Capítulo 9

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  Sabem aquela porcaria daquela sensação de ter o coração a bater demasiado rápido, e bombardear mais sangue do que necessitamos, por corpo todo? Aquela sensação dos olhos brilharem quando vêem, ou falam sobre aquela pessoa? Aquelas borboletas na ...

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  Sabem aquela porcaria daquela sensação de ter o coração a bater demasiado rápido, e bombardear mais sangue do que necessitamos, por corpo todo? Aquela sensação dos olhos brilharem quando vêem, ou falam sobre aquela pessoa? Aquelas borboletas na barriga que parecem que nos fazem cócegas; e todos os nossos membros tremerem de tal forma, que mais parecemos varas verdes?

  Era exatamente assim que o Cameron me fazia sentir. Deslocada e totalmente perdida nos seus olhos negros. Mas o problema é que mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu continuo a sentir-me assim. E eu não me quero sentir assim. Neste momento ele não merece que eu me sinta assim.

  Eu nunca fui do tipo de rapariga que sofria por um rapaz, e também não vai ser agora que eu vou começar a fazê-lo. Talvez seja altura de voltar à Becky antiga.

  Viro à esquerda no corredor, seguindo um som metálico, que se torna cada vez mais alto à medida que me aproximo.

  Os corredores da Academia estão praticamente vazios. É domingo, e a grande maioria dos alunos foi passar o fim de semana a casa e só volta logo à noite. O que me faz ter a certeza que a pessoa que está dentro daquela sala é mesmo ele.

  Afasto ligeiramente a porta de madeira, apenas o suficiente para poder passar para o lado de dentro, e volto a fechá-la.

  Como eu previa, o Thomas encontra-se dentro da sala. O seu rosto está vermelho e a sua testa brilha devido ao suor que começa a escorrer-lhe pela cara. Ele veste o uniforme de treinos da Academia, e entre as suas mãos encontra-se um objeto demasiado afiado para o meu gosto.

  Estava prestes a falar, para chamar à atenção do rapaz, quando aparece uma espécie de espantalho à minha frente. Recuo alguns passos para trás, assustada com o que quer que esteja à minha frente, que cresceu do chão, como se fosse uma árvore, ou qualquer outro tipo de planta.

  Não sei se eu soltei algum tipo de grito com o susto, mas a verdade é que, de alguma forma, acabei por chamar à atenção do Thomas, que se aproximou e, segurando bem a espada por entre as suas mãos, cortou a cabeça do que quer que aquilo seja.

  O rapaz limpa o suor da testa e sorri na minha direção, enquanto que eu continuo boquiaberta com o que acabou de acontecer.

  Olho para o chão onde se encontra a cabeça do espantalho. 

  Eu não sabia que havia estas coisas para treinarmos. Pensava que se limitavam ao combate corpo a corpo. Não fazia a mínima ideia de que se tinham dado ao trabalho de criar protótipos dos Volks. Mal feitos, mas ainda assim protótipos.

- Agora também arrancamos cabeças? - pergunto.

  O Thomas sorri e encolhe os ombros.

- E porque não? Eles morrem à mesma, e meio que é mais seguro do que tentar o truque da estaca. De qualquer forma um dia pode surgir a oportunidade de lhes arrancar a cabeça. Preciso de estar preparado.

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now