Porra!
É tudo que sai da minha boca neste momento. Isso, e um número considerável de palavras que não devem ser ditas em público.
Eu não faço a mínima ideia do que nos pode acontecer se ao fim do prazo de três meses não tivermos uma resposta concreta ou uma explicação minimamente credível para o facto de eu e o Cameron conseguirmos abrir os portais, mas a verdade é que também não quero arriscar-me a saber.
Neste momento está tudo uma confusão, parece que cada pessoa com quem falamos ainda embrulha mais a história, de modo que, neste momento, já não sei quem é de confiança e quem não é. Talvez ninguém seja.
Abro a porta, entro no dormitório e volto a fechá-la. Esta acaba por bater com mais força do que eu estava à espera, e o seu barulho ecoa mais alto do que deveria a esta hora da noite. Se ter faltado às aulas já me irá trazer problemas, então o facto de só chegar a esta hora só vai piorar ainda mais a minha situação. Mas não há dúvida que o melhor mesmo é o facto de que faltei às aulas, mas nem sequer consegui descobrir o que queria. Maravilha!
Bufo e atiro-me para cima da cama. Por alguma razão parece que estou ainda mais cansada do que se tivesse ido à aula do Sr. Arthur.
- Tens sorte que eu não acordei com esse barulho, - ouço a voz da Andreza. - se não iríamos estar em sérios problemas.
Solto um pequeno sorriso, que rapidamente desaparece, dando lugar a um revirar de olhos.
- Sim, Andreza... eu tenho muita sorte por seres um ser da noite.
Ouço o som do que me parece tratar-se de um fecho e, logo de seguida, novamente a voz da minha colega de quarto.
- O que é que se passa? - pergunta. - Conseguiste resolver aquilo que tinhas para fazer no palácio?
- Não!
A minha voz acaba por sair de uma forma muito mais brusca do que era suposto, mas neste momento não estou com cabeça para conversas. Estou irritada e tudo o que me apetece fazer é bater em tudo o que me aparece à frente. Parece que todos os esforços que estou a fazer para encontrar respostas são inúteis. E porra, isso irrita-me profundamente!
Segue-se um longo silêncio por parte da rapariga que, apesar de não estar a olhar na sua direção, tenho a certeza que ela se encontra a encarar-me com os seus olhos castanhos escuros.
Ela acaba por soltar um suspiro exagerado, e depois fala.
- Eu realmente não me acredito que vou sugerir isto mas... queres vir comigo? - pergunta, ao que eu respondo com um pequeno som questionador, que soou mais ou menos como um "ah?". - Sair. - esclarece. - Estás com cara de quem quem precisa de espairecer um pouco. Acho que uma bebida te vai fazer bem.
Bufo. Eu acabei de chegar e agora vou sair outra vez? Já para não falar de que realmente não me apetece sair, estou cansada. Neste momento só me apetece aconchegar-me na minha cama e dormir. Preciso de o fazer se quero estar bem e acordada nas aulas de amanhã.
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The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)
ParanormalUm ano pode mudar muita coisa na vida de alguém, que o diga Rebekah Campbell. No espaço de um ano, descobriu coisas sobre si mesma que pensava serem impossíveis. Ela conseguiu abrir o portal e agora tem todo um novo mundo para descobrir. O problem...