Capítulo 16

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  Afasto as cortinas da janela e encaro o lado de fora do quarto

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  Afasto as cortinas da janela e encaro o lado de fora do quarto.

  Através da janela é possível ver um homem encorpado vestido totalmente de negro. Ele anda de um lado para o outro, enquanto o seu olhar percorre cada recanto do pátio da Academia.

  Alguns metros ao seu lado encontra-se outro homem, e, mais alguns metros ao lado deste, mais outro. Todos vestidos de negro, todos encaram cada recanto com a máxima atenção e todos seguranças.  

  A Academia tem seguranças por todo o lado, que evitam que os alunos internos, maioritariamente do primeiro e segundo ano, escapem sem autorização. A única altura em que podemos sair livremente é ao fim de semana. Para meu grande azar, ainda falta algum tempo para este chegar.

  Ontem a Emily ligou-me para me informar de que finalmente iria haver um daqueles encontros de chá. A meio da semana! Como é que eu vou conseguir sair da Academia sem que me apanhem? É certo que eu consegui escapar do colégio umas quantas vezes, mas aqui é diferente. Lá, no colégio do outro mundo, os seguranças funcionavam apenas e só como uma forma de prevenir, mas aqui não. Aqui estes seguranças estão realmente preparados para lidar com adolescentes que sabem lutar.

  A porta da casa de banho abre-se e de lá sai a Andreza com uma toalha à volta do seu cabelo castanho.

- Andreza? - digo o nome da rapariga de modo a chamar a sua atenção, e volto a olhar para o lado de fora através da janela. - Como é que eu faço para despistar os seguranças lá fora?

  A rapariga escapa inúmeras vezes da Academia a meio da noite, se ela não souber como fugir daqui sem que todos aqueles homens de negro me apanhem, então ninguém sabe.

- Isso depende. - responde. - Onde é que queres ir?

  Desvio o meu olhar da janela e viro-me para encarar a minha colega de quarto que se encontra ao lado da cama, encarando-me de volta. 

  Suspiro.

- Eu tenho que ir ao Palácio. Há uma coisa importante que eu preciso de fazer.

  A Andreza não diz nada. Simplesmente me encara como se estivesse à espera que eu continuasse a falar. Ao fim de algum tempo ela entende que eu não vou revelar mais pormenores à cerca do que lá vou fazer, e assente. 

- Podes sempre esperar pelo fim dos seus turnos. - responde por fim. - Ao fim de algumas horas de vigia os seguranças trocam. Tens cerca de cinco minutos para escapar.

  Da maneira que ela fala até parece fácil, e, de certa forma, até que é. Acho que se correr rápido o suficiente consigo sair em cinco minutos. Para isso só tenho que esperar umas horas até que os turnos mudem.

- Mas isso não quer dizer que não sejas apanhada à mesma. - continua. - De dia não é tão fácil escapar como de noite. Nesses cinco minutos podes ter o azar de aparecer algum segurança que estava simplesmente de passagem. - e lá foram as minhas esperanças. Como é que eu vou sair agora? Eu não posso esperar até logo à noite, e muito menos pedir autorização ao meu pai para ir a estúpido encontro de chá. Eu nem gosto de chá! - Mas eu tenho um plano. - diz sorrindo de uma maneira quase diabólica tão típica dos planos que eu costumo ter, e que acabam sempre por correr mal. - Nós hoje temos um treino marcado. Lá fora. Tudo que tens que fazer é fingires que és uma de nós, e sais sem problemas.

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now