Capítulo 2

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- Eu não quero ir para a Academia

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- Eu não quero ir para a Academia. - digo com firmeza.

  O Alexander não perdeu tempo em ir contar ao nosso pai sobre o meu pequeno incidente com o rapaz, ontem à noite, no Dylan's. Ao que parece, a solução que o meu pai encontrou para o meu pequeno descontrolo, é mandar-me para a Academia de Guardiões.

- Concordo. - o Alec fala antes mesmo de eu, ou o nosso pai, podermos dizer mais alguma coisa. Ele olha fixamente para o Sr. Campbell enquanto fala. - Ela não está bem. Ela ia matar uma pessoa...

- Tu és um exagerado! - interrompo-o, levantando-me do sofá num salto.

- Talvez até seja. - ele olha para mim e depois volta a encarar o nosso pai. - Mas ela não está bem. Se ela for para a Academia, - suspira. - se ela for para um sítio onde a incentivam a lutar, só vai piorar a sua situação.

  Bufo. Ele fala de mim como se eu estivesse maluca. Ou pior, como se eu fosse uma psicopata.

- Acho que estás enganado. - o meu pai fala antes que eu possa começar um novo protesto. - A Academia vai lhe fazer bem. Vai fazer com que ela controle um pouco os seus impulsos.

  Definitivamente eles falam como se eu fosse um bicho irracional.

- Podem parar de falar como se eu não estivesse aqui? - pergunto num tom que não soa exatamente como uma pergunta, mas sim, uma ordem. Suspiro e olho para o meu pai. - Eu não quero ir para a Academia.

- Mas tu querias. - diz.

- Sim, mas... - volto a suspirar. - Eu estou farta de toda esta história de monstros. Eu quero ter uma vida normal.

  É a vez do meu pai suspirar. 

- Becky... Tu nunca mais vais poder ter uma vida normal. Uma vez que estás dentro, não há maneira de saíres.

- Mas eu nunca pedi para estar dentro!

- Nenhum de nós o fez.

  Desvio o olhar deles e passo a encarar a parede. 

- Então é isto? Vais me obrigar a ser uma Guardiã? - pergunto.

- Não! Claro que não. A escolha é tua, mas lembra-te que tu podes impedir que aconteça a outras pessoas o que aconteceu ao Montgomery. Podes impedir que outras pessoas sofram o que tu estás a sofrer. - diz. - Tu podes fazer a diferença na vida de alguém.

  Usar o exemplo do Cameron é um golpe baixo. Ele sabe que eu queria, e continuo a querer, proteger outras pessoas dos monstros, mas eu já tive demasiados encontros com essas criaturas e, muito sinceramente, não sei se quero que a minha vida seja resumida a isso. A partir do momento em que eu decidir que quero matar Volks, não posso voltar a trás, e com essa decisão vai vir um sentimento de vingança que eu não sei se serei capaz de controlar. Aí sim, poderão dizer que eu estou descontrolada, e eu não quero isso. 

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now