- Eu não quero ir para a Academia. - digo com firmeza.
O Alexander não perdeu tempo em ir contar ao nosso pai sobre o meu pequeno incidente com o rapaz, ontem à noite, no Dylan's. Ao que parece, a solução que o meu pai encontrou para o meu pequeno descontrolo, é mandar-me para a Academia de Guardiões.
- Concordo. - o Alec fala antes mesmo de eu, ou o nosso pai, podermos dizer mais alguma coisa. Ele olha fixamente para o Sr. Campbell enquanto fala. - Ela não está bem. Ela ia matar uma pessoa...
- Tu és um exagerado! - interrompo-o, levantando-me do sofá num salto.
- Talvez até seja. - ele olha para mim e depois volta a encarar o nosso pai. - Mas ela não está bem. Se ela for para a Academia, - suspira. - se ela for para um sítio onde a incentivam a lutar, só vai piorar a sua situação.
Bufo. Ele fala de mim como se eu estivesse maluca. Ou pior, como se eu fosse uma psicopata.
- Acho que estás enganado. - o meu pai fala antes que eu possa começar um novo protesto. - A Academia vai lhe fazer bem. Vai fazer com que ela controle um pouco os seus impulsos.
Definitivamente eles falam como se eu fosse um bicho irracional.
- Podem parar de falar como se eu não estivesse aqui? - pergunto num tom que não soa exatamente como uma pergunta, mas sim, uma ordem. Suspiro e olho para o meu pai. - Eu não quero ir para a Academia.
- Mas tu querias. - diz.
- Sim, mas... - volto a suspirar. - Eu estou farta de toda esta história de monstros. Eu quero ter uma vida normal.
É a vez do meu pai suspirar.
- Becky... Tu nunca mais vais poder ter uma vida normal. Uma vez que estás dentro, não há maneira de saíres.
- Mas eu nunca pedi para estar dentro!
- Nenhum de nós o fez.
Desvio o olhar deles e passo a encarar a parede.
- Então é isto? Vais me obrigar a ser uma Guardiã? - pergunto.
- Não! Claro que não. A escolha é tua, mas lembra-te que tu podes impedir que aconteça a outras pessoas o que aconteceu ao Montgomery. Podes impedir que outras pessoas sofram o que tu estás a sofrer. - diz. - Tu podes fazer a diferença na vida de alguém.
Usar o exemplo do Cameron é um golpe baixo. Ele sabe que eu queria, e continuo a querer, proteger outras pessoas dos monstros, mas eu já tive demasiados encontros com essas criaturas e, muito sinceramente, não sei se quero que a minha vida seja resumida a isso. A partir do momento em que eu decidir que quero matar Volks, não posso voltar a trás, e com essa decisão vai vir um sentimento de vingança que eu não sei se serei capaz de controlar. Aí sim, poderão dizer que eu estou descontrolada, e eu não quero isso.
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The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)
ParanormalUm ano pode mudar muita coisa na vida de alguém, que o diga Rebekah Campbell. No espaço de um ano, descobriu coisas sobre si mesma que pensava serem impossíveis. Ela conseguiu abrir o portal e agora tem todo um novo mundo para descobrir. O problem...