Capítulo 11

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  O som do arrastar de cadeiras volta a soar e, um por um, todos os presentes começam a sair da sala

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  O som do arrastar de cadeiras volta a soar e, um por um, todos os presentes começam a sair da sala.

  A reunião foi dada como terminada e só restamos eu e o Cameron - que só sei que se encontra ao meu lado porque consigo ouvir a sua leve respiração.

- Rebekah eu... - o Cameron começa a falar, mas não lhe dou tempo de continuar.

- Cala-te! - ordeno e levanto-me da cadeira, dirigindo-me para a porta. - Tu deves estar muito satisfeito com esta situação...

  O rapaz também se levanta. O seu movimento foi tão rápido que me pergunto como é que a cadeira não caiu. Ele agarra o meu braço, fazendo-me rodar sob os meus calcanhares na sua direção e embater contra o seu corpo forte. O contacto dos nossos corpos faz com que eu aqueça, o que não é difícil tendo em conta que estou sem casaco .

- Quem é que tu pensas que eu sou? - pergunta. Na sua cara lê-se uma expressão realmente ofendida. Como se eu tivesse acabado de o insultar. - Eu quero estar contigo, mas não quero que sejas obrigada a fazê-lo! E não, esta situação não me agrada nada. Não me agradam os olhares das pessoas que me fazem sentir como se fosse um bicho do mato. - ele cala-se por breves segundos, observando-me, mas volta a falar logo de seguida. - Mas pior que isso, só mesmo o teu olhar. Tu olhas para mim como se eu fosse o culpado de todos os teus problemas. Como se eu fosse a pior coisa que te aconteceu na vida.

  A minha boca abre-se ligeiramente mas acabo por não dizer nada. Eu tenho me esforçado muito para não demonstrar nenhum tipo de sentimento. De cada vez que olhava para ele fazia de tudo para que as minhas ações, ou até mesmo os meus próprios olhos, não me traíssem, mas ao que parece não só não resultou, como acabei por transparecer totalmente o sentimento errado.

  Com um movimento brusco solto o meu braço e encolho os ombros, numa tentativa de fingir que tudo o que ele disse é verdade - que ele realmente foi a pior coisa que me aconteceu.

- Vais ter que aprender a lidar com isso. - acabo por responder.

  Não posso mentir e dizer que isto não me custou, mas porra! O que é que ele está à espera? Que eu o perdoe assim tão facilmente? Pois pode esperar sentado porque isso não vai acontecer.

  A cara do Cameron transformasse num misto de surpresa e desilusão. As feições do seu rosto demonstram perfeitamente que ele se prepara para falar, mas eu saio antes que ele tenha oportunidade de o fazer.

  O Cam não é nenhum adolescente. Ele tem vinte e três anos, e já à muito tempo que é um adulto. Ele tem a obrigação de saber que as suas atitudes têm consequências, e agora vai ter que lidar com elas.

  A meio do corredor encontro a Elena, que se encontrava à minha espera para voltarmos juntas para a Academia. Perdi uma tarde de aulas, mas pelo menos cheguei a tempo de jantar.

  O ar do refeitório é preenchido pelo som de pessoas a falar e talheres que tilintam em contacto com pratos.

  Encontro-me sentada na mesa do costume e mesmo à minha frente encontra-se o Thomas, que desliza um papel pela mesa até chegar a mim. Depois volta a pegar nos seus talheres e continua a comer. 

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now