalhar por aí a sua história. Posso ser tudo o que as pessoas dizem que eu sou, mas sei cumprir as promessas que faço. Até mesmo a pessoas arrogantes como a mãe do Cam.

  Abro a porta do carro e saio. Infelizmente ainda temos um longo caminho a percorrer a pé.

  Eu realmente espero que viver no meio da floresta tenha as suas vantagens, porque isto de ter que deixar o carro perto da estrada e ter que atravessar metade de um monte cheio de árvores e plantas estranhas - já para não falar na lama - para chegar até à casa da bruxa, é muito irritante.

  Ouço a porta do condutor fechar com força e logo de seguida a voz do Cameron.

- Rebekah, espera! - ele grita fazendo-me parar de andar. Eu não devia mesmo ter-lhe dito que cá vinha, seria muito mais fácil e rápido tratar disto sozinha. - Eu não consigo confiar nessa bruxa. - a maneira como ele diz a palavra "bruxa" contém tanto desagrado como os membros do conselho tinham ao olhar para nós e falar sobre o facto de abrirmos portais para outras dimensões.

- Ótimo. - confesso, acabando por me virar para o encarar. - Assim percebes como me sinto em relação a ti. - inicialmente era suposto dizer isto num simples murmuro, um simples desabafo só para mim, mas acho que depois de passar sei lá eu quanto tempo fechada num carro com ele, a minha paciência fugiu por completo.

  Ele encara-me de volta meio surpreso com o que eu disse. Os seus lábios separam-se ligeiramente mas ele não diz nada - parece ponderar bem o que vai dizer a seguir. As suas mãos estão como de costume dentro dos bolsos das calças e as mangas da sua camisa branca estão dobradas para cima, de maneira que metade do seu braço está exposto ao meu olhar.

- Eu estou a falar a sério. - diz após algum tempo. Ele dá alguns passos em frente, aproximando-se de mim e continua. - Vá lá... ela vive no meio da floresta!

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن