Capítulo 22

109 26 66
                                    

  Antes que eu possa avançar em direção à pessoa que atacou o Thomas, e fez sei lá eu o quê à Emily, sou novamente atingida por uma tontura

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

  Antes que eu possa avançar em direção à pessoa que atacou o Thomas, e fez sei lá eu o quê à Emily, sou novamente atingida por uma tontura. Uma muito mais forte do que as tenho tido ultimamente. A minha visão fica turva e tudo à minha volta gira. Por fim, eu perco as forças e acabo por cair. 

  Não sei quanto tempo estive adormecida, mas foi o suficiente para que me transportassem para outro sítio. Um local escuro. O facto de existirem poucas janelas faz com que este se torne num espaço abafado e o cheiro a morte seja ainda mais intenso.

  Apesar da pouca luz, ainda consigo distinguir vários corpos encostados num canto. Este corpos encontram-se num avançado estado de decomposição e vários insetos sobrevoam aquilo que parecem ser os restos mortais de pessoas.

  Por breves momentos fico aterrorizada com a ideia de que alguma daquelas pessoas possa ser a Emily, ou até mesmo o Thomas, mas este medo desaparece de imediato. Os corpos estão demasiado decompostos para ser qualquer um deles.

  Mas isso não me garante que eles ainda estejam vivos...

  Alguns centímetros ao lado dos corpos encontra-se uma ave negra. O animal está envolto numa possa de sangue, mas, mesmo assim, consigo perceber de que se trata do James, o corvo.

  Desvio o olhar do pobre animal e percebo que tanto a minha melhor amiga, como o Tom se encontram a poucos metros de mim. O Thomas está inconsciente, mas não morto. Percebo isso devido à sua leve respiração, que é a única coisa que se ouve no meio de todo este silêncio. A Emily, por outro lado, está acordada, e apesar do fraco sorriso que ela me lançou - como se estivesse a tentar dizer-me que está bem - nota-se perfeitamente que ela está assustada.

- Vês o que é que te aconteceu por quereres salvar a tua amiguinha? - ouço alguém falar, o que faz com que a minha atenção se volte totalmente para a mulher.

- Sophie... - murmuro. A bruxa está ali, mesmo à minha frente e totalmente desprotegida. Eu podia avançar até ela e fazê-la pagar por ter raptado a Emily, ter deixado o Thomas inconsciente, arrastando-o para esta situação, e sabe-se lá mais o que ela terá feito aos donos daqueles corpos, mas eu não consigo. As minhas mãos encontram-se presas atrás das costas, e, como se isso já não fosse o bastante, a minha cabeça e todo o meu corpo estão estranhos. - Solte-me imediatamente! - grito ao mesmo tempo que tento ver-me livre das cordas que me envolvem os pulsos. Mas é em vão, elas estão demasiado apertadas.

  Enquanto isso, a Sophie movimenta-se no seu vestido longo, aproximando-se de mim. Ela encara-me com uma satisfação doentia, ao mesmo tempo que mantém as suas mãos entrelaçadas junto ao seu corpo.

- Tu aqui não mandas nada! - fala com autoridade. Ela agacha-se e uma das suas mãos desloca-se até ao meu queixo, segurando-o com força. - Tens é que estar caladinha e fazer o que eu te mando. Isto é, se quiseres que a princesinha não sofra.

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now