Senhoras do Santuário,
Apaixonadas saudações!
No dia em que a cidade do Rio de Janeiro celebra seu padroeiro, o capítulo 17 faz uma singela homenagem a cidade maravilhosa!
Linda leitura para vocês!
Mil beijos no coração de cada um, de cada uma!
Nina Reis
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Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito!
(Martin Luther King)
Isadora entrou em seu apartamento, fechou a porta, recostou-se contra a superfície de madeira e fechou os olhos. A bolsa foi esquecida sobre o piso de madeira.
Por alguns instantes se permitiu ouvir os sons do silêncio da cidade que nunca dormia. A escuridão e a quietude do apartamento eram quebrados pelos holofotes externos que iluminavam o edifício e os ruídos do trânsito incansável de São Paulo.
"Viver em São Paulo era descobrir que o silêncio não significava essencialmente a falta de som" — refletiu divertida.
Sentia-se revigorada após o dia de meninas e a conversa franca com a mãe.
"Mercedes Baptista era a melhor!" — pensou entre orgulhosa e grata.
Seus sentimentos por Dante não deixariam de existir, mas era necessário seguir em frente e reconquistar as rédeas de sua vida e de sua carreira.
Dora abriu os olhos e contemplou a cristaleira de vidro e cantoneiras de madeira branca na qual estavam expostas as caixinhas de músicas com bailarinas de diversas etnias. As ganhara ou comprara ao longo dos anos e eram seu bem mais precioso, apesar do pouco valor monetário que possuíam.
Sem se preocupar em acender as luzes do apartamento, caminhou até móvel quase inteiramente de vidro e contemplou a beleza e a riqueza das peças artesanais.
Sorriu ao mirar a caixinha com a bailarina negra que ganhara de seu pai. Nunca esqueceria a emoção que sentira ao abrir a peça delicada e se deparara com a linda bailarina negra de cabelos cacheados.
Isadora sentiu o peito se aquecer com a emoção da lembrança.
— Quero ser a bailarina dessa caixinha de música – repetiu a frase que dissera há tantos anos.
O ballet era mais que uma vocação, era uma extensão de seu corpo e alma. Era uma mulher negra e uma bailarina clássica movida por sua paixão pela dança e pela música.
A bailarina tocou o vidro, como se acariciasse a pequenina bonequinha.
"O novo recomeço não seria fácil... Seria dolorido, algumas vezes excruciante, mas estava pronta para enfrentar o mundo para viver seus sonhos" — pensou determinada.
Sorriu para si mesma ao constatar que já sabia por onde iniciar a batalha por suas conquistas.
"A parte mais difícil da caminhada não era, como muitos diziam, o primeiro passo, mas continuar caminhando mesmo com o corpo cansado e dolorido, no limite da exaustão. Dessa vez, estava disposta a sangrar e permanecer caminhando" — prometeu a si mesma.
A bailarina respirou fundo e, ainda sem acender as luzes, seguiu em direção ao estúdio de dança.
"Esta noite se reencontraria sua arte, pela manhã, com seus sonhos."
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EM HIATO - Prefácio de um amor - Série Santuário 3.5
General FictionKiron é um homem orgulhoso de sua origem, afinal sua pátria é considerada o berço da civilização ocidental, da filosofia, da literatura e da democracia. Tragédia, para ele, não era uma expressão que resumia as lendas dos mitos e deuses gregos. Era...